Como assim dois policiais precisam colher o depoimento dela? Que eu saiba quando a mesma chegou, não fez nenhum B.O. (Boletim de ocorrência), nem eu, nem meus estagiários. E encontraram-na por uma ligação anônima.
- Depoimento? Como assim? Ela não prestou queixa. - Inquiri, intrigada.
- Bom... É que, huh, sabe o q-que é?! HM... - Ele se embolou e gaguejou. Franzi a testa.
- Marcus, o que eu preciso saber? - Pergunto irredutível.
- Devido as circunstâncias nas quais ela chegou, nós conversamos e tomamos a decisão de que uma agressão desse porte, precisa ser investigada. Camila, ela está irreconhecível, toda machucada, sabe-se lá, se ela vive essa loucura todos os dias...
- Marcus! - O interrompi. - Isso não cabe a vocês, essa decisão não é sua, nem deles, nem de ninguém que não seja ela. Eu entendo tudo o que falou, e em parte concordo, mas você bem sabe como ela chegou, sabe o estado dela, sabe que sou a única pessoa que ela permite entrar no quarto, com quem ela interage, a quem ela responde e de quem ela não tem medo. Você não pode simplesmente por dois policiais lá, se ela realmente passava por isso todos os dias, é possível que o trauma seja maior que imaginamos. E se ela tiver algo, sei lá, passar mal, surtar?! Ela não está em condições de passar por algo do tipo. - Suspirei por fim, passando a mão pelos fios de meu cabelo.
- Desculpa, mas já demos baixa, e aqueles policiais só vão sair daqui quando estiverem com o depoimento dela em mãos. - Ele retruca, autoritário.
- Eu te demitiria agora, se você não fosse o único ortopedista desse lugar. Mas não se preocupe, já cansei dos problemas que você arranja para mim, assim que eu encontrar alguém para pôr no seu lugar, você está fora. - Usei toda autoridade que eu possuía em minha voz e marchei até os policiais. - Com licença, sou a Doutora Cabello, responsável pela paciente Lauren Jauregui. Fiquei sabendo que querem colher o depoimento dela?!
- Sim, Doutora. Nós vamos colher o depoimento dela. - O mais alto disse me olhando de cima em baixo, mordendo o lábio inferior. Semicerrei os olhos.
Nojento, desgraçado, desrespeitador.
- Policial, eu estou falando com o senhor. E quando eu estiver falando com o senhor, exijo que sua atenção, e principalmente seu olhar, esteja em meu rosto, não em meu corpo, ainda mais com essa sua expressão maliciosa. Fui bem clara? - Ele me olhou assustado e somente assentiu. - Ótimo. Minha paciente não está em condições de receber ninguém, muito menos homens como o senhor, ela já está farta de homens desse tipo, afinal, ela está aqui por um deles. Não irão colher o depoimento dela hoje, nem enquanto ela estiver dentro deste hospital. Essa queixa e requerimento não foram feitos por ela. Se quando ela sair, estiver se sentindo confortável o suficiente, garanto que irá lá. Então considerem esse B.O. engano. Passar bem. - Dei as costas sem ao menos esperar por resposta, estava farta de pessoas deste tipo de índole. Tenho repulsa a homens desse jeito.
Caminhei até o quarto 502, quarto esse que já estava acostumada a entrar desde ontem. Vi uma enfermeira vindo com uma bandeja de café da manhã, peguei de suas mãos e entrei.
- Voltei. - Ela me olhou e seus olhos brilharam. Sorri.
- Demorou...
- Perdão. São problemas que outras pessoas arranjam e eu tenho que resolver. - Coloquei a bandeja numa mesinha e arrumei Lauren melhor, deixando-a mais confortável. Entreguei seu café da manhã e ela começou a comer lentamente.
- Entendi. Por que me chamou de Lolo? - Me olhou, me sentei em uma poltrona ao seu lado.
- Hum, acho que pelo mesmo motivo pelo qual te chamei de Laur. - Não sabia exatamente, o que responder.
- Então, por que não continuou me chamando de Laur?
- Porque eu senti que você não gostou muito. - Eu sou muito observadora as vezes.
- Era o jeito que ele me chamava. - Ela falou, baixo, cabisbaixa.
- Quem te colocou aqui? - Pergunto, duvidosa. Ela apenas confirmou. - E quem te chamava de Lolo?
- Por que acha que alguém me chamava de Lolo?
- Porque você também se abalou. - Comento e ela me encara.
- Você é bem observadora. - Eu ri. - Mas sim, a minha família me chamava de Lolo.
- Te chamava?
- É uma longa história. - Suspirou.
- Okay, sem Laur e sem Lolo. Calma aí... - Começo a pensar.
- Pode me chamar de Lolo, eu gosto.
- Mas eu quero um único. - Pisquei para ela e ela riu. - Hum... La... Le... Lern. Lern! - Repeti, sorrindo.
- Gostei de Lern.
- Que bom, porque vou te chamar assim a partir de hoje.
- É bem diferente, ninguém nunca me deu um apelido desse tipo Camz... - Ela devaneia.
- Camz? - Ela sorri, envergonhada.
- Pois é... Desculpa, Camila. É que...
- Não, não. Tudo bem, Camz é... Bem diferente. Ninguém nunca me chamou assim, normalmente me chamam de Mila, Cah ou Kaki. Na verdade só a minha família me chama de Kaki, e de Cah só a Jade.
- Kaki?
- Do meu primeiro nome. Karla Camila Cabello Estrabão. Estranho né?! - Pergunto, rindo.
- Não, é diferente.
- Diferente e estranho dá no mesmo. - Comentei.
- Não dá. - Ela ri. - Kaki é fofo. Cah também.
- É acho que sim. Cah é bem diferente, como Camz. Acho que quase ninguém chama Camilas assim. - Fiz uma careta, rimos.
- É a Jade que te chama de Cah, não é?!
- Isso, mas eu também tenho um apelido "único" para ela. - Fiz aspas com as mãos. - A maioria chama ela de Jadey ou Poopey...
- Poopey? - Perguntou, rindo.
- Poopey!
- Por que, Poopey?
- É que, bom, quando ela fica nervosa ela vai fazer côco. - Nós começamos a rir.
- Entendi, mas como você a chama?
- Jay. Ninguém chama ela assim.
- Jay é fofo.
- Ela também. Nos chamamos de irmãs, mas mesmo ela sendo mais velha, tenho costume de chamá-la de maninha. Porque ela é pequena, fofa, meiga. Sabe aquelas princesas da Disney? - Ela confirma. - Então, essa é a Jade. Ela parece a Jasmine de Alladin.
- Jura? - Sorri.
- Juro. Não se preocupe, vai ter a oportunidade de conhecer ela, a DJ, a Mani, a AllyCat, a Jesy e a Leigh. Minhas loucas particulares.
- Eu vou cobrar, Camz.
- Pode cobrar, Lern.
-----------------------------------------------------------Eita, Xiovanaaaa! Meu forninho foi para o espaço com tanta fofura nesse capítulo, pelo amor...
Eu estou very happy, espero que estejam gostando.
É isso, até o próximo e comentem!
E o que dizer desse GIF? Gente, na minha humilde opinião de trouxa shipper, ele é um dos melhores, mais fofos e mais amáveis gifs Camren.
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||When Two Paths If Intersect.||[>Camren, Jerrie<]||
RandomQuando dois caminhos se cruzam... Vidas interligadas de forma intrigante. O que fazer quando tudo no qual você acredita e vive vai por água a baixo? O que fazer quando você se vê sem nada, com sua esperança acabada e sonhos destruídos? E sabendo que...
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