II

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Se tinha algo que Lexa amava, era sua moto. Ela tinha um carro também, mas nada se comparava ao vento batendo no seu corpo quando ela testava a potência de sua Harley.

Nessa exata noite, no entanto, a garota havia decidido por usar seu carro. Ela iria, como em todas as sextas, jogar pôquer na parte mais perigosa da cidade. Era onde ela conseguia sentir o perigo em suas veias, bem do jeito que gostava.

Muitas pessoas tinham o jogo como um vício, alguns até viam como forma de se sustentar, mas não é como se Lexa precisasse disso.

Seus pais eram os mais bem sucedidos fazendeiros no estado de Georgia, ou seja, a garota era podre de rica. 

Então por que ela jogava? Bem, ela gostava de ver pessoas desesperadas por um jogo de baralho, ela gostava de ser temida por aqueles que apostavam tudo o que tinham. Ela gostava de ganhar.

Lexa sempre gostou de se meter em encrencas, e quando ela morava na fazenda com seus pais aprendera muito bem a brigar, visto que seus amigos eram todos homens, filhos dos que trabalhavam para seus pais.

Ela tinha uma vida boa em Georgia, sempre com tudo entregue nas suas mãos, sempre com todos fazendo o que mandava. Mas ela tinha se cansado disso, conseguiu convencer seu pai a deixá-la se mudar para Los Angeles para começar o ensino médio, e no começo tinha sido difícil, mas sua amizade com Clarke a ajudou muito. Infelizmente, depois que brigaram, Lexa se voltou para seu lado mais apaixonado pelo perigo.

Quando a última rodada da noite foi encerrada, a morena dos olhos verdes se levantou da mesa, sorrindo perigosamente e batendo seu copo na mesa, após tomar o resto do seu whisky. Mais uma vez tinha vencido, só que o prêmio não lhe interessava.

O homem patético que se levantava agora já tinha perdido a casa, o dinheiro, o carro. O que mais ele poderia ter apostado? Bem, ele apostou a esposa. 

Tal fato enfurecia Lexa de uma maneira inexplicável. Que tipo de homem apostaria a própria mulher? Como se ela fosse um objeto!?

Felizmente, o rapaz ainda tinha um pouco de dignidade, e lançou um pedido de última chance para a vencedora da rodada.

Como as últimas chances eram resolvidas? Você deve estar se perguntando... Na porrada.

E é claro que Lexa nunca perderia a chance de bater em um homem que objetificou a própria esposa.

A garota partiu pra cima do seu adversário, o enchendo de socos o mais forte que conseguiria, pois ela sabia muito bem que não tinha maneiras de vencer um homem daquele tamanho, então era bom aproveitar enquanto dava pra bater.

Logo que seus braços começaram a se cansar, ela foi chutada para trás e caiu de costas no chão, sentindo um peso em cima de si e logo o punho pesado dele em sua boca.

Foi o bastante para Lexa desmaiar, mas o homem ainda deu mais um soco em seu olho antes de ser arrastado para longe da garota.

Não demorou muito para a morena acordar, havia sido colocada em um sofá fedido no canto do bar, mas pelo menos isso era algo.

Saindo do local ela parou no balcão e piscou para Costia, a bartender que com certeza estava por trás de Lexa não ter sido espancada até a morte e ainda ter acordado num sofá em vez do chão. 

Quando entrou no carro e se olhou no espelho, não ficou muito surpreendida com o fato se seu olho estar roxo e inchado, e sua boca rasgada.

Lexa suspirou e deu partida, arrancando com sua Land Rover. Ela evitaria pegar a avenida principal, por isso passaria por bairros residenciais até chegar em seu apartamento que era mais próximo do centro da cidade. 

Não muito longe da saída do último bairro residencial pelo qual ela passaria, avistou um corpo desmaiado no passeio. Era provavelmente alguém que vinha da festa pela qual ela acabara de passar, mas esse alguém era o que mais chamava sua atenção.

Roupas nada apropriadas para uma típica festa do último ano do ensino médio, a loira jogada no passeio estava com seus seios muito bem cobertos e usava calça jeans. 

Soltando o ar devagar pela boca, Lexa fechou os olhos por alguns instantes depois de encostar o carro no acostamento. Ela se arrependeria disso depois.

HurricaneWhere stories live. Discover now