Pov Sn Barbosa
Aproveite bem a vida, Sn. É o que minha mãe vivia me dizendo. Não sei exatamente o que ela queria dizer com isso, mas acho que estava fazendo um bom trabalho nesse sentido. Trabalhei com pessoas incríveis e sinto que fiz a diferença a cada dia. Estava em um relacionamento saudável e cheio de amor com o Spencer. Tinha uma biblioteca só minha no meu apartamento, algo que sempre sonhei.
Na verdade, olhando para minha vida agora, acho que ela está do jeito que eu sempre quis: um bom emprego, um namorado maravilhoso, saúde mental estável, um ótimo relacionamento com minha mãe e várias outras coisas que me fazem feliz."
"Como Clarice Lispector disse uma vez: 'O que importa afinal, viver ou saber que se está vivendo?'
Sempre me orgulhei de aproveitar bem a vida... Mas por que estou falando no passado? Neste exato momento, estou em uma sala de cirurgia, lutando contra uma hemorragia interna. Parece surreal, não é?
Tudo aconteceu tão de repente. As facadas que recebi da Rebecca foram tão profundas que até agora carrego suas marcas, tanto no corpo quanto na alma. Não sei como cheguei a este ponto, mas aqui estou, em algum lugar entre viver e simplesmente existir.
Sinto uma luz forte invadindo meus olhos, quase me cegando, e, de repente, estou em um lugar completamente diferente. Parece um campo infinito de flores — pequenas, delicadas, de todas as cores que você possa imaginar.
Olho ao meu redor, tentando encontrar algo além desse mar colorido, mas tudo o que vejo são mais flores. O silêncio é quase ensurdecedor, e uma sensação de solidão começa a pesar no ar.
"Mãe? Pai? Spencer? Penélope? Billy? Alguém está aqui?" — minha voz ecoa pelo campo vazio, mas nenhuma resposta vem.
"Deus, por favor, se você realmente existe, salva ela. Por favor. Eu não sei o que seria da minha vida sem ela."
De repente, ouço uma voz, suave, mas carregada de desespero. Alguém está orando por mim.
Meu coração acelera. É o Spencer. Spencer. Mas... ele é ateu. Por que ele está orando? O tom de sua voz transborda dor e medo, algo que eu nunca imaginei ouvir dele.
A dúvida e a emoção me consomem. Se ele está orando, então as coisas devem estar realmente ruins. Será que ele acredita agora? Ou será apenas desespero?
Tento correr na direção da voz dele, mas é inútil. Por mais que eu me esforce, não consigo encontrá-lo. O campo parece interminável, uma extensão infinita de flores que não leva a lugar nenhum.
Exausta, paro e me deixo cair no chão, sentando-me no meio daquele oceano colorido.
"Eu só quero voltar para ele", sussurro, enquanto lágrimas quentes escorrem pelo meu rosto. A sensação de impotência me envolve, como se eu estivesse presa entre dois mundos.
Pov Spencer Reid
Seguro a mão de Sn com carinho, mas também com um medo quase sufocante de perdê-la. Só de pensar nessa possibilidade, sinto meu mundo desmoronar. A ideia de uma vida sem ela é vazia, sem sentido, como se tudo que me mantivesse em pé simplesmente deixasse de existir.
O que sinto por ela é algo que não consigo explicar. É surreal. Nunca amei ninguém assim antes. Sn é a mulher da minha vida, exatamente como sempre sonhei. Não estou falando apenas de aparência — é a essência dela, sua personalidade, sua força, tudo o que ela é.
Nunca pensei que seria capaz de amar alguém dessa forma. É um amor tão profundo que chega a doer. Perder Sn não é uma opção. Nunca foi.
Acabo lembrando da vez em que ela me apresentou uma música de um cantor brasileiro chamado Djavan. O nome da música era Um Amor Puro.
Flashback
Saio do banheiro vestindo apenas uma calça de moletom cinza, segurando uma toalha para secar o cabelo. Ao entrar na sala, vejo Sn ao lado da vitrola que o pai dela lhe deu de presente. Uma música brasileira ecoa pelo ambiente.
Honestamente, não entendi uma única palavra do que o cantor dizia, mas a melodia era tão suave, tão encantadora, que me deixei levar por ela. Só percebo que Sn tinha se virado para mim quando escuto sua voz:
"Vem cá", ela me chama, com aquele sorriso que sempre me desmonta.
Eu obedeço, é claro. Como poderia recusar?
Sn me puxa para um abraço e, sem dizer nada, começamos a dançar, embalados pela música. Era como se o mundo lá fora tivesse desaparecido.
"Quero mais que tudo, tudo, tudo, tudo
Te amar sem limites
Viver uma grande história"
Ela sussurra as palavras da música, olhando diretamente nos meus olhos. Naquele momento, eu soube que estava perdido — perdido e completamente apaixonado por essa mulher que conseguia transformar até os gestos mais simples em poesia.
"Com licença, Dr. Reid?" — uma voz me chama, tirando-me dos meus pensamentos.
Limpo as lágrimas rapidamente, tentando parecer mais firme do que realmente estou.
"Sim, sou eu," respondo, encarando o homem à minha frente.
"Eu sou o Dr. Smith," ele começa, com uma expressão séria. "Sn está em uma condição muito debilitada. A hemorragia fez com que ela perdesse muito sangue."
Sinto meu coração apertar, como se o chão estivesse desaparecendo sob meus pés.
"Ela vai conseguir sobreviver?" — pergunto, minha voz quase falhando.
O médico suspira, hesitando por um momento antes de responder:
"Honestamente? Só um milagre."
Pov Sn Barbosa
Você deve estar se perguntando como isso aconteceu. Como eu cheguei a esse ponto? Bem, para entender, precisamos voltar ao começo do dia...
A manhã começou como qualquer outra. Fiz minha rotina habitual, tudo parecia normal. Mas, quando cheguei à UAC, uma dor lancinante tomou conta de mim, bem nas feridas das facadas que recebi. Era como se algo estivesse rasgando por dentro.
A dor era tão insuportável que quase não consegui prestar atenção na Penélope enquanto ela falava. Tentei me concentrar, mas estava difícil. Decidi levantar e ir até o jatinho para tentar me recompor.
Foi então que notei os olhares assustados do resto da equipe. Eles estavam imóveis, encarando algo. Olhei para Reid, que tinha os olhos fixos na minha barriga. Quando segui o olhar dele, percebi o que estava acontecendo: um sangramento enorme escorria pela minha camisa.
Minha visão começou a ficar turva, meu corpo parecia mais leve a cada segundo.
"Com licença, pessoal," murmurei, minha voz fraca, antes de tudo escurecer e eu desmaiar.
A única coisa que consigo lembrar é de Spencer. Ele me pegou nos braços, com um olhar que mesclava desespero e determinação, e me carregou até o carro. Lembro vagamente da pressão de suas mãos tentando me manter acordada, da sua voz chamando meu nome.
Depois, tudo ficou confuso. Fragmentos de memória — a luz fria de um hospital, a sensação de ser colocada em uma maca, vozes apressadas ao meu redor. Mas, além disso, nada. Apenas o vazio.
Agora estou aqui, nesse campo de flores, e tudo parece tão distante. Como se estivesse presa entre dois mundos.
Continua........
Nota da autora: Se você gostou, vote e comente, isso me ajuda muito a continuar com a fic
Até bjs da Perséfone 🖤🤍
YOU ARE READING
𝐏𝐄𝐒𝐒𝐎𝐀 𝐂𝐄𝐑𝐓𝐀-𝘚𝘱𝘦𝘯𝘤𝘦𝘳 𝘙𝘦𝘪𝘥
Fanfiction𝐒𝐈𝐏𝐍𝐎𝐒𝐄:A vida é cheia de complicações, e a de Sn Barbosa não é diferente. Ao integrar a UAC, Sn se vê confrontada com desafios intensos, mas encontra apoio crucial em Spencer Reid. Entre os obstáculos está William Jones, um ex-namorado obsti...
