Somente Nós

Pequena Vingança

- O que vocês irão fazer hoje? - Minha sogra de mentira pergunta animada.

- Não sei ainda.

- Amber daqui a pouco vou buscar Pierre na casa dos avos quer vim junto? - Charlote me convida.

Fico animada e claro que digo que sim.

Terminamos de tomar café e subo para escovar os dentes.

Pego minha bolsa.

Procuro Dylan enquanto Charlote não desce. O encontro na sala de jogos jogando vídeo game com Declan e Evan.

- To saindo. - O aviso. Mas ele nem me dá atenção.

Reviro os olhos e espero Charlote no hall. Ela desce apressada.

- Desculpe. Estava procurando as chaves.

Vamos para a garagem e fico de boca aberta com seu carro.

- Bela maquina. - Digo passando a mão no capo.

- Entende de carros?

- Nem um pouco.

Ela dá partida e saímos da mansão ostentosa.

Ficamos num silencio confortável.
Charlote é uma companhia agradável. Totalmente diferente de seu irmão.

- Vamos tomar um café. - Anuncia parando o carro.

Saímos e entramos na cafeteria. Nos sentamos e ela vai direto ao assunto.

- Eu sei que você e Dylan não namoram de verdade.

- Eu... - Pega no flagra. Fico imóvel sem saber o que dizer. Dava para ver em seus olhos a certeza de suas palavras.

Fecho os olhos e me preparo para ser xingada de vários nomes horríveis.

Mas Charlote sorri e pega em minha mão.

- Não se preocupe. Não vou te chamar de aproveitadora ou algo do tipo.

Fico aliviada e solto a respiração que nem tinha notado que tinha prendido.

- Por que não?

- Por que conheço mulheres assim. Sei reconhecer uma de longe. E se você fosse uma não se interessaria pelo o meu filho e sim em chamar a atenção dos meus pais.

- Dylan te contou a verdade? - Fico surpresa que ele tenha contado.

- Não. - Ela sorri e coloca o cabelo para tras. - Eu só sei. Vocês dois não tem aquele brilho de apaixonados. Não é obvio para os demais, mas eu sou uma romântica incurável e reparo nessas coisas.

- Odeio seu irmão. - Solto as palavras e colo a mão na boca. - Me desculpe. - Solto um risinho nervoso.

Droga. Deveria dizer que eu e Dylan nos amávamos e que ela estava equivocada. Mas me sentia mal mentindo.

- Não se preocupe. Dylan é bem irritante quando quer. Mas ele é um amor em pessoa.

Isso ai é novo. Poderia dizer muitas coisas sobre Dylan Russell e ser um amor de pessoa não era uma dessas coisas.

- Se você diz. - Murmuro.

Uma jovem interrompe nossa conversa para anotarmos nosso pedido. Quando ela sai Charlote retorna a falar.

- Não sei por que ele te trouxe aqui e para mentir para nós. Então, quem realmente é Amber?

Me remexo meio desconfortável.

- Bem. - Limpo a garganta e continuo. - Não conheço meus pais. Vivi minha vida inteira no orfanato. Eu e meu irmão. Passei a metade da minha infância em lares adotivos. - Não gostava de pensar sobre isso. Era uma parte da minha vida que tinha acabado.

- Daqui a dois dias terá um evento que meus pais participam e gostaria que você viesse com a gente. Dylan irá comprar seu ingresso. É um evento para a arrecadação de dinheiro para crianças órfãs.

Uma causa nobre.