— Isso não vale. — Rafa joga uma almofada em mim.

— Sorte de principiante com certeza — Pedro revira os olhos e eu levanto sorrindo.

— Ain gente isso é muito chato. — Ayla resmunga soprando as unhas que ela estava pintando com a Kely.

— A gente podia brincar de verdade ou consequência.
— A morena propõe e eu franzo o cenho não entendendo, ela me olha vendo minha confusão e explica. — Assim, você gira a garrafa, ela vai apontar pra alguém. Uma pergunta e a outra responde, a não ser que você escolha desafio, sendo assim terá que fazer qualquer coisa que a pessoa mandar.

— To fora, isso não dá certo.
— Duda fecha o livro dizendo.

— É legal quando rola sexo e beijos e tals. — Pedro mordi o lábio e todos encaram ele. — O que foi gente?

— Vamos fingir que a gente não escutou isso. — Kely diz balançando a cabeça. — Então topa Henrique?

— A opinião do Henrique não interessa, eu vou participar com ele ou sem ele. —  A irritante da Ayla diz levantando do sofá.

—Mas eu não quero jogar só com meus irmãos de menino.

— Kelly to fora disso. — Digo não gostando da brincadeira, a Ayla pode se aproveitar disso.

— Oh garoto chato. —  A irritante diz e sai indo pra cozinha.

— Vamos comer então, por que comer é vida.— Pedro grita e vamos todos pra cozinha.

Pegamos um monte de besteiras, biscoitos, pipocas, refrigerante... Tenho que admitir que isso tudo é novo pra mim, lá na fazendo não fazia essas coisas, na verdade eu não tinha muitos amigos por lá, agora eu tenho a Sofia e a gente vai conversar bastante. Levamos tudo pra sala. Seu Marcelo havia ido ao supermercado com todos deixando a gente sozinhos a tarde, então estamos fazendo a festa.

— Ei Ayla!— Exclamo quando ela toma meu copo de suco da minha mão.

— Agora é meu. — Ela diz me provocando e sai correndo subindo as escadas e desaparecendo.

— Ihh Henrique se fosse eu não deixava. — Rafa provoca. Ele sobi no sofá e começa a bater palmas. — Atenção!! Agora o jogo vai começar!

— Que jogo? — Pergunto.

— Ta com a Duda, conta até dez dudinha. — Ele diz e sai correndo adentrando na casa, em seguida Kely e Pedro correm.

Olho para Duda que está tão confusa quanto eu. Ela da de ombros e coloca as mãos cobrindo os olhos.

— Dez, nove, oito....— Então eu caio em si e saio correndo subindo as escadas.

Ela já está terminando de contar e contínuo subindo indo pro terceiro andar, há várias portas, algumas estão trancadas e acabo entrando na única que eu vejo aberta.

— Oi Henrique! — Me viro encostando as costas na porta atrás de mim.

Essa garota só pode ser louca, mas como eu disse, agora estou no jogo.

Ayla:

Roubei o suco do Henrique só para provocar ele e sai correndo entrando em um quarto do terceiro andar, para minha surpresa minutos depois ele entrou no mesmo quarto que eu me encontrava. Parece que os destino está ao meu lado.

— O que você quer de mim Ayla? — Ele pergunta.

—Você. — Digo e levo o copo de suco ao meus lábios bebericando um pouco.

— Você quer brincar Ayla, então eu vou entrar no seu joguinho sujo...— Oh não! Sua voz rouca me dizendo aquilo já me fez ter ideia de como ele pensava em brincar.

Me viro ficando de costas pra ele, não acredito que foi o Henrique que falou isso? Sinto braços fortes me abraçarem por trás. Ele jogou meu cabelo só pra um lado. Assoprou em meu ouvido ja me fazendo arrepiar. Logo beijou carinhosamente meu pescoço, estou tão atordoada que não mexo um músculo. De repente ele segura forte em meus cabelos me pressionando contra seu corpo. Solto um gemido de dor por aquele gesto, ele nunca havia feito isso e meu peito pulava de emoção.

— Se liga Henrique, você não pode me controlar.— Disse ainda envolvida pelo seu domínio.

— Shii, fica queitinha, não fala nada! — De repente ele me vira encarando meus olhos, estou tão atordoada que não sei o que fazer.

Ele se aproxima segurando minha cintura com firmeza aproximando seu rosto do meu, olho pro lado em puro desespero, o que ta acontecendo comigo? Ele cola nossos corpos, sua boca macia passeava pela minha pele exposta, ele mordia de leve me fazendo solta um gemido.

Confesso que aquilo estava me deixando louca, eu que estava no comando da situação e agora me encontro completamente sem ação. Meu coração estava a ponto de pular para fora, era muita emoção. Henrique está me fazendo perder as estribeiras, quando estou com ele esqueço quem eu sou e principalmente que ele é o ajudante da minha fazenda.

— Ayla..— Eu sentia aquela voz rouca entrar nos meus ouvidos, falava tão baixo e tão firme. Isso era tortura da pesada mesmo. E estava com medo de onde isso iria parar.

Em gesto de desespero deixei o suco cair, o líquido molhou o chão todo e meus pés. Empurrei o Henrique tentando me afastar dele, mas o mesmo escorregou na minha própria armadilha e me puxou indo nós dois de encontro ao chão.

Eu por cima dele.

Nossos rostos ficaram muito perto um do outro. E começamos a nos encarar profundamente, eu definidamente já estava enforcada na minha própria brincadeira. Mexi minha mão que estava molhada de suco. Ele olhava em meus olhos e para minha boca, passei meus dedos molhados de suco pela sua boca delicadamente. Nossas respirações estavam unidas e meu coração batia muito forte, senti seu coração bater também já que estávamos tão perto um do outro.

Eu não esperava o que ia acontecer nos próximos segundos, na verdade eu nunca pensei que ia fazer isso em toda minha vida. Ele segurou minha nuca e me beijou, um beijo agressivo e desesperado como se nossas bocas sempre quisessem está unidas. Ele segurava meu cabelo enquanto íamos conhecendo e sentindo cada canto da boca um do outro. O beijo se acelerava cada vez mais, o meu primeiro beijo com o Henrique. Nossas bocas estavam em uma perfeita sintonia. Logo ele levantou do chão sem que eu saísse do seu colo, se sentou e eu passei uma perna de cada lado de suas coxas.

Aquele beijo estava incrível, era puro desejo e excitação, eu necessitava de mais e mais. Sua boca se afastou da minha e procuramos fôlego, continuei com os olhos fechados, parecia que era um sonho. Eu não conseguia acreditar, que eu Ayla está sentada nesse chão sujo com o Henrique em meio aos beijos. Foda-se, eu só preciso dele. Aperto seus cabelos encarando seus olhos.

— Você me beijou Ayla? Você disse que nunca iria me beija. —Ele diz com a respiração ofegante. Balanço a cabeça.

—Me beija de novo Henrique! — Peço.

— Eu entrei no seu jogo e estou perdendo.

— Você não está perdendo sozinho, ambos estamos derrotadas. — Então separo a distância entre nossas bocas e o beijo com vontade.

— Eita gente! Apareçam, só falta vocês! — Ouço a voz da Duda e me desperto do meu transe me afastando do Henrique e nesse momento a porta do quarto é aberta.

Armadilhas Da VidaWhere stories live. Discover now