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Acordo com o monótono toque do meu despertador, como todos os dias da minha vida.
Levanto-me e arrasto-me até á casa de banho lavo a cara, meto a minha maquilhagem preta, e volto para o quarto onde tiro do roupeiro as minha roupas comuns e escuras.

Desço e como sempre a casa já se encontra completamente sozinha vivo apenas com o meu pai, a minha mãe tivera morrido no parto, um dos motivos pelos quais o meu pai me evita além de ser bastante ocupado em relação ao trabalho, eu fui criada por os meus avós mas com o tempo eles adoeceram e acabaram por morrer devido a não aguentarem determinados tratamentos e acabei por ter de ficar com o meu pai.

Saiu de casa e começo o meu caminho em direção á escola, 10 minutos a pé depois chego, entro e começo o meu caminho em direção ao meu cacifo onde se encontram todos os meus livros e cadernos, retiro os que necessito para o dia inteiro, e sigo o meu caminho em direção á sala onde irei ter mais um secante aula de matemática.

Matemática, como eu te odeio, eu já sei o básico necessário para a vida, para que complicar, juntando letras com números, será que não entende que não resulta!?

(...)

Suou o som estridente da campainha da escola, e apresso-me a sair da sala, talvez tenha sido mesmo a primeira a sair.
Encontro finalmente um dos bancos de pedra, do jardim desta maldita escola, livre. Sento-me e observo tudo em meu redor, o exterior da escola recentemente pintado em tons de cinza, admito eu até gosto, da um ar moderno a escola, que deve contar já com os seus 30 anos.
Vejo uma figura masculina aproximar-se de mim, atrevendo-me a dizer que a mesma se encontra desorientada.

"Olá. Sou um aluno do intercâmbio, e não conheço isto, estou perdido digamos assim. Será que me podes indicar onde é a secretária?"

Permanecia, quieta e calada, eu não falo desde desde a morte dos meus avós, muitos pensam que perdi a voz, devido ao trauma de os ter perdido, mas não é apenas a minha forma de lhes prestar homenagem, um pouco estranha eu sei, mas cada um sente dor á sua maneira, esta é a minha, não irei falar, só quando realmente me soltar desta dor. Perder as pessoas que te criaram como se fosses sua filha, eu considerava realmente os meus avós como pais, custa e muito, ter de aceitar que eles partiram, e que nunca mais vão lá estar para te aparar quando algo corre mal, com os seus conselhos sábios e principalmente com o seu amor e carinho. Acreditem eu sofri tanto quando tive de ser entregue ao meu pai, eu pensava que sabia o que era realmente dor, até o conhecer, aí a dor tomou outro rumo, eu realmente sofri e descobri o que é a dor, um sentimento profundo, que te atormenta vezes sem conta no mesmo dia, que te consegue mudar o teu estado de espirito de um momento pra o outro, que arruina o teu dia, a tua semana, o teu mês, o teu ano, a tua vida é só te trás sofrimento. Eu sou sofro e eu vou sofrer o resto da minha vida, por não me conseguir libertar desta dor, que me persegue.

Entretanto tinham-se passado uns 5 minutos de silêncio constrangedor.

"Eu posso ser de outro país, mas não te faço mal podes falar." - disse engraçando lançando um sorriso no final

Permaneci em silêncio e sem qualquer expressão. Embora tenha de admitir que o rapaz tinha um belo sorriso.

"Já vi que não falas, mas será que ao menos poderias apontar!?"

Assenti o que ele acabara de dizer, e fiz como ele tivera pedido, apontando para um edifício mesmo atrás de si.

"Obrigado! Já agora sou o Shawn, e embora tenha gostado deste momento, e adoraria continuar aqui contigo a apreciar este maravilhoso silêncio, eu tenho mesmo de ir. Até uma próxima."

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⏰ Última atualização: Oct 19, 2015 ⏰

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