—A mão gira o tear. Carretel verde, carretel preto. Dragões da carne, tecendo dragões da linha.— Helaena murmurava a mesma coisa com uma aranha em sua mão a alguns minutos, o que chamou a atenção de Niary.

—É uma aranha inofensiva— A jovem Targaryen disse se aproximando de sua prima. Helaena sorriu e concordou com a cabeça

—Elas tecem suas teias para uma armadilha perfeita.— A garota completou se sentando.

—E pelos fios batalham— Helaena sussurrou concentrada no animal em suas mãos.
Ambas não costumavam conversar muito, mas por algum motivo conseguiam se entender.

A mais velha segurou a mão de Niary pondo a aranha sobre a palma da garota. O animal se moveu fazendo cócegas.

—Por que se interessa tanto por elas?— Questionou enquanto via a aranha subir sobre a ponta de seus dedos.
—Elas são verdadeiras, diferente de muitos aqui— Helaena respondeu com um leve sorriso.

Estranhamente a mais nova sentiu-se observada, ela virou seu rosto para trás, encontrando os dois olhos violetas de Aemond. Niary então, devolveu a aranha a sua prima e se levantou indo em direção ao garoto.

—Quantas taças de vinho o seu irmão já bebeu?— Ela perguntou para Aemond.

Alguns dias já haviam se passado desde o ocorrido no fosso, mas nenhuma palavra haviam trocado. A iniciativa da princesa de se aproximar, foi de certa maneira, surpreendente.

—Eu não quero nem imaginar.— Ele respondeu fazendo Niary sorrir fraco.

—Então...— Aemond murmurou levando sua mão até o bolso.

De lá, ele retirou o mesmo lenço branco que a garota havia lhe dado a certo tempo enquanto dizia:
—Eu não tive a oportunidade de te devolver, aqui está—
—Não precisa, pode ficar. Se livre dele se quiser— A voz da jovem era baixa e ele a olhou como se tais palavras fossem uma ofensa

—Eu não me livraria dele!— Aemond afirmou surpreendendo a garota que sorriu.
—Certo, então faça o que quiser com ele— Ela disse tentando esconder a felicidade de sua voz, algo que falhou, e um leve rubor surgiu na bochecha do garoto.

O jovem delicadamente pós o lenço no mesmo bolso que antes estava, como se tal objeto fosse importante. Derrepente uma brisa surgiu, tocando em ambos e aemond pode sentir o mesmo cheiro que havia no lenço, só que agora na garota.

Lavanda e camomila, tais ervas ficariam na memória do garoto com toda a certeza.

—Vi você com o Stark, no jardim— ele murmurou com leve incerteza em sua voz.
—Cregan, ele é legal. Tem a mesma idade que você— Ela respondeu sem entender o porquê do assunto.

Um assunto confuso, de fato, mas naquela tarde Aemond se perguntou qual o motivo de Niary e Cregan estarem sozinhos.

Ele havia ouvido boatos de que Vallys Targaryen e Rickon Stark eram muito amigos, mas isso refletiria em seus filhos? Pelo que aemond sabia era a primeira vez que Niary conhecia Cregan.

Era a primeira vez que se viam, e eles já pareciam ter uma ótima conexão.

Bem, não era da conta do garoto, ele e a Targaryen nem eram amigos, porque se importar?

𝐴 𝐶𝐻𝐴𝑀𝐴 𝑁𝐸𝐺𝑅𝐴 | HOTDWhere stories live. Discover now