Marcas Inegáveis

Capitulo 14

Se a indignação que Harry sentiu pelo vínculo fosse alguma indicação, Regulus abriu a boca para protestar contra a sugestão de que ele só queria Harry por seu corpo, mas Harry continuou antes que pudesse.

- Eu sou seu para olhar o quanto você quiser. Espero que você não se importe se eu às vezes retribuir o favor.

Harry deixou seus olhos percorrerem Regulus com uma piscadela brincalhona e ficou satisfeito quando o rubor de Regulus se espalhou ainda mais pela gola de sua camisa.

Regulus abaixou a cabeça em resposta e o sorriso de Harry lentamente se transformou em uma carranca enquanto o vínculo cantava com nervosismo, medo e frustração.

- Eu...- a voz de Regulus falhou e ele desviou o olhar e piscou como se estivesse contendo as lágrimas.

Harry sentiu seu estômago despencar em um poço de gelo e pôde sentir Tom prestando mais atenção ao que as amarras lhe diziam.

- Sinto muito se interpretei mal ou fiz algo que te ofendeu.- Harry tentou, sem entender o que havia feito, mas esperando poder corrigir o problema rapidamente. Ele não queria que Regulus se sentisse desconfortável ou qualquer uma das coisas que ele estava sentindo ao seu redor.

Harry se jogaria no oceano se Regulus derramasse uma lágrima por causa dele. Ele já havia flertado com Regulus antes sem problemas, mas talvez tenha ido longe demais. Não seria surpresa para Harry se ele tivesse feito isso. Ele não era conhecido por se conter.

Harry sabia que ele poderia ser bastante imprudente e arrogante. Ele nem sempre levava em consideração o decoro e a opinião dos outros. Na verdade, Harry fez de tudo no passado para desprezar a etiqueta do sangue puro. Principalmente por despeito e raiva. Era um hábito que ele precisaria desaprender.

Por um lado, Regulus estava totalmente vestido e pronto para o dia à sua frente. Provavelmente Tom estava se vestindo e se juntaria a eles totalmente vestido também. Harry veio para a mesa do café da manhã usando apenas um roupão fino e um sorriso.

Tinha sido divertido provocá-los antes, mas havia uma hora e um lugar. Harry não precisava tornar cada interação com eles sexual. Não era apropriado, ele percebeu, e era bastante arrogante da parte dele presumir que Regulus ou Tom concordariam com isso só porque pareciam gostar de olhar para seu corpo.

Harry era um idiota. Um idiota vaidoso.

Harry sentiu uma pontada aguda de auto-aversão por sua própria idiotice, um sentimento nada incomum para ele, se fosse honesto.

- Eu não deveria ter saído assim. Desculpe. Eu vou me vestir. Foi um insulto da minha parte presumir que eu poderia simplesmente andar pela sua casa...

A mão de Regulus em seu braço o impediu de se levantar completamente da cadeira.

- Nossa casa.- Regulus corrigiu. Seus olhos e voz firmes enquanto ele dizia isso.- Esta é a nossa casa. Você pode andar como quiser. Esse não é o problema que estou tendo. Por favor sente-se.

Harry sentou-se lentamente e Regulus desviou o olhar dele, ficando desconfortável e tímido novamente. Ele puxou o braço do aperto de Regulus para que pudesse entrelaçar suas mãos.

- Então o que há de errado? O que eu fiz para que você se sentisse assim?

Regulus olhou para Harry e depois olhou para a mesa.

- Eu queria ter essa conversa antes de nós...consumarmos nosso vínculo para que você possa ter tempo de reavaliar suas expectativas sobre...sobre mim...- ele parou, impotente, e Harry pôde sentir a dúvida agora tomando conta do vínculo (dúvida sobre si mesmo) e pela primeira vez não era dele.