Capítulo 2

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Anny

A festa rolava. As pessoas ao redor se divertiam, dançavam, curtiam, a festa estava exatamente do jeito que eu queria. Para completar, minha mãe haviam conseguido trazer meus primos que eu não via a mais de um ano, porque eles haviam ido para a Alemanha, fazer intercâmbio. No momento em que eu os vi, fiquei eufórica. Passar por essa data tão importante com pessoas tão queridas, não tem preço.

- Amiga, vem cá. - ouvi a voz da Juliana.

- Já vou. - falei e virei para me despedir, momentaneamente dos meus primos.

Eu só não imaginava que me virar para as minhas amigas fosse doer tanto.

Juliana

Eu dançava e curtia a festa como se não houvesse amanhã. A festa estava muito boa e animada, tinha muito tempo que eu não curtia uma festa assim, por isso eu aproveitava bastante.

Camilla se manteve ao meu lado durante boa parte da festa, Anny estava com os primos, mas já vinha ao nosso encontro.

- Amiga, vou ao banheiro. - ouvi a voz da Camilla e só assenti, vendo ela sair.

Continuei dançando, até sentir uma mão no meu braço e logo em seguida uma boca grudada à minha. Eu retribui o beijo, confesso, mas logo abri os olhos e vi o Thiago.

Me afastei, imediatamente, e por impulso, dei um tapa nele.

- Ai, por que fez isso? - perguntou me olhando confuso.

- Você não pode simplesmente me beijar e achar que é normal. - falei envergonhada ao ver que muitas pessoas olhavam aquela cena.

- Juliana, eu... - tentou falar, mas eu o interrompi.

- Preciso sair daqui. - falei e segui festa a dentro tentando achar a Anny.

Eu podia estar enganada, vendo coisa onde não tem, mas mesmo que ela não tenha me falado nada, sinto que a Anny nutre sentimentos pelo Thiago, mas não tem coragem de admitir.

Andei por toda a festa mas não a encontrei, indo assim até o seu quarto, em sua casa. Eu conhecia sua casa, já havia dormido ali tantas vezes, que já me sentia em minha própria casa.

Bati na porta, mas ninguém atendeu, mas por desencargo de consciência, empurrei a porta e a encontrei lá.

- Anny. - chamei baixinho e entrando no quarto. - O que foi? - perguntei mesmo que já desconfiasse da resposta.

- Oh, nada, Ju. - falou virando o rosto. - Pode descer e curtir a festa, já já eu desço. - falou, evitando me olhar.

- Eu sou uma das suas melhores amigas, eu sei que não esta bem, me conta o que foi? - pedi séria.

- Olha, Ju. - respirou fundo. - Eu gosto do Thiago. - falou o que eu imaginava. - Mas gosto dele desde do ensino fundamental. - falou me chocando. - Eu nunca quis falar, porque na verdade já via que ele gostava de você, e o medo de tomar um fora era maior.- continuou. - Mas tudo bem, não aconteceu nada do que eu já não esperasse. - falou me olhando.

- Por que nunca me disse isso? - perguntei.

- Na verdade, eu nunca me senti a vontade para falar sobre isso. - explicou. - Nem mesmo Camilla sabe.

- Eu queria ter sabido disso antes. - falei.

- Desculpa, não é muito fácil falar sobre isso, ainda mais com você. - justificou e eu assenti, tentando me colocar no seu lugar.

- Eu entendo, desculpa. - falei.

- Só quero te pedir uma coisa. - falou. - E quero que me prometa uma coisa. - falou me olhando séria.

- O que? - perguntei.

- Se você gosta dele, realmente, fica com ele. - falou.

- Mas você acabou de... - fui interrompida.

- Eu vou ficar bem. - falou convicta de que aquilo se resolveria assim.

- Não, você não... - fui interrompida de novo.

- Juliana, não dá para forçar algo que não existe. - falou e secou uma lágrima que escorreu. - Thiago não gosta de mim, pode doer, mas é melhor que só um sofra nessa história. - falou.

- E esse alguém tem que ser você? - perguntei.

- Não tem jeito, né?! - falou e forçou um sorriso.

- Anny, não tem necessidade de falarmos sobre isso hoje, vamos desce para a festa, hoje é para ser um dia divertido, e não merece ser estragado por nada. - falei e ela sorriu e assentiu se levantando.

- Então vamos descer. - falo indo até a porta.

Anny

Voltar para a festa como se nada tivesse acontecido foi difícil, mas como a Juliana mesmo falou, hoje é dia de festa, e não de ficar remoendo um sentimento que eu sei que não vai se desenvolver.

- Onde você estava? - ouvi a voz da Camilla assim que voltei para a festa.

- Eu fui lá em casa rapidinho. - falei normal.

- Menina, vamos dançar. - falou me arrastando até a pista, que havia montada ali.

Ficamos nessa até tarde da noite. Meus pais já haviam se recolhido, restando somente os meus amigos.

{...}

Quando eu cheguei em casa naquela madrugada, eu estava completamente acabada. Meus pais haviam contratado a equipe de limpeza do buffet, que limparia o local no dia seguinte da festa, por isso não me preocupei com isso e segui até em casa com a ajuda de alguns garçons e dos meus primos, eu subi com os presentes que eu havia ganhado, o que não era pouca coisa.

- Vocês já conhecem a casa, fiquem a vontade, eu to morta, e vou capotar na cama. - falei com os meus primos e segui até o meu quarto, rapidamente.

Tirei toda a minha maquiagem e roupa, tomei um banho rápido e cair na cama, em menos de cinco minutos e eu já havia apagado. Graças ao cansaço, eu não iria ficar me remoendo de coisas que aconteceram, que poderiam ter acontecido e as que não aconteceram.

Nem mesmo a curiosidade para saber o que eu havia ganhado de presente, me manteve acordada.

Apesar dos pesares, hoje havia sido um dia bom. Nada apagaria as coisas boas que me aconteceram naquele dia. Nem mesmo um amor platônico frustrado.  

Um amor pra recordar (EM REVISÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora