- Está fardado –mexeu-se –a imagem...roupa de canalizador!
Ela está a viver novamente a situação, calma Jennifer.
- Consegue ver algum símbolo? Nome?
- Adam –disse exaltada e abriu os olhos rapidamente
- Está segura –dei-lhe a mão –bom trabalho
Olhei para trás, para o vidro e sorri. Fiz um óptimo trabalho. Através desta sobrevivente e do seu depoimento, em breve, poderemos culpar o homem do casal, não só pelos homicídios por asfixia em motéis como também por violar e esfaquear jovens nas ruas. Podemos agora mais facilmente encontra-lo usando o facto de ele ser canalizador e elementos como a imagem que ela desenhará.
(...)
James e o resto da equipa elogiaram-me pelo trabalho. Em seguida, fomos para outra sala, onde poderíamos ver e ouvir o interrogatório à mulher do casal.
Ao fim de vários minutos e acusações a senhora continuava a defender o marido. Ela confessou que fizeram sexo no motel e usaram preservativo por causa da sua protecção, pois ele ama-a. Ela não pode engravidar, ou seja, ele tem uma DST (doença sexualmente transmissível), mas se são um casal e não há historial de DST, porque é isso agora? Estranho não? Foi então que descobrimos mais. Descobrimos que estiveram inactivos por causa de uma traição. Adam traiu a sua esposa, e, esta quando descobriu acabou com tudo o que faziam enquanto casal. Ele ficou afectado com uma DST com outra mulher e desde a reconciliação que usam preservativo. "Para me proteger. Ele ama-me!" foi o que a mulher respondeu quando questionamos acerca do preservativo.
- Continua a defender o marido e a frisar que se amam –um agente disse - é doentio
- Se eles ultrapassaram a traição há alguns anos mas só agora começaram a matar pessoas como preliminar algo os incentivou –James pensou alto e ignorou o comentário
- Podem ter começado uma terapia de casal –Charles sugeriu
Rapidamente foram pesquisados terapeutas de casal e a frequência do casal nestes. Logo encontramos uma jovem terapeuta que os ajudava. Se Adam sabia que a sua esposa estava na polícia não tinha nada a perder, ficando mais perigoso. Então, o mais provável é ter ido ao encontro da terapeuta para se vingar.
- Usem o facto de o marido ter matado sozinho. Ela vai-se sentar traída! –falei –façam pressão psicológica –sai atrás de James e entrei no carro a seu lado
- Deste uma boa sugestão, espero que a usem –James disse – liga á terapeuta, eles já me enviaram o número –passou-me o seu telemóvel e eu liguei
*Chamada On*
- Boa noite, estou a falar com Ella?
- Sou eu –uma voz feminina respondeu
- Daqui é a polícia. Agora responda às perguntas calmamente com 'sim' ou 'não'
- De momento não o posso atender –Ella respondeu. Ela está a colaborar.
- Está no seu consultório com o Adam?
- Sim
- Estão sozinhos?
- Sim – a voz estava agora alterada
- Ele é sádico, a sua mulher está presa e corre perigo. Estamos a camin...
*Chamada Off*
A chamada caiu e certamente foi o Adam que percebeu e desligou. Olhei James que ouvira a conversa e tinha aumentado a velocidade.
- Assim que sairmos do carro vestimos os coletes e vamos, temos pouco tempo –declarou James
Pouco depois chegamos ao prédio velho usado por vários médicos, advogados e terapeutas. Vestimos os coletes e entramos no edifício de arma na mão.
- Tem cuidado Jennifer –James aconselhou e foi à frente
Atrás de mim, apressadamente, subiam a escadaria mais agentes.
Ouvimos gritos e invadimos o corredor do terceiro piso. Ao fundo, a mulher que antes gritava e batia às portas dos consultórios, agora lutava pela sua vida enquanto Adam a tentava asfixiar. Avistei o perigo e uma onda de adrenalina invadiu-me. Agora sim, sinto o que sempre quis.
Corremos até eles e um agente musculado atirou-se para ele fazendo-o largar a mulher. Ela fugiu para um canto e encolheu-se a chorar. Outro agente passou por mim a correr e ajudou a agarrar o descontrolado homem. James olhou-me e sorriu, podia dizer que ouvi um 'bom trabalho' mas isso não era nada, tinha uma sobrevivente ao meu lado em pânico e tinha de ajudá-la.
(...)
Soltamo-nos do abraço e ele olhou-me.
- Como estás coisa boa? –Jack mexeu-me no cabelo a sorrir
Ontem, quando voltei à esquadra, a esposa do Adam pediu para o ver e assim que o fez deu-lhe um estalo. Aconteceu o que previ, sentiu-se traída e enganada, mais uma vez. Revoltada com tudo tentou agredi-lo, e, felizmente temos bons agentes que os controlaram. Passei lá o resto da noite a terminar o caso e tratar da burocracia. Posto isto, James mandou a equipa embora e deu o dia de folga. Fiz a minha corrida matinal um pouco mais tarde, conversei com Eleanor por chamada durante um intervalo do seu ensaio e vim para uma esplanada ter com Jack.
- Bem –sorri e sentei-me –um pouco cansada mas de tarde devo dormir
- Deve ter sido esgotante –falou ao sentar-se
- Foi cansativo mas digamos que adorei sentir toda a adrenalina
- E tu que não adorasses o perigo!
- Não foi assim tanto –admiti –mas ajudei muito na investigação e consegui um excelente depoimento de uma sobrevivente
- Coisas que só deste na teoria não é?
Anui e Jack pediu um café.
- Adoro ver-te com esse sorriso, apesar das horríveis olheiras –Jack gozou
Reviro os olhos e bebo o resto do sumo natural.
- O James excitou-se? –provocou-me e sorriu à empregada que pousara o café
- Apesar do carro ser confortável estivemos ocupados com o caso –sorri para Jack
- Como se precisasses do carro...-Jack comentou
Se não gostasse tanto dele atirava-lhe uma cadeira.
- Calma Jen, também gosto de sítios diferentes -respondeu-me com o seu melhor sorriso, aquele que me derrete.
***
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Unforgettable
ChickLitUma polícia recentemente formada que trabalha com um atraente tenente. Uma miúda aventureira e que não poupa na adrenalina. Uma mulher sonhadora, desarrumada e peculiar. Uma menina que saiu do seu país em busca de algo que nem ela sabe. Estas são a...
The end
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