– Eu sei – concordo e sinto uma dor enorme por falar isso.

– Tipo, o papai Ethan tá lá no céu e o Zane tá aqui – Ethan não está no céu porque quis, tenho vontade de falar isso, mas volto a lembrar que meu filho tem apenas 6 anos – será que o Zane vai querer ser meu papai?

– Filho, eu e Zane ainda não namoramos – esclareço e ele forma um bico com seus lábios.

– Mas vocês vão? – reprimo meus lábios.

Eu quero namorar com ele. E ele quer namorar comigo. A resposta é simples. Porém, no nosso caso, com mil coisas acontecendo em nossas vidas, não é tão fácil assim assumir um compromisso tão sério. Passo minhas mãos nos fios loiros do meu pequeno, lembrando como seu pai amava seu próprio cabelo. Solto uma risada baixa, espero que Hunter também seja vaidoso com si mesmo.

– Sim, um dia vamos – sou positiva com essa situação – e quando isso acontecer, você pode conversar com ele.

– E se ele não quiser ser meu papai?

Paro novamente e fico agachada, segurando firme seu rosto pequeno e infantil. Minha maior bença.

– Ninguém seria louco para recusar ser seu pai – digo com bastante seriedade e isso o deixa mais calmo – e você tem um pai, sempre se lembre disso.

– Eu queria que ele estivesse aqui.

– Ele está – toco em seu peito, na região onde está seu coração – seu pai está aqui e nunca, sob nenhuma circunstância, irá deixar você sozinho.

– Nunca? – seus olhos se arregalam.

– Nunca – afirmo pegando sua mãozinha – quando você sentir falta dele, coloque sua mão bem aqui, no seu coração, e você irá senti-lo.

Faço isso às vezes, porque cada batida do meu coração mostra que o amo. E enquanto o meu coração bater, Ethan viverá.

– Eu posso amar dois papais ao mesmo tempo? – abro um pequeno sorriso e confirmo com a cabeça – legal! Mas mamãe, eu só amo você como mamãe.

– É, se você quisesse outra mamãe eu iria mandar você para um colégio interno na Suíça – brinco e ele gargalha – na hora certa, Zane ou quem você desejar, será um pai para você.

– Eu quero o Zane, tá bom? – meu pequeno estica o dedo mindinho e entrelaço o meu com o dele – ótimo, aonde vamos agora?

Deixo um beijo estralado em sua bochecha branca, dando um tom avermelhado para ela. Seguimos para a praça do cassino, onde um enorme chafariz com flores vermelhas é um dos protagonistas. É como em um filme, carros caros passam por nós, homens e mulheres vestidos de forma fina e elegante estão circulando pelo local, andando como se estivessem flutuando. É um nível de dinheiro que jamais vi em toda minha vida.

– Parece que estamos em uma realidade paralela – murmuro olhando para uma mulher, usando um vestido prata, que é sexy na medida certa, ela é muito linda, gostaria tanto de ser bela assim.

– Eu prefiro Atlanta – meu filho afirma tocando em uma flor.

É, eu também prefiro nossa cidade. Meu celular vibra dentro da bolsa, tiro o eletrônico e vejo que é uma chamada de vídeo de Zane. Dou uma arrumada no meu cabelo e atendo, porém, não consigo nem dar "oi", porque meu filho rouba o celular da minha mão.

Lucky loser - livro 1 da trilogia Lucky Potter's Where stories live. Discover now