Eu não seria quem eu sou se houvessem apenas monstros na Capital, Lex, eu não fiz tudo isso por você, mas em certo momento, isso tudo virou sobre você, e agora, você é tudo pra mim — encarou seus olhos e se afastou, saindo de trás dela, Lexa não a impediu, apenas se virou para Titus, garantindo que ele continuaria mirando nela, e Clarke prosseguiu — Panem é livre — observou cada um, cada um que mirava nela — Não há Reis ou Rainhas aqui, eu não preciso de um palácio, ou uma coroa — apesar de gostar muito de usá-la — Não percebem que somos os últimos da raça humana? Sem a Capital, perdemos 100 mil humanos, e entre eles, uns 80 mil monstros — não queria pensar ou lidar com o fato de frente, preferiu fingir que vivia em um sonho, pelo menos para aguentar até que pudesse encarar a realidade — Todos cometemos erros, e eu morrerei pelos meus amanhã.

Clarke observou as armas se abaixando, eles entenderam, alguns não — Mas eu quero uma guilhotina, a moda antiga — sorriu e voltou a olhar para Lexa. E Lexa parecia atordoada, sem acreditar no que ouviu — E eu quero usar a minha coroa.

Titus aceitou isso, e a confusão acabou.

Não pode estar falando sério — Lexa seguiu Clarke para dentro de uma casa aos pedaços — Você não vai morrer não, existem zero motivos

Na verdade, eu tenho muitos motivos — com muitos, queria insinuar sua família e amigos, pegando uma pequena bolsa que escondeu consigo por baixo da armadura, abrindo e retirando o único objeto que trouxe da capital, sua coroa

Não, você ficou maluca, precisamos achar Raven, se você quer morrer, antes vai ter que me garantir isso — Lexa falou como se não a amasse, e não tivessem nada além de um acordo, mas Clarke colocou a coroa e se virou, e a visão era tão adorável que ela não aguentou manter essa postura — Por favor.. eu não quero viver sem você.

Eu não vou morrer amanhã, sou a rainha da mentira — apontou a coroa e sorriu, se aproximando de Lexa e deslizando os braços em volta de seu ombro — Quer fugir comigo?

A morena riu — Sério?

Uhum, podemos fugir durante a madrugada, além dos limites do distrito, eu conheço um lugar bom, e protegido.. muito distante, mas eu tenho certeza que Luna levou Raven para lá, e com sorte, meus pais e Jasper também, Maya.. Finn, é, acho que o Finn não teve tanta sorte — lamentou, realmente amou ele por alguns anos, mas sua presença se tornou tão tediosa que Clarke ficou aliviada por se livrar dele, mesmo que se sentisse culpada por se sentir feliz, mas quem poderia culpá-la se sentimentos nunca estão sobre nosso controle?

O que nós duas seremos?

O que você quer ser?

Lexa pensou, não era fácil, tudo mudou mas Clarke lhe olhava de um jeito que alimentava uma esperança em seu coração, a esperança de que poderiam ficar bem, se reerguer, construir um futuro que fizesse todo aquele banho de sangue valer a pena.

Dona de uma loja de velas?

Clarke sorriu e concordou — Você pode ser dona do mundo, vai se limitar a velas?

Entre o mundo e velas, eu prefiro velas e você.

— Eu?

Indra abriu a porta, entrando, Clarke não a soltou, as duas apenas a olharam — Ora se não é a mulher que não queria minha morte, uma raridade nesse lugar — soltou Lexa e a cumprimentou com um aperto de mãos

Me chamo Indra, não acredito em você, mas eu estou com a Lexa na decisão que ela tomar — sorriu leve — Ela acredita em você, então, eu acredito em você.

Clexa: Jogos VorazesWhere stories live. Discover now