Prólogo

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Destino. Ele não passa de um sacana! Faz o que quer sem se importar com o que vamos sentir. Ele faz suas merdas, e nós é que ficamos com as consequências. E com tantas vidas para destruir, ele tinha que escolher justo a minha!

Meu nome é Melina Alcântara, e eu era muito feliz com meus pais, mas há 7 anos minha vida mudou completamente. Na noite de 18 de maio de 2008 enquanto eu dormia tranquila no andar de cima, meus pais viviam o inferno na sala de estar.

Eu acordei de madrugada com um barulho estranho, parecido com o de uma bomba de festa junina, mas não era, eu sabia que era um tiro e por isso eu gritei e corri para o andar de baixo, de onde vinha o maldito barulho e a cena que eu jamais irei esquecer.

Meus pais me olhando apavorados, enquanto um bandido desgraçado apontava uma arma para os dois. Não consigo descrever o que senti naquele momento. Pavor parece uma palavra muito singela e pouco descritiva. 

— Olha só quem resolveu aparecer! Parece que vocês não estavam sozinhos afinal. — O tom de deboche daquele homem me irritava, mas eu não conseguia me mover, apenas ficava ali, parada, olhando as lágrimas descerem silenciosas pelo rosto da minha mãe.

— Desça lindinha, venha participar do show! — Ele pede com uma expressão lunática na face, sua voz estava ridiculamente animada e aquilo apenas contribuiu para aumentar o meu pavor. Eu obedeci, calada, tomada por um medo que eu nunca senti antes. — Senta ali — Ele aponta para uma poltrona vermelha e eu nego com a cabeça, sem nem mesmo pensar antes de fazer esse movimento — Ah vai sentar sim, pois caso o contrário, lindinha, eu não vou ser nenhum pouco bonzinho com você — Seu tom era frio e debochado, um sorriso sinistro reluzia em seu rosto, e um arrepio frio percorreu minha espinha, gelando todo o meu corpo. 

— Vai meu amor, faz o que ele está mandando. — Minha mãe pede com uma voz embargada, eu sei que ela está com medo, conheço-a o bastante para isso. 

Por isso eu obedeço, caminho até a poltrona e me sento, nela dá para ver perfeitamente a angustia na face dos meus pais, sem sair da visão do idiota que está com a arma apontada, ameaçando a vida daqueles que eu amo. 

— Por favor cara, pode roubar o que quiser, mais deixa a gente em paz, por favor. — Meu pai implora e o idiota ainda tem a audácia de gargalhar.

— Alfredo Alcântara implorando? — Ele gargalha ainda mais — Isso aqui está ficando cada vez melhor! — Ele vai até minha mãe e passa a arma repugnantemente pelo seios dela, enquanto ela tremia sob o toque indesejado. — Eu posso levar tudo o que eu quiser mesmo Alfredo? — ele pergunta com um sorriso zombeteiro na face e o rosto do meu pai se fecha, o amedrontamento de seus olhos dava agora lugar a fúria.

— Eu vou matar você, seu desgraçado. — Meu pai praticamente rosna.

— Baaaang, Resposta errada! — Ele imita o som de uma buzina e aponta a arma para a cabeça da minha mãe.

— Olha, — Meu pai passa as mãos nervosamente pelos cabelos, um claro sinal de sua tentativa de se acalmar — Minha mulher e minha filha são meus bens mais preciosos, leve o que quiser, qualquer coisa de valor que você encontrar, eu prometo que não vou te denunciar para a polícia, mas elas não. Não as machuque, por favor.

Minha mãe começa a chorar ainda mais, provavelmente não conseguindo dar conta do medo que se apodera dela, da pressão psicológica que ela está sofrendo é maior do que um ser humano normal é capaz de suportar. E o idiota parece que se irrita com isso, como se tivesse o direito de se irritar com alguma coisa depois de tudo que fez e está fazendo.

—  Oh criatura irritante essa viu, Quer saber? — Ele olha para minha mãe, a boca começando a se contorcer em um sorriso doente — Vou aliviar o seu sofrimento — E então, sem mais nem menos ele atira nela, bem na cabeça, fazendo jorrar sangue pelo seu rosto. Então ela cai no chão, os olhos sem vida fitando o teto.

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