Capítulo 2

35 4 0
                                    

...Quase morro do coração, saquei meu taco na mesma hora e faltou um milímetro para não atingi-lo.Quando o vi ali na minha frente, fiquei desestabilizada e sem forças, foi como se minha vida toda passasse pela minha frente. Cai de joelhos e ele se ajoelhou em minha frente e me abraçou e eu chorei tudo que eu vinha guardando dentro de um mês.

-Pensei que estivesse morto.

-Consegui sobreviver.

-Como?

-Mais tarde falaremos sobre isso, agora vamos sair daqui, não sei o que está acontecendo com esses sonolentos, estão estranhos ultimamente.

-Sonolentos?

- E assim que os intitulamos. Agora nos levem para o abrigo de vocês.

Levantei-me com sua ajuda e seguimos para fora, realmente eles estavam em maior quantidade e mais rápidos mesmo estando à noite. Maicon foi à frente mostrando o caminho, quando chegamos ao cinema- estava tão anestesiada que nem havia percebido o tom de autoridade em sua voz, só percebi quando olhei para Maicon que estava com cara de quem ia matar alguém, fiz com que Paulo me contasse tudo.

*****

- Me explique o que esta acontecendo!

- É o seguinte Sara, no dia do ocorrido, quando percebemos que as coisas estávamos estranhas e nós vimos os sonolentos além de termos escutado no rádio eu a deixei em sua casa para você encontrar sua família e tira-los dali e eu a encontraria em uma hora, se lembra?

- Sim.

-Quando cheguei em minha cara não restava nada. Então voltei para encontra lá, mas quando cheguei a sua casa ela estava cheia de sonolentos e não havia como você estar viva, até agora não acredito que você está, mas neste dia eu me escondi e quando vi que eles haviam se dispersado eu entrei na sua casa e não a encontrei em lugar algum, só vi os corpos de seus pais e suas irmãs.

-Ahh Paulo, minha mãe me salvou. - Falei quando uma lagrima escorreu, ele levantou a mão e a secou. Ela me empurrou para a cobertura, quando ela percebeu que eles não subiam escadas, mas ela não conseguiu se salvar.

-Eu sinto muito, meu anjo.

- Quando você me deixou em casa, corri para avisa-los, estavam apenas me esperando então começamos a enviar roupas e comida dentro de bolsas isso foi quando nossa vizinha nós chamou no interfone e meu abriu o portão para ela, foi ai que eles entraram eu até tentei fechar as portas, e apagar as luzes como haviam falado no radio, mas eles conseguiram entrar e o resto você já sabe.

-Sara eu estou aqui agora.

-Mas você não pode mudar o que já passou.

-Sara, posso falar com o seu amigo Paulo?

-Sim, claro eu vou deixar vocês sozinhos.

-Pode ficar.

- Tudo bem.

-Então, qual é o seu nome rapaz?

-Paulo.

-Bom o meu e Maicon, queria saber de que abrigos vocês são já que seus amigos me disseram que vocês não são rebeldes.

-Nós não temos nenhum abrigo, simplesmente ficamos pulando de um lado para o outro procurando sobreviventes.

-Então vocês irão partir?

-Em Breve. -Ele olha para mim como quem pede desculpas

Estamos deitados já faz quatro horas, Paulo está em um colchão perto de mim, quando me viro ele está acordando.

-Não consegue dormir?- Ele me pergunta.

-Digo o mesmo!

-Continua arisca como sempre!-Ele ri.

-Pensei que nunca mais te veria.

- Eu sei, eu também pensei.

-Por que você está indo embora?

-Tenho que ajudar outras pessoas, não posso deixa-las serem mortas por estes demônios.

-Então me deixe ir com você

-Aqui você estará em segurança.

- Eu já tenho dezenove anos eu sei me cuidar.

- Eu sei , mas escute eu prezo pela sua vida.

-Mas eu quero ajudar e também não quero te perder de novo.

Então ele me beija saciando todo aquele desejo reprimido que venho guardando desde o dia que pensei que também o havia perdido. Sei que nosso foco agora e sobreviver e ajudar as pessoas que ainda estão sozinhas e desorientas, mas eu precisava sentir este amor dentro de mim novamente, pois minha sede de vingança é tanta, que acabou me deixando fria. Afasto-me dele.

-Paulo, agora não e o momento para isto, eu realmente quero ajudar e descobrir quem está por trás de toda essa confusão, além do mais quero conhecer mais sobre os sonolentos. É quando eu descobrir quem inventou essa coisa eu mesma irei mata-lo.

Ele nem teve a chance de se manifestar, quando ocorreu à explosão e todos começaram a correr e gritar.


SufocoWhere stories live. Discover now