𝐆𝐨𝐝'𝐬 𝐆𝐚𝐦𝐞

𝟶𝟷| 𝙷𝚎𝚛 𝙵𝚕𝚘𝚠𝚎𝚛

Seu filho causou dor e gritou como um dragão ao nascer, enquanto sua filha quase não causou dor e ficou quieta ao chegar.

"Gostaria de segurá-los", Alicent disse suavemente, observando enquanto enrolavam seus filhos em panos.

"Vossa Graça, realmente deveríamos chamar o Rei-"

"Não estou pedindo, dê-me meus filhos e avise a outra pessoa para chamar o Rei enquanto faço isso", exigiu Alicent, tentando manter a voz monótona enquanto ainda tentava recuperar o fôlego.

"Sim, minha Rainha", a dama de companhia que Alicent interrompeu deixou o quarto para avisar um dos guardas para chamar o Rei.

Observando-a se apressar, Alicent se voltou para as duas damas de companhia segurando seus filhos, ajeitando-se na cama o melhor que pôde enquanto estendia os braços.

As duas damas de companhia avançaram ajudando a acomodar os dois bebês nos braços de Alicent, garantindo que a Rainha e seus dois recém-nascidos estivessem confortáveis antes de se afastarem.

Olhando para seus filhos, Alicent os admirou em silêncio, todos na sala observando em silêncio.

Sorrindo para o filho, Alicent acariciou o polegar na testa dele, inclinando-se para beijá-lo na testa.

Virando-se para a filha, Alicent deu a ela o mesmo tratamento, embora ao acariciar a testa da menina, o pano se movimentou para trás em sua cabeça.

Todos na sala prenderam a respiração, observando a Rainha examinar a mecha de cabelo avermelhado sob o pano.

Foi isso que os fez suspirar, o fato de que sua filha nascera mais parecida com ela do que com o pai.

Mais parecida com ela!

Esse pensamento ecoou na mente de Alicent enquanto ela sorria para a menina como se nunca a tivesse visto sorrir antes, pelo menos não em muitos anos.

Cobrindo a cabeça da menina novamente, Alicent se inclinou mais uma vez e deu um beijo prolongado na cabeça dela.

O momento foi arruinado quando as portas da câmara se abriram, a figura encolhida do Rei caminhando em direção à cama.

Viserys avançou com um sorriso forçado e desajeitado no rosto, tentando parecer o mais extasiado possível.

Alicent costumava desejar saber o que havia mudado nos últimos anos. Após o nascimento de Aegon, Viserys não poderia estar mais feliz, mas parecia que quanto mais ela dava à luz, menos ele se importava.

Então, ela simplesmente desistiu de desejar e forçou-se a não se importar, dizendo a si mesma que poderia amar os filhos o dobro se ele não o fizesse.

Pelo menos tentou forçar-se a não se importar. Tornou-se difícil quando ela via como ele cuidava e ainda cuida de Rhaenyra.

"Gêmeos?" Ele ergueu as sobrancelhas ao ver os bebês.

"Sim, meu amor", ela sorriu fraca para ele, inconscientemente aproximando os dois mais dela à medida que ele se aproximava.

"Quais são os nomes deles?", Viserys perguntou, olhando para os dois, já que normalmente Alicent os teria nomeado antes de ele entrar no quarto.

"Eu ainda não tive a chance de nomeá-los, mas estava pensando em chamar o menino de Aemond e a menina..."

"Aemma!" Viserys a interrompeu antes que pudesse compartilhar sua ideia, o nome fazendo a respiração de Alicent prender.

Olhando para ele alarmada, esperando ter ouvido errado, ela seguiu o olhar dele de volta para sua filha em seus braços enquanto inspirava profundamente.

"Vis-"

"Aemma para a menina", ele sorriu para si mesmo, sem perceber a tensão na sala enquanto falava.

Os olhares constrangedores das damas de companhia e Meistres, o olhar de tristeza e raiva de Alicent, e até mesmo dos guardas, incluindo Ser Criston, parados na porta assistindo horrorizados.

Estava tão silencioso que poderia se ouvir um alfinete cair, ninguém se atrevendo a se mexer enquanto o Rei encarava os gêmeos.

"Aemond e Aemma Targaryen!", ele anunciou para a sala, para que ninguém pudesse negar que o nome havia sido escolhido.

Virando-se e indo em direção à entrada da sala, os guardas ainda atônitos enquanto abriam a porta para ele.

Todos então voltaram os olhos para a Rainha e seus filhos, sem saber o que dizer ou fazer enquanto a viam encarar seus bebês.

"Saia, todos vocês", finalmente falou, tentando controlar as lágrimas nos olhos, virando a cabeça para longe de todos.

O grupo de pessoas começou a sair do quarto, todos indo se preparar para o anúncio dos dois bebês aos outros.

Mais como se preparando para espalhar os rumores de que a Rainha deu à luz a um bastardo ou a uma criança que não é Targaryen, Alicent só conseguia pensar sarcasticamente.

"Ser Criston?", chamou Alicent quando ele estava prestes a fechar as portas de seus aposentos.

"Sim, Minha Rainha!", ele se animou, olhando para ela.

"Poderia me ajudar?", ela então perguntou, fazendo um gesto para as grades em suas mãos.

"Claro, Minha Rainha", ele assentiu, caminhando para frente, pegando Aemond de seus braços e o colocando no bercinho ao lado da cama.

Era um fato conhecido no castelo que Alicent gostava de cuidar de seus filhos assim que nasciam, relutante em entregá-los às amas de leite.

"Gostaria que eu fosse buscar outro bercinho para a menina, Minha Rainha?", Ser Criston perguntou, pois havia apenas um, esperando apenas um bebê da Rainha.

"Não é necessário, Ser Criston. Ela dormirá ao meu lado esta noite", Alicent negou, olhando sonhadoramente para sua filha antes de se lembrar de seu nome.

Será que conseguiria dizer?

"Ela é tão delicada, como uma flor", Ser Criston sorriu para a pequena recém-nascida que já se parecia com a mãe.

"Sim, realmente é", concordou Alicent, olhando para as delicadas características de sua filha. "Minha flor", ela a nomeou, dando um beijo na testa para solidificar isso a partir de agora.

Então, pelo resto da vida da menina, Alicent, Ser Criston e todos os outros irmãos Verdes passaram a chamá-la de Flor em vez de Aemma.