Capítulo 29 - Anúncio do noivado

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 As meninas que participaram da Seleção voltam para o palácio para comparecerem ao noivado. Estou com todas elas no Salão das Mulheres, esperando pela chegada de America.

Me permito beber um pouco (talvez não tão pouco) algumas taças de champanhe que são servidas para nós. Eu conto as horas até o momento do noivado de Maxon, até a Seleção acabar e Celeste e eu podermos divulgar nosso relacionamento para o país inteiro. 

As portas do Salão se abrem e vejo America entrar. Celeste é a primeira a correr até ela e cumprimentá-la. 

- Ah, sua safada! Sabia que você ia conseguir!

- O quê? - America pergunta, confusa.

É a vez de Kriss abraçar America.

- Somos nós! - ela grita. - Maxon vai anunciar o noivado amanhã! Será uma de nós duas!

Ela claramente está alcoolizada. 

- Tem certeza? 

- Elise e eu levamos um pé ontem à noite, mas ele chamou todas as meninas para comemorar, então ainda estamos aqui - diz Celeste. - Elise não aceitou bem; você sabe como é a família dela. Ela acha que fracassou.

Eu rapidamente pego uma taça de champanhe cheia e coloco na mão de America.

- A Kriss e America, as últimas garotas na disputa! - eu grito. 

- Beba! - diz Celeste entusiasmadamente.

Percebo America e Kriss saírem do Salão por um momento e minutos depois Kriss voltar, dessa vez sem America. Fico me perguntando o que pode ter acontecido, mas continuo curtindo a festa. 


Minhas criadas me arrumam para o grande dia. Minha empolgação é tanta que até parece que o noivado é meu. Sento próxima à minha mãe, enquanto o centro das atenções é Maxon, Kriss e America. Vejo Maxon conversar bastante com Kriss, sem parecer dar muita bola para America, o que me preocupa um pouco, mas tento ignorar o sentimento de preocupação e deixar o dia rolar. 

Estamos todos esperando Maxon discursar e anunciar a escolhida, quando vejo guardas se retirando, e então eles voltam com lenços vermelhos amarrados na testa. Rebeldes. Eu vejo um deles caminhando em direção às Selecionadas, em direção à Celeste. Rapidamente me levanto, ignorando chamados de minha mãe e de Maxon, corro até Celeste e a empurro no chão para protegê-la, na mesma hora em que ouço o som de tiro. Sinto uma dor aguda instantânea no meu braço direito. Ouço mais tiros e gritos. Tento me recompor rapidamente, embora o ferimento no meu braço dificultasse isso. 

- Vamos! - eu digo para Celeste. - Precisamos nos esconder. 

Nós duas nos apoiamos uma na outra para nos levantar. Um guarda se aproxima de nós, meu coração acelera.

- Vamos, Alteza! - ele diz.

Não sei em quem confiar. Mas, no desespero do momento, segurando a mão de Celeste, nós duas acompanhamos o guarda, de cabeça baixa. Ele nos leva até um abrigo. Assim que ele destranca a trava da porta do abrigo, o guarda empurra Celeste e eu para dentro, sai e fecha a porta, nos deixando no escuro. 

Somente agora que noto que Celeste esbarra em alguém. Celeste grita de susto.

- Celeste? - ouço a voz de America perguntar. 

- America? - Celeste diz, puxando America para um abraço desesperado. 

Eu seguro o choro, mas nessa altura é impossível. 

- Onde está Maxon? - eu pergunto para America.

- Não sei... ele... - ela começa a dizer. - ele foi ferido. 

Meu coração dispara. Eu respiro fundo, tentando conter meu medo e ansiedade pelas duas que estão comigo. Puxo as duas para se sentarem, pois imagino que vamos ficar aqui escondidas por um belo tempo. 

Ficamos as três ali sentadas, pertinho uma da outra. Celeste arranca um pedaço de seu vestido para fazer pressão em meu braço e estancar o sangue. 

Não sei quantas horas se passam naquela tensão, mas ouvimos a trava da porta tremer. Alguém tenta abrir. Ouço America pegar algo do chão. A porta se abre devagar, e, com a luz que entra, agora vejo America segurar um revólver, que nem sabia que ela possuía, na direção de quem quer que esteja entrando. 

- Não atire, senhorita America! - ouço um guarda dizer. - As senhoritas e Vossa Alteza estão salvas!

America se levanta devagar, se pondo em nossa frente.

- Como posso ter certeza? Como vou saber que você não é um deles? - ela diz.

O soldado olha para o corredor, esperando alguém chegar. August entra, Gavril logo atrás.

- Acabou, America! Acabamos com eles - diz August.

O guarda vai até mim e Celeste e pede autorização para me pegar no colo. Eu confirmo de leve com a cabeça, agora baixando a guarda e tentando relaxar sabendo que tudo acabou, e o deixo me pegar no colo. 

- Ela está ferida. - Celeste avisa. Sinto o guarda afirmar com a cabeça.

- Acho que ela está em choque. Leve-a para a ala hospitalar - ouço Gavril dizer para August, se referindo à America.

Nós duas somos levadas para a ala hospitalar. 

Ao chegarmos lá, está tudo um caos. Sou encaminhada para um médico, que logo me injeta algum tipo de sedação, depois de me explicar que vou passar por uma cirurgia no braço para remover a bala. 


A Princesa de IlléaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora