Senti pena dela e uma pontada de arrependimento. Fiquei observando-a de certa distancia. Ela estava ajoelhada na areia sujando totalmente os joelhos de suas calças, mas era possível perceber que não ligava para isso.

- Como você pode ser tão cruel?! - grita ela - Isso pertencia a minha avó. É a única lembrança que tinha dela, agora... - ela olha para o caderno amarrotado de areia - Este destruído.

Não pude dizer nada, apenas fiquei observando por mais um tempo, dei meia volta e voltei para a classe de cabeça baixa.

...

Já se passa das oito da noite e eu continuo aqui fielmente esperando por mais noticias.

Trish e Dez já foram para suas casar a algum tempo, mas agradeço a eles por terem ficado tanto tempo me acompanhando aqui nesse prédio de pesadelos.

Avisto minha mãe, vindo em minha direção. Minha única reação é me levantar de meu acento em um pulo e correr até ela e abraça-la com força. Meus olhos jorram mais e mais de lagrimas em seus ombros finos. Ela esfrega minhas costas tentando de alguma forma me consolar, mas estou em um estado inconsolável. Não consigo sentir nada além de pura tristeza em meu coração que sangra.

- Calma meu amor. Tudo irá dar certo, apenas tenha fé e confiança. - diz ela

- Eu sei... Mas dói muito saber que minha Ally está sofrendo em uma cama de hospital e que tem fortes chances de ter uma amnésia que... - não termino a frase, com medo de falar em voz alta.

- Não precisa continuar. Estou aqui para te apoiar. Sei que o amor dói ainda mais quando essa pessoa está vulnerável. Mas nunca se esqueça de confiar e acreditar que tudo irá dar certo.

Apenas balanço a cabeça e continuo a abraça-la no meio de puro choro. Minha mãe me leva a uma cadeira desocupada e se senta do meu lado. Ela olha fixamente para meus olhos vermelhos e inchados e sinto que está sentindo uma grande pena de mim.

- Vamos para casa para você poder descansar. Amanhã você volta! - Mimi beija minha cabeça.

- Não mãe. Vou ficar aqui até ter alguma noticia dela. Não posso a deixar aqui sozinha.

- Ela não estará. Uma equipe toda esta cuidando dela como ninguém. Ela esta bem acompanhada. Agora você precisa descansar. Amanhã tem escola e precisa...

- Não mãe. Não vou para a escola amanhã. - a corto - Não estou com cabeça e também não vou conseguir ter concentração.

Surpreendo-me por ela apenas assentir. Normalmente ela me obriga a ir para escola até mesmo doente, mas agora foi diferente. Acho que realmente está me entendendo e sabe como estou me sentindo perante a toda a situação.

- Vamos então? - Pergunta ela.

Eu apenas balanço a cabeça confirmando, mas ainda assim não querendo ir. Levantamo-nos e fomos em direção à porta.

(...)

No caminho para casa, me lembro dos meus momentos que tive com Ally, sendo mais especifico, o nosso primeiro encontro.

...

Estou a caminho da casa de minha quase namorada. Ontem a convidei para sair no começo das aulas, ela disse que iria pensar no caso.

Hoje quando tocou o sinal para o final da ultima aula, eu a procurei para me dar a resposta.

Ally estava prestes a entrar no carro de seus pais, mas por sorte consegui alcança-la.

Ainda tenho Esperança!Where stories live. Discover now