Prólogo.

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"Quando eles apareceram foi como um estopim, o medo se geralizou e as pessoas previram a destruição e o caos."

Lembro-me da época em que vivemos em paz, a guerra havia acabado e tudo de errado em Lasbel desapareceu. Como se por um momento as indiferenças entre os povos sumisse e todos fossemos um novamente. As crianças corriam livremente pelas suas vilas sem temor e com o sorriso no rosto.

Dizem que esquecer o passado é desvalorizar o presente e destruir o futuro. Eu não sabia oque significava até aqueles dias chegarem. Nossa ignorância quase nos eliminou.

Foi no ano de 501, eu supostamente ainda trabalhava na pequena biblioteca do vilarejo, meu conhecimento sobre as Guerras do Outono e as Batalhas de Carmesin me colocaram como tutor dos mais jovens. Nessa época eu tinha 21 anos, porém a pouca idade não importava contra a tamanha força de experiencia. Filho bastardo trazido aqui, antes mesmo de completar um mês de idade, pelos meus pais. Nunca fiquei sabendo da verdadeira história sobre nossa terra natal. Oque nos importava eram os dias calmos e tranquilos.

Certo dia eu estava arrumando alguns livros por ordem histórica e distraidamente derrubei um deles. Ao abaixar-me pude notar uma linda moça, com seus belos cabelos ruivos e um sorriso lindo. Ela se abaixou para me ajudar a pegar aquele que caiu.

- Aqui está. - Disse ela com tamanha simpatia me entregando-o.

- Muito obrigado, senhorita. Tem algo em que posso ajuda-la ? - Perguntei enquanto a olhava nos olhos.

Aquele sorriso tímido porém encantador.

- Na verdade, eu procuro um certo livro, ele se chama O Vôo do Beija-Flor. Voce o teria ?

Eu levantei minha mão sobre o queixo e pensei se havia algum exemplar dele, porém lembrei que aquele livro ja se perdeu no tempo, esquecido. Um tipo de raridade que já não se encontrava em qualquer lugar. Olhei para ela e disse:

- Desculpe. Não vou ter este livro. - Caminhei alguns passos, ainda com um tom pensativo no ar. - Essa história, eu a conheço bem, pois foi uma das minhas primeiras. É uma linda história, nunca vou esquecê-la.

Ela me olhou com um pouco de desapontamento, com os ombros para baixo, ela disse em um tom baixo algo como "Está bem" e se virou suspirando. Eu conhecia aquela história como uma planta conhece seu jardim, foi então que resolvi fazer uma proposta.

- Espera... Veja bem, por um certo motivo meus pais me contaram esta história repetidas vezes em minha infância, creio que posso contá-la a ti assim como eles faziam.

Os olhos dela brilharam novamente, era como se sua alma fria tivesse sido aquecida novamente, provavelmente aquele conto lhe era especial de alguma forma.

- Eu adoraria ! - Disse ela com um enorme sorriso no rosto. - Me chamo Suzan Castelari.

- Muito prazer Suzan. Meu nome é Jonhan Black.

Aquele breve momento selamos com um simples aperto de mãos e um toque confidente. Daquele dia em diante ela começou a me visitar, todos os dias, por semanas. A cada capítulo que se passava ela me transmitia mais paixão e calor como se nossas vidas se interligassem numa constelação sem fim.

- "E então, com o último suspiro de adeus ele se deixou levar pelo vento. Para longe da flor dos seus sonhos." - Falei a ultima frase do livro. Os olhos dela pareciam derreter em lágrimas com aquele belo final.

Vários dias haviam passado, e nós dois nos tornamos íntimos. Todos os dias ela vinha para a biblioteca e eu compartilhava as histórias, juntos. O amor talvez cresça como uma árvore, leva tempo para se moldar e tornar-se único.

As Moedas de LasbelWhere stories live. Discover now