13 Sozinha

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Beca

Três semanas depois

Os dias passaram rápido demais, quando vi, ele já estava em tudo na minha rotina, do café que ele sempre me trazia, a carona para o trabalho, a ajuda na reforma, mesmo que mais escassa por conta do treinos com os garotos, ele até conseguiu a recomendação de um empreiteiro para me ajudar a acelerar a obra, um cara super legal que acatava todas as minhas decisões e fazia acontecer mais rápido do que eu podia sonhar.

Day estava fechando o cardápio, e já começava a entrevistar pessoas para a cozinha e para servir, também precisaríamos de alguém para preparar drinks.

Meu estúdio foi o primeiro lugar que ficou completamente pronto, e das poltronas de espera até minha maca e cadeira roxas, tudo estava perfeito.

Olhar para aquilo era simplesmente um sonho realizado para mim que sempre achei que acabaria presa no escritório da minha mãe.

Estava pendurando os últimos desenhos emoldurados na parede quando ele chegou.

⸻ Mais para a direita. ⸻ falou brincando.

Dei um toquinho na moldura sem olhar para trás. ⸻ Assim?

⸻ Perfeito!

Me virei para ele e notei aquele vinco na testa que ele só tinha em situações específicas. CJ era um cara bem fácil de ler.

⸻ Aconteceu alguma coisa? ⸻ perguntei pegando minha bolsa e o casaco para sairmos.

Ele enfiou a mão nos bolsos. ⸻ Nada, por quê? ⸻ perguntou me seguindo até a cozinha.

Abri a geladeira. ⸻ A Day fez um prato do Brasil hoje, vou levar para a gente jantar. ⸻ sorri animada.

⸻ É... Então. ⸻ coçou a cabeça e esperei. ⸻ JB tem um jogo aqui amanhã, e...

Engoli em seco. ⸻ Vai jantar com ele? ⸻ me esforcei para sorrir. ⸻ Tá tudo bem, eu levo só um prato então.

⸻ Eu devia ter falado antes, né? Não sei porquê não disse.

⸻ Não dá nada. Se quiser chamar ele para ir lá...

⸻ Não... Não, nada a ver. A gente vai dar uma saída e é só isso. ⸻ se explicou rápido demais.

⸻ Tá bom. Pode me levar para casa, ou você tem horário?

⸻ Que isso, claro que vou te levar para casa, gatinha, não vou te deixar andar de noite por aí, já sabemos que não dá certo.

Sorri pegando o prato pronto e congelado e o embrulhando numa sacola.

⸻ Então vamos.

O caminho inteiro me fez ter uma sensação tão esquisita. Não tinha nada demais em ele sair. Aliás era estranho que ele não tivesse saído nesse tempo todo. Enfim, eu nem sabia porquê aquilo estava me incomodando.

Talvez ficar sem os comentários dele durante os filmes que a gente via, ou as piadas que fazia sobre os jogos de hockey que eu o obrigava a ver quanto a gente jantava fosse um pouco triste para mim. A gente se habituou rápido. Até no modo como ele deixava a porta do quarto dele entreaberta igual a minha só para eu me sentir mais segura.

***

Fiquei no sofá enquanto ele se arrumava, quando ele abriu a porta do quarto o cheio de seu perfume encheu o apartamento todo. E era delicioso. Não dava para não notar que ele tinha caprichado mais.

Estava vestindo uma calça jeans colada. E uma camisa preta de botões com um cordão dourado na gola. As mangas estavam dobradas até nos cotovelos. Ele estava gostoso até os ossos. Droga...

Três não é demais? - CJ E Beca Onde as histórias ganham vida. Descobre agora