-Sua louca agressiva! -grita passando a mão pelo cabelo. -Nós não voltaremos mais nesse estabelecimento. Não lembro de ter que ser tão humilhada pra conseguir comer. -retruca e sai me olhando com os olhos cheios de raiva e frustação, respondo com um tchauzinho e sorrio sem mostrar os dentes.

Eu precisava comer, a menos que quisesse voltar ao hospital, então continuei comendo como se nada tivesse acontecido.

Dentro de casa, poucos minutos depois de voltar do restaurante estou lendo no notebook. Ler é uma coisa que eu sempre fiz desde criança, por causa do meu pai. Ele lia pra mim toda noite antes de dormir, e eu adorava.

Fortes batidas na porta são ouvidas e eu pulo de susto, acho que todo mundo resolveu se estressar comigo nesses últimos dois dias. Foi combinado?

Ao abrir a porta dou de cara com James quase soltando fumaça pelo nariz, e por algum motivo senti que eu deveria me preocupar. -O que foi? -pergunto o convidando pra entrar, e é isso que ele faz antes de fechar a porta.

-O que foi? Realmente vai me falar só isso? -Pergunta andando feito uma barata tonta pela sala

-O que mais gostaria que eu falasse?

-Você sempre foi impulsiva, nunca me incomodei com isso, mas tacar fogo em um carro?! -pergunta aos berros esquecendo de onde estávamos, e eu o lanço um olhar mortal fazendo ele cair em si.

Levanto e o encaro já sem paciência. -Seja direto, não me faça adivinhar o que está pensando.

-Tudo bem, serei mais direto. -conclui. -Eu posso acabar morto, ou na melhor das hipóteses serei espancado. -Diz me encarando e pude notar o desespero em seus olhos.

-Não seja idiota, nada vai acontecer com vocês. -afirmo confiante.

-Sabe de quem era o carro que você incendiou? -Endurece o maxilar. -Do Zane! Um dos maiores traficantes do Brooklyn, porra! -paraliso sem saber o que falar. -Ele tem muitos subordinados e contatos inclusive aqui pela área, não foi preciso mais do que algumas horas pra descobrirem tudo que aconteceu.

-Mas que porr... -Sento no sofá ainda desacreditada. Eu estava namorando com um traficante esse tempo inteiro. -E o que pretendem fazer?

-Fugir.

-Fugir? Pra onde? E o seu irmão? E eu?

-Meu irmão vai comigo e você se vira, não acho que ele vá te matar, mesmo assim ele vai fazer alguma coisa. -bufa. Se prepare. -Assim que fecha a boca percebo sua silhueta sair do meu campo de visão, assim, sem mais nem menos. Merda.

Droga, droga, droga...

O telefone da casa toca e quase faz com que eu enfarte de susto, novamente. Nem lembrava mais da existência desse fixo, tanto tempo parado me surpreende ainda funcionar.

-Oi. -Atendo

-Olívia? Oi amiga! -reconheço a voz de Violet do outro lado da linha.

-Como você sabe o número desse telefone? -pergunto intrigada

-Você me passou. Disse pra ligar por ele caso a louise negasse a proposta, lembra? -Murmuro algo indicando ter entendido. -Eu te mandei várias mensagens, nenhuma chegou.

-Quebrei meu celular. O que você quer?

-Vamos sair hoje? Tem muito tempo que não fazemos isso. Você sabe que Vina está viajando, mas vamos nós três, topa?

Sair é melhor do que ficar nesse manicômio com Genovive, também tem a história do Zane, seja o que for que ele pretende fazer, não vai conseguir se eu não estiver em casa.

Que merda, Olívia!Where stories live. Discover now