café da manhã

23 3 1
                                    


"Começo meu dia bem cedo, feliz e sorridente. Nada me impede de tomar meu delicioso café da manhã. Começo fritrando o bacon da melhor empresa de carne de todas, onde eu trabalho (La Chair Humaine). Depois, frito os ovos deliciosos e incríveis da minha galinha Gertrudes, que mora no meu quintal. Um café fresquinho não pode faltar (esse veio do mercado mesmo, mas é um mercado incrível). Então, caminho até o trabalho como de costume. As ruas estão limpas, sem qualquer sujeira, até os becos escuros têm pessoas conversando normalmente e ao lado um casal se beijando. Tudo isso graças ao meu patrão e sua empresa, que gera dinheiro para toda a cidade com suas carnes chiques, só para ricos. Ao chegar lá, vou fazer carne. Meu patrão tem uma receita secreta para deixá-la deliciosa, mas nunca dá para saber o que é. E olha que sou eu que faço as carnes. Acho que já ouvi ele falar que o segredo está no gado.

De repente, um grito vem do abatedouro, onde se mata os bois.
+ Senhora, você está bem? Como chegou aqui?
- Mo... mo... mo... mo... Morto, ele está morto.
+ Sim, senhora, nós matamos os bois para fazer a carne. Se acalme.
- Bois? Como assim?
+ Sim, senhora, isso são apenas bois. Como a senhora entrou aqui?
- Eu não sei, mas me lembro apenas de estar assustada e fugindo.
+ Está bem, vamos. Vou ligar para a polícia. Eles vão saber te ajudar.
- Tudo bem, obrigada, e perdão por entrar aqui e me assustar assim. Eu realmente não notei que eram bois.
+ Tudo bem, mas vamos antes que meu patrão veja.

Depois de perder o dia de trabalho falando com a polícia e explicando para meu patrão por telefone, deixo a mulher agora mais calma na delegacia e vou para casa. Amanhã não preciso trabalhar por causa de tudo isso. Entro em casa ouvindo gotas caindo. Será que a torneira está vazando água? Depois de olhar nos banheiros e na cozinha e não encontrar nada, decido me deitar. Pouco tempo depois, já me levanto para ir banhar, mas quando abro o armário...

A mulher, é mesmo aquela mulher. Sua cara de terror está explícita, seu pé está amarrado, a barriga aberta e suas tripas no chão, como se fosse apenas um porco qualquer. Desmaio com a cena horripilante de dar calafrios. A última coisa que penso é que não vou conseguir almoçar."
.

comida saborosaWhere stories live. Discover now