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carter

(...)

- Pessoas como você vem aqui por três motivos, procrastinação, vício, e chifres... Desconfio do primeiro, o segundo não me parece ter sentido, o que nos resta...

Meus olhos marejaram no mesmo instante e me virei para ele:
- Você não sabe de nada! - Bradei, pois ele não tinha o direito de ficar supondo coisas sobre a minha vida sem nem ao menos me conhecer.

Mesmo que ele estivesse certo. O que nos, ou melhor, me resta, são os chifres.
- Muito obrigada por ter me deixado ficar. - Agradeci antes de pegar minha bolsa que estava em cima da mesa e sair dali a passos duros, o descarado ainda deu uma risadinha debochada.
Eu deixei bem claro para ele que suas suspeitas estavam certas afinal.

Que idiota. Só eu sei como estava me sentindo, depois te ter levado, uma quase literal "facada nas costas" de alguém que eu confiava e conhecia desde a infância.

E ele sem me conhecer, ou saber o que tinha acontecido, se achando no dever de me julgar. Sei que ele me ajudou e deixou que eu passasse a noite aqui e sei que nem todo mundo teria feito de bom grado ou sem tentar se aproveitar da situação, mas mesmo assim, isso não lhe dá o direito.
Saí quase marchando daquela sala, desci as escadas correndo, mas quando cheguei até o bar, ouvi ele gritar chamando um "garotinha".
Me virei pra ele que acabava de descer as escadas.

  - Eu tenho um nome sabia? E ele não é garotinha. -  Deixei claro.

- Não sabia, até porque você não o disse... - Disse se aproximando.

- Não tenho motivo nenhum pra dizer. - Falei. com falso deboche, no mesmo tom que ele.

- Mas que mocinha educada, do tipo que merece umas palmadas por mal criação. - Disse em tom de brincadeira, mas que mostrava malícia por ele ter lubrificado os lábios com a língua, ele era quente, mas suas palavras um tanto quanto machistas me fizeram perder a paciência, que no momento já não existia.

- Olha eu tenho que ir, não estou com tempo para brincadeiras e nem para palmadas, o que você quer? - Perguntei ríspida.

- Só lhe entregar isso. - Disse, simples. Simples até demais.

Foi quando vi que meu cardigan ela com ele, que me estendeu a peça, mas quando fui pegar em sua mão, ele simplesmente me puxou pela mesma me fazendo chocar contra seu corpo, me fitando com seus olhos verdes que cintilavam algo que nunca vi antes, seu cheiro me deixou com a garganta seca, seu peitoral contra o meu e seu hálito fresco contra minha boca me invadiu e me fez arrepiar, me deixando ofegante, sua mão quente foi parar estrategicamente em minha cintura, eu estava prestes a entrar em combustão.

Mas quando olhei em seu rosto, olhos nos olhos. Crash invadiu a minha mente, como num impulso, eu me afastei dele deixando meu cardigan em sua mão, e sai dali correndo, sem olhar pra trás, pois não mostraria a ele, meus olhos marejados...

Não era um bom dia para isso, e me afastar de problemas como esse homem se mostrou ser, é o melhor para mim.

_______

Nosso primeiro capitulo foi entregue FINALMENTE.
E as primeiras impressões depois desse joguinho de gato e rato?

Claro que não vai ficar só nisso.

Obrigada desde já por estarem lendo, fico muito grata mesmooo.

beijos

- cris

o dono do bar.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora