PRÓLOGO

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Vou deixar o prólogo para que relembrem a história. (capítulo sem revisão, perdão pelos erros)

Boa leitura!


Me pinto pra disfarçar
Rebusco palavras pra te encantar
Invento uma moda, faço bossa nova
Meu futuro no Rio será...

Chico

Canção de Luísa Sonza

*Beto*

FUTURO

Assim que desembarco no Rio de Janeiro, me encaminho para o meu apartamento alugado. A ansiedade cresce à medida que me aproximo, e, ao chegar, decido tomar um banho para acalmar os nervos.

Escolho cuidadosamente uma calça jeans e uma camisa gola polo, buscando transmitir uma imagem de tranquilidade, mas meu coração palpita com intensidade, antecipando a emoção do que está prestes a acontecer. Cada passo e gesto são pensados, tentando manter a compostura diante da iminente reviravolta em minha vida.

Ao pegar um táxi, passo em frente à casa onde vivi toda minha infância e grande parte da adolescência. Evito olhar para não ser inundado por lembranças que ainda ecoam em minha mente.

O carro segue adiante e, finalmente, para em frente à casa dela, Rayza.

Tremo em ansiedade enquanto encaro o lugar que já foi palco de momentos que parecem ter acontecido em outra vida.

Com um suspiro nervoso, desço do táxi e encaro a porta que me separou dela por tanto tempo. Uma mistura de emoções me invade, desde a saudade até a incerteza do que encontrarei.

A porta se abre, revelando Tia Lúcia, a mãe de Rayza. Um sorriso caloroso se espalha por seu rosto quando ela me reconhece.

Tia Lúcia não hesita e me envolve em um abraço afetuoso, como se o tempo não tivesse passado.

Sinto-me acolhido por sua presença familiar e entro na casa, que permanece simples e nostálgica, exatamente como recordo da minha infância. Pouco mudou por aqui, e a familiaridade é reconfortante.

Enquanto absorvo os detalhes da sala, sou surpreendido pelo filho de Tia Lúcia, Enzo. O garoto magro que eu conhecia antes agora é um jovem com músculos bem definidos, revelando a transformação que o tempo trouxe.

Enzo avança em minha direção e me abraça com uma energia contagiante, cumprimentando-me como se eu fosse parte integrante da família há anos.

É um lembrete visual de como as coisas mudaram desde a última vez que estive aqui, uma prova tangível do inexorável avanço do tempo.

— Que isso, Enzo! Se eu fosse mulher, ia querer dar pra você — brinco, provocando-o enquanto solto uma risada.

Ele retruca com um aperto de mão descontraído.

— Ah, continua o mesmo vacilão! Minha futura noiva é ciumenta, aliás, Carol, esse é meu amigo Beto! — o carioca diz, apresentando-me à namorada.

Recebo um cumprimento educado de Carol, surpreso por descobrir que até mesmo o Enzo está no caminho do casamento.

— Poxa, Enzo, você me pegou! Acho que vou ter que me comportar agora, né, Carol? — brinco, piscando para ela.

Carol ri e troca um olhar cúmplice com Enzo

— Beto, cuidado, minha noiva é ciumenta mesmo, hein! — alerta Enzo, entre risadas, enquanto Carol lança um olhar divertido na minha direção.

— Podem ficar tranquilos, vou me comportar como um verdadeiro santo! — respondo, fazendo uma pose inocente que arranca risos de todos.

A atmosfera leve e brincalhona me faz perceber que, mesmo com o tempo passando, a essência das nossas amizades continua a mesma.

Olho ao redor da sala, buscando por Rayza, minha magrela, a primeira mulher que eu beijei e transei na vida. As lembranças da adolescência vêm à tona, misturando-se com a ansiedade do momento.

— Ela está terminando de se arrumar. — Enzo me informa, piscando de maneira sugestiva.

Meu ex-cunhado já prevê o motivo da minha procura, e eu sorrio extremamente sem graça, como se ele tivesse revelado um segredo que eu tentava manter sob controle.

— Nada a ver, cara. — respondo, tentando soar casual, mas a verdade é que, mesmo após uma década sem vê-la, a simples ideia de encontrar Rayza novamente me deixa desestabilizado.

A intensidade daquelas memórias e a incerteza do que está por vir fazem meu coração acelerar, e disfarço a insegurança com um sorriso forçado.

O tempo pode ter passado, mas a presença dela ainda exerce um poder sobre mim que é difícil de ignorar.

Penso em perguntar a Enzo sobre a vida dela, se encontrou alguém, se casou-se, ou se tornou mãe.

Essas incertezas pairam como uma sombra em minha mente, revelando uma curiosidade misturada com uma sutil ansiedade sobre como o tempo moldou o curso da vida de Rayza.

No entanto, antes que eu possa articular essas palavras, Tia Lúcia, que sempre desempenhou o papel de mãe para mim, chama-me para apresentar-me a algumas vizinhas suas.

A obrigação social me puxa para longe do meu próprio questionamento interno, e eu a sigo obedientemente, embora meu pensamento continue a vaguear na direção de Rayza.

Será que ela encontrou a felicidade nos braços de outro homem? Será que alguém mais teve o privilégio de conhecê-la da forma como eu a conheci, de compartilhar os segredos que apenas nós dois dividíamos na adolescência?

Essas perguntas ecoam em minha mente enquanto eu cumprimento as vizinhas de Tia Lúcia, ainda ansiando por respostas que, por enquanto, permanecem inalcançáveis.

— Eu cuidei desse menino desde que nasceu, depois de crescido ficou andando atrás da saia da minha filha — a tia diz sorrindo para as coroas, e eu retribuo o sorriso, enquanto uma delas até me dá uma piscadela sugestiva.

O comentário dela sobre minha trajetória desde a infância provoca risadas entre as senhoras, que parecem se divertir com a revelação de detalhes do meu passado.

Decido me afastar desse momento de descontração e vou até a cozinha, buscando um alívio para a tensão que parece pairar no ar.

Enquanto procuro por uma simples água, meu olhar recai sobre uma garrafa de whisky, e algo me diz que uma bebida mais forte será necessária para enfrentar a noite que se desenha diante de mim.

Sirvo-me de um pouco da bebida âmbar, permitindo que o líquido destilado acalme, mesmo que momentaneamente, a tempestade de emoções que ameaça se formar.

A cozinha torna-se meu refúgio temporário, onde posso absorver o impacto do reencontro iminente e me preparar para os capítulos inexplorados que aguardam.

Entreo eco das risadas e o calor do whisky, eu percebo que, por mais que o tempotenha mudado muitas coisas, há destinos que insistem em se entrelaçar novamente,como se o universo, por capricho ou ironia, decidisse reiniciar histórias quepensávamos encerradas.

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