Luísa

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Era apenas uma menininha querendo ser adulta, mas não sabia que em ser adulta ainda vinha os problemas de ser uma. Luísa, alta, cheia de curvas e uma explosão de sentimentos, se ela fosse um tipo de acontecimento natural, seria um furacão.
Ficava presa em sua própria mente, despersonalizando vinte e quatro horas por dia,se sentia insuficiente e se auto destruía por resultado da sua interminável depressão. Não conseguia melhorar de forma alguma, estava sempre com lâminas escondidas em cada cômodo do quarto, preparada para quando a melancólica explosão acontecer, ela pressionar uma em seus finos pulsos e o sangue vermelho-escuro escorrer no chão, descarregando uma bomba de adrenalina e endorfina, depois se aliviava da sua dor.
Bebia toda vez que se sentia mal, pegava a cachaça e o vinho seco escondido de seu pai que ficava no armário e misturava com remédios, ela só queria sentir alguma coisa... Se odiava tanto que precisava beber o tempo todo pra forçar ser uma garota que não era e funcionava. Tinha um grupinho de amizades, mas não se encaixava pois sua mente estava acima deles.
  Era bonita, havia cabelos loiros pintados, olhos da cor de mel, alta, linda, mas não conseguia enxergar isso. Tinha uma baita personalidade forte, tímida, insegura, postava foto semi nua em suas redes sociais em busca de validação (principalmente masculina), vivia sempre em busca de comentários positivos das outras pessoas, pois se importava com elas. Sempre procurando algo pra se identificar e nunca se identificava com nada.
  Tinha um pai, Miguel, sempre foi presente, era idoso e não sabia dar um amor no qual uma menina adolescente precisa receber para crescer com alguns princípios. Tinha raiva dele, pois ele se parecia com ela e ela se odiava. Era explosivo, uma "bomba relógio " e se separou da mãe de Luísa pois batia nela enquanto eram juntos.
Angelita, o nome de sua mãe, era uma mulher extremamente forte e presente, mas também não deu a possibilidade de Luísa confiar nela e contar as coisas mais simples de sua vida, mas tinha um motivo, Angelita sempre passou por muitos problemas sozinha teve que sempre lidar com tudo, Luísa nem contou quando deu seu primeiro beijo ou quem foi seu primeiro amor chamado Jean.
Luísa sempre saía escondido dos pais, colocava na surdina da noite, travesseiros em seu edredom e fugia. Ia pra várias festas e sempre beijava várias pessoas (mulheres e homens), adorava fumar, fumava muito cigarro, mesmo tendo quatorze anos e sendo apenas uma menininha. Se definia como madura, que estava acima de sua idade, mas estava muito enganada naquela realidade que criou em sua própria mente, como desculpa pra realizar as coisas mais proibidas que só um adulto poderia fazer.
Até que conheceu Jean, um homem de dezenove anos que morava no mesmo prédio que Luísa, nunca conversaram, apenas trocaram olhares, nada muito além de um "oi".

Romance proibido Onde histórias criam vida. Descubra agora