- ℕ𝕒𝕧𝕖𝕘𝕒𝕟𝕕𝕠 𝕤𝕠𝕓 𝕒𝕤 𝕖𝕤𝕥𝕣𝕖𝕝𝕒𝕤 -

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CAPÍTULO III

Meu pai nunca gostou de despedidas e nisso éramos parecidos, apesar de não compartilharmos o mesmo sangue. Olhei para trás antes de entrar na nave e avistei de longe Charlie afastado da multidão e então acenei. Quando entrei, Alec me ajudou a entrar na cápsula de segurança e me amarrou aos sintos - mas fechou a cara quando avistou Erick na porta atento aos seus movimentos.

- O lugar do piloto é na cabine, não preciso de ajuda com a equipe - avisou com antecedência - Falta só ela.

Erick trincou o maxilar e me encarou antes de ir embora, mas consegui respirar de alívio depois.

- Obrigado Alec - agradeci, sem jeito.

Ele terminou de me amarrar e sorriu de lado quando disse:

- Sei o quanto é difícil você estar aqui, ainda mais com o escroto do Erick sob o mesmo teto, mas não se preocupe com ele, se for necessário, coloque ele em seu devido lugar.

- Vou me lembrar disso - confirmei com um sorriso.

Alec fechou a cápsula e checou as outras antes de confirmar a segurança da tripulação e do lado de fora, a cabine de comando começava a contagem regressiva para o lançamento. E logo, tudo começou a tremer, como se estivéssemos sofrendo um terremoto e com isso, fechei os olhos com força e orei em silêncio, mas não demorou muito e o tremor parou.

Meu corpo parecia leve, leve demais dentro da cápsula e abri os olhos -era a gravidade zero. Sorri sem acreditar, mas logo meu sorriso se desfez quando olhei com tristeza para a janela e vi o planeta, a Terra e meu lar.

Ninguém acreditaria que esse momento iria chegar. Novas descobertas e um futuro fadado ao sofrimento - até onde a humanidade iria chegar? Em pleno ao século vinte e dois, a terra tinha um mar de satélites envolta, quase nada de gelo nos polos e o lugar onde devia ser um belo verde, quase extintos de árvores, agora se reduzia a uma cor sem graça e amarelada vista de cima, a poluição.

Suspirei desanimada, não tive a oportunidade de apreciar a beleza do planeta e agora com quase tudo desaparecendo, sofremos as consequências de uma dolorosa extinção - dessa vez a nossa.

- Acorda princesa - disse Austin, flutuando sobre minha cápsula como uma fada madrinha.

- Pelo menos um de nós está animado com isso tudo - disse com um sorriso.

Soltei o sinto e arregalei os olhos, fiquei paralisada enquanto me movia em direção ao teto, mas Austin não conteve a risada ao apreciar aquela cena icônica, e isso foi o alarme para os outros tripulantes saírem das cápsulas.

Alec colocou a cabeça para fora da cápsula e fuzilou o irmão como se quisesse mata-lo, mas engoliu uma risada quando observou o motivo do barulho.

- Parem de brincar - avisou ele - Lia, desça daí minha querida.

Foi a minha vez de rir ao dizer:

- Essa é a vista de uma barata antes de voar e se transformar em uma terrorista. Que experiência inesquecível.

Todas os doze cientistas riram com o comentário e Austin me ajudou a sair do teto sem preocupação - e grudei em suas costas como um filhote de macaco- mas Alec se limitou em pedir a Deus por paciência para aquela longa viagem.

Éramos doze no total, Alec era o líder de equipe, Simon e Airon eram especialistas em genética, Austin e David em dinâmica quântica, Leonor e Diana em engenharia espacial, Trevor e Dylan eram Astrofísicos, Peter e Colin são os físicos e eu, a mais nova, especialista em Neurobiologia. Uma equipe de mentes brilhantes, com uma missão importante, encontrar uma forma de salvar a terra.

Planeta dos bárbaros -Vol1Where stories live. Discover now