So podia ser a porra de um pesadelo. 

Aquilo não podia estar acontecendo. 

— Isso é o de menos. Me importa agora é saber o quanto essas imagens são valiosas pra você. 

— Eu devia te matar agora mesmo! Eu vou acabar com isso. — se moveu para quebrar o laptop. 

— Pode ate fazer isso, mas eu não sou ingênuo. Acha mesmo que eu não faria cópias? — riu mais um pouco, vendo ele recuar e puxar os cabelos, porém se lembrando que havia os cortado. — Inclusive, estão muito bem guardadas, com pessoas de extrema confiança… ou não. 

— Você não tinha esse direito. Eu nunca joguei tão baixo. — apontou o dedo, se segurando para não pegar sua arma e acertar uma bala na testa do infeliz apenas para ver se aquele sorrisinho idiota sairia dali. Quando achava que era impossível odiar Zayn, ele apenas provava que estava redondamente enganado e que todas as fibras do seu corpo o repudiariam mais, sem cessar, até o fim dos seus dias. 

— Fodeu com a minha ex namorada. Isso parece bem baixo pra mim. — se sentou na cadeira, esticando as pernas sobre a mesa e as cruzando, completamente relaxado em sua cadeira, enquanto Liam sentia seu mundo desabar sobre a cabeça lentamente. 

— E daí? Mulheres como ela se encontram aos montes na Grécia, ou em um puteiro ou sei lá! É só a porra de uma boceta, Malik! — disse como se fosse óbvio, embora homens como ele fossem totalmente territoriais, achava que era muita mesquinharia Malik choramingar por aquela mulher que a seu ver nem era tudo isso. 

— Não era qualquer boceta e se você provou, sabe bem o que estou dizendo. — retrucou, achando absurdo que Liam além de invadir seu território, falava mal de sua mulher como se ela não valesse tanta coisa. — O fato é que feriu o meu orgulho e agora resolvi ferir o seu. 

Liam respirou fundo, considerando as más consequências de um assassinato a sangue frio nada planejado no calor do momento, em sua raiva nivel hard. Para todos os efeitos, estava no domínio de Malik e ouvir suas exigências seria o mínimo para começar a considerar aturar aquela situação estapafúrdia. 

— O que você quer? — questionou baixo, o encarando como se desejasse que ele explodisse bem ali na sua frente. 

— Que tal começarmos pelo dinheiro que perdi com a sua última brincadeirinha? Duzentos mil. 

Liam riu soprado. 

— Esqueça. 

— Trezentos e cinquenta. 

— Mas que porra…

— Quatrocentos. — aumentou a oferta para Liam entender que quanto mais reclamasse, mais a quantia subiria. — Prefere que sejam quinhentos? — perguntou, assim que viu ele abrir a boca para contestar. 

Payne socou as mãos na mesa. Zayn mordeu o lábio, extasiado pelo estado de revolta. Não existia satisfação maior do que aquela. Finalmente a vingança tomava o sabor desejado desde o início. 

— Quatrocentos. — reconsiderou — Só isso? 

— É só o começo, princesa. 

Liam grunhiu novamente pela audácia dele. 

— Me chame assim novamente e eu corto a porra da sua garganta. 

— Faça isso e essas lindas fotos podem cair em mãos que te esmagariam. Imagine perder o respeito do seu clã, Arturo. Seria triste. — fingiu comoção. 

Liam se arrependeu de não ter seus cabelos para puxar, porque estava a um fio de quebrar aquela sala inteira e arremessar Zayn contra a janela. Não era homem de apelar e muito menos o faria, pois sabia que havia enfiado a mão em um vespeiro.  

— Meu tio acabaria comigo. Eu respondo por ele e espero ocupar seu lugar. No puedes terminar mi vida así. Tenho esperado por isso desde que era un niño! — gritou, exalando desespero em seu espanhol rápido e regado a revolta. 

— Então vai ter que se esforçar muito para atender aos meus pedidos se quiser manter sua reputação e o seu nome invioláveis, cariño. — falou, nada comovido. Quanto mais Liam se humilhasse e apelasse, melhor seria.

— E o que mais você quer de mim, filho da puta miserável? — indagou, sustentando seu olhar mortal.

— Logo vai saber. Por hora, aguarde o meu contato e esteja sempre pronto pra mim, e a qualquer hora. Nossa relação acaba de evoluir pra um novo patamar. Compriende, mi amigo? — Liam se manteve calado, processando a maldita infelicidade como se ainda estivesse dentro de um pesadelo. Assentiu com certa lentidão, detestando dar aquele gostinho para Zayn. — Use palavras, Payne. — o outro bufou, novamente respirando fundo para não perder a cabeça. 

Precisava se controlar. O nome sagrado de sua gangue estava em risco. 

— Si. 

Zayn sorriu, o dispensando educadamente. Liam saiu como se suas pernas pesassem uma tonelada, como se nada mais fosse ser igual na sua vida. 

Tudo ali começou a lhe sufocar e mal via a hora de sair daquele lugar para respirar e dar uns gritos, socar seu saco de pancadas até estourá-lo, imaginando o rosto de Zayn colado nele. Depois jogaria álcool e colocaria fogo para que o rosto queimasse lentamente. Na sequência poderia explodir com ele e talvez fizesse o mesmo processo em outros sacos de areia. 

Ao passar pelo bar, puxou um Styles distraído em uma das mesas. Não entendeu porque um dos gêmeos estava tão perto dele, mais do que seria considerado normal, mas ignorou. Suas questões eram mais urgentes.

— Achei que se matariam. — o acompanhou em sua pressa, junto aos outros homens. 

— Seria meu sonho quebrar os ossos daquele hijo de la puta. Maledetto! Desgraçado, temerário, impotente, asqueroso de mierda! Ele devia arder en el infierno, Styles! Infierno!— finalizou, com dureza, desativando o alarme, abrindo a porta e sentando com raiva. As mãos espancando o volante, a cabeça batendo ali e mais alguns gritos.

Harry apenas assistiu o surto, preocupado com o que seria. Além do suor excessivo, a veia no pescoço de Liam pulsava como se fosse estourar e teve certeza que Zayn tinha uma arma poderosa contra o chefe. 

— Pra misturar tantas línguas e explodir assim, o assunto foi sério mesmo. — resolveu acender um charuto e o colocou na boca dele. 

— Chantagem. Estou nas mãos dele, Styles. Nas mãos dele! — foi tudo o que disse após um trago. 

Styles se espantou. Como Liam podia ter deixado aquilo acontecer? Deixaria os detalhes para depois, mas sem deixar de pensar no que aconteceria dali para frente. 

Por fim, Liam arrancou com o carro, em alta velocidade, indo para o mais longe possível, como se seus problemas igualmente pudessem ficar para trás. Não fazia ideia do que podia esperar da mente sádica de seu inimigo e apenas torceu para ter estômago para lidar com isso. 

Secret in rosé - Ziam Where stories live. Discover now