「 10 」

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"New Romantics" da Taylor Swift tinha chegado ao fim, antes tocava em um alto e bom som, Triz dançava sozinha e ficou com uma expressão triste no rosto quando a música parou e o silêncio de instalou.

Era 8 da manhã de uma segunda-feira, ninguém estava feliz ao ponto de estar dançando pop igual a Beatriz, que por acaso montou toda a playlist daqueles três dias em que a Infinity ficou aberta.

Acredite você ou não, a partir das 22 horas de sexta feira até às 8 da manhã da segunda, de tudo acontecia na Infinity, e o nome do lugar já diz tudo, a festa era infinita, muitas pessoas circulavam por ali, durante o dia a piscina na área externa era disputada por causa do calor escaldante do Rio de Janeiro.

Quando Gael desligou a música, estava ele, Triz e cerca de dez funcionários que circulavam por ali, o traficante tinha chegado a poucos minutos, depois de uma boa noite de sono na sua cama confortável, ainda estava com o rosto marcado pelo lençol, usava short de tecido leve, regata branca e chinelo nos pés.

Beatriz, por sua vez, tinha passado a noite lá, de olho em tudo e, de quebra, adorava se divertir com as conversas de quem estava muito chapado.

Gael não sabia de onde aquela garota tirava tanta energia, talvez ele realmente estivesse ficando velho.

- Vou te proibir de escolher as músicas, cadê a Mc Carol cantando vampiro de madureira? - Viu a prima rir e mostrar o dedo do meio pra ele. - Mas o filho da puta era de raça. - Gael começou a cantar enquanto colocou o braço nos ombros dela e eles passaram a andar lado a lado até a saída.

Dentro de uma hora, ele levou a prima até a casa dela, já que a mesma tinha tomando uns bons drinks com álcool, dirigiu até o shopping para tomar café da manhã e depois seguiu para praia do Leblon, tudo ficava perto.

Durante a caminhada pelo calçadão da praia, Gael começou a se sentir incomodado, primeiro uma sensação estranha que se instalou, mas ele decidiu ignorar porque poderia ter sido o café da manhã que tinha lhe caído bem, e não demorou muito para ele perceber que o que ele estava sentindo não tinha nada a ver com comida, levantou a possibilidade de que poderia ser apenas algum pressentimento, ele realmente acreditava na própria intuição porque quase sempre estava certo.

Continuou sua caminhada sem se abalar muito, no entanto, ele ainda pensava em Dante desde aquela noite de sexta-feira e por mais que ele tentar se distrair com qualquer outra coisa, não consegui a manter um foco e logo estava pensando no policial novamente, até sonhou com ele.

Quando acordou murmurou um " que inferno" para si mesmo, seja lá por qual motivo durante os anos que eles não tiveram contato, Gael sempre sonhava com Dante, sua mente insistia em lhe sabotar, fazendo-o se lembrar de alguém que ele nem sequer falava mais.

Gael tinha caminhado pelo calçadão por menos de 10 minutos, podia jurar que a sensação térmica estava mais de 50 graus e resolveu comprar uma água de coco, a mais gelada possível, e sentou em um dos bancos da praia.

E como ele não era inocente e nem bobo, observeu tudo ao redor, cuidadosomente, sem querer deixar escapar nada.

Gael definitivamente estava sendo seguido, alguém estava o observando, e ao se dar conta disso, veio todas as palavras de Dante e as alertas de Di Angeli sobre o policial mentir.

Porém, aquele incômodo, o pressentimento que algo estava errado, era a sensação de estar sendo observado, seguido por seja lá quem fosse mas definitivamente era da polícia.

Deus do céu, eles eram tão burros assim mesmo? Ao ponto de colocar alguém assim? Uma pessoa desatenta obviamente não perceberia mas Gael não podia dormir no ponto, caso contrário, alguém estaria lhe passando a perna.

Infinity | Romance gay Where stories live. Discover now