Agora sim seria interessante assistir James acabar com o caso do Dr. Harris. O promotor nunca largava o osso facilmente e agora que eu permitir que fosse tirado dele, James teria mais folego do que nunca para brigar até o último segundo.

Algo que o Dr. Harris parecia não conhecer. Era certo que aquele homem era um advogado de porta de cadeia. James não engolia desaforos e isto me fez sentir mais animado.

Ia ser uma briga e tanto.

Sei que um julgamento e um assunto sério, mas acho totalmente excitante. Eu era considerado muito novo para ser juiz, mas ninguém seria capaz de desmerecer meu mérito. Trabalhei e estudei muito para conseguir chegar onde queria com muita dedicação. E hoje aos trinta anos, tinha meu nome como um dos melhores.

Voltei a sentar na minha cadeira e o julgamento deu andamento. Cinco longas e cansativas horas. Mas no fim tinha o resultado que imaginava. James devorou o advogado de porta de cadeia como um tubarão sedento. A testemunha que passou para o lado da defesa também foi engolido pelo tubarão da promotoria. James o obrigou, com o meu consentimento, a levantar as mangas de sua blusa. Provando o uso de entorpecentes e qualificando seu testemunho como inadmissível e desqualificado. Sem contar que ordenei que seu agente de condicional fosse chamado, para leva-lo de volta para prisão por descumprir os termos de condicional.

O Dr. Harris, ou advogado de porta de cadeia como eu gosto de chama-lo, ficou vermelho de raiva por ver seu trabalho e nome indo ralo abaixo. Não poderia fazer nada a respeito, foram as escolhas dele que o levou a tal vergonha.

Claro que o cliente, no caso o acusado, foi condenado a trinta e cinco anos de detenção. Bati o martelo e todos se levantaram para sair. Escutei James repetindo para o advogado o mesmo que disse para ele mais cedo na minha sala.

-Nunca confie em um viciado.

Dr. Harris não respondeu nada, somente o encarou com raiva. O promotor caminhou para fora com seu triunfo bem merecido daquele dia. Voltei para minha sala e gargalhei alto.

O dia terminou melhor do que eu imaginava. Olhei as horas e passava das sete da noite. Peguei minhas coisas e fui para o meu carro.

Dirigi em direção a casa dos meus pais.

Assim que passei pelo portão vi o carro dos meus irmãos. Estacionei do lado do de Ethan, peguei meu celular e puxei o freio de mão. Desci do carro e escutei as risadas vindo da área de lazer da casa.

Meus pais estavam sentados com Abner, Carol e Arthur, que agora tinha três anos. Ethan e Alice brincavam com alguns carrinhos. E Max estava ali também, de bico, claro.

-Docinho você nunca deu pro irmão errado? Eles são tão parecidos. – Max pergunta e rir alto.

-Max! Carol exclama.

Reviro meus olhos para a pergunta dele e vou na direção deles.

-E qual seria a graça? – Pergunto e todos me olham. __Dar para um pessoa que é a cara do marido dela?

Ethan rir alto concordando e Abner me olha feio.

Ciumento e possessivo como sempre.

-Isto nem pode se considerar traição. Não é trair, é dar duas. – Digo concluindo meu argumento.

Beijo o rosto da minha mãe e escuto todos rirem.

-Eu nunca confundiria Abner com os irmãos Max. Carol responde rindo.

Se inclina para o meu irmão e o beija com carinho.

-Estou à disposição se precisar cunhada. – Brinco e me sento no chão perto de Arthur.

-Elliot! Abner exclama.

-Oi sobrinho preferido.

Arthur sorrir para mim e me mostra seu carrinho.

-Ele é seu único sobrinho, idiota. Ethan fala.

-Ethan, olha as palavras que usa! Não quero que meu neto saia por aí chamando os outros de idiota. – Minha mãe o repreende.

Dou risadas e ele acena concordando com ela.

-Vai ter que parar com essa coisa de sobrinho preferido. Carol diz chamando minha atenção.

Franzo a testa confuso.

Todos a encaramos por um segundo.

-Porque?

-Porque vamos ter mais um bebê. Abner diz e um sorriso orgulho se forma em seus lábios.

Senti-me emocionado por um momento. Amava ver meu irmão sorrir, me deixava mais completo. Abner e Ethan era uma parte de mim que nunca poderia viver sem. E vê-los felizes me fazia feliz.

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