I'll Follow the Sun

Seja meu Sol

As gotas de chuva caem sem parar ao lado de fora da casa amadeirada, cujo dois moradores residem.

Jongin observa de forma fascinada cada gota que seus olhos capitam dançando suavemente até que pairem ao chão tornando-se parte daquela grama encharcada e bem cuidada. Tudo aquilo que se passa perante aos seus olhos achocolatados lhe trazem nostalgia explicita, visto que fora nessa mesma chuva de primavera que conheceu seu namorado, do qual se encontra enfurnado no quaro possivelmente escrevendo uma nova estória que logo será mais um de seus sucessos, afinal ser um dos melhores escritores de sua geração é algo raro.

O moreno aperta a caneca de chocolate quente entre as duas mãos perguntando-se quando aquela chama se apagou. Quando Kyungsoo se esqueceu das datas especiais? Quando fora que começou a fazer sexo como algo obrigatório por serem um casal?

Será que ele ainda o ama?

A cada pergunta elaborada por sua mente conturbada percebe seus olhos arderem dando-lhe alerta de que seus sentimentos estão a ponto de eclodirem através de seus olhos bonitos, porém vagos. Droga!... Prometera para si mesmo que faria dar certo, entretanto um relacionamento é composto por duas pessoas, portanto não há resultados benéficos quando apenas um dedica-se completamente enquanto o outro apenas empurra tudo com a barriga.

- Estou cansado! Sou novo demais para deixar-me deprimir por que meu namorado não me ama mais!

Jongin analisa sua aliança banhada a prata deixando-se novamente divagar em suposições do por que Kyungsoo não lhe ama mais, ou até mesmo arrisca-se a crer que o pequeno de olhos expressivos já encontrara outro alguém. Talvez não seja bom o suficiente para o Do.

Exausto está, não quer mais esperar que o mais velho tome a atitude de acabar com aquilo, simplesmente por que não quer ouvir do menor que tudo acabou, que o amor já está extinto, assim como uma estrela brilhante que um dia se apaga.

Aquela dor é apenas a sensação de abandono. Sagaz e traiçoeira!

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É tarde da noite quando a chuva cai sem poupar esforços. O moreno deita-se ao lado do companheiro que apenas lhe da um selar robótico nos fartos lábios, e sem ao menos desejar boa noite vira-se para o lado ao contrario logo se deixando embalar pelo sono profundo. Entretanto Jongin ainda está acordado. Seus olhos ardem novamente e sem emitir som algum deixa as lágrimas transbordarem de seus olhinhos antes de seguirem rumo às bochechas macias e enfim caírem em seu pescoço. Ele apenas deseja seguir o Sol quente e acolhedor para que toda aquela frieza amargurada saia de seu coração dilacerado. E é com essa dor que se levanta da cama com cautela, sem se importar de pisar no chão frio com os pés despidos. Abre a porta do guarda roupa e em seguida começa a jogar peças de roupas dentro de sua mochila. Sente a garganta arder querendo apenas berrar para o menor o quanto essa indiferença o machuca de forma inexorável, o quanto é carente de seus carinhos, o quanto sente falta de ser amado como necessita.

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O dia surge, não tão diferente como o anterior, todavia algo está em seu devido lugar. Kyungsoo tateia a cama se dando conta de que um certo moreno não está dormindo ao seu lado como é de se esperar, então com certo receio levanta-se da cama ainda com resíduos de sonolência por seu rosto bonito, caminha até o banheiro e faz a higiene matinal antes de descer a escada esperando encontrar o moreno a observar o tempo úmido lá fora, porém a única coisa que o recebe naquela sala de estar 'é o silencio mórbido e ausência do namorado sorridente, bom, não mais tão sorridente.

- Onde aquela criança está?

Indaga para o nada, recebendo o som da chuva como resposta. Seus grandes e bonitos olhos vagam pela cozinha, mas ainda assim não encontra o companheiro, e é nesta hora que corre para a sala de prática, pronto para se deparar com o moreno bailando ao som de uma musica lenta enquanto o fita pelo reflexo espelhado sorrindo de forma doce, no entanto tudo o que vê é um bilhete colado no espelho.