CAPÍTULO 1

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Knut

Olho para os meus amigos e vejo ambos tensos, eles não demonstram medo, mas sei que estão sentindo, porque estamos lidando com o maior traficante de mulheres da Dinamarca, que estamos analisando há meses.

— Por que você tem que ir sozinho? — Storm pergunta, tocando em sua barba ruiva, por ser o mais impaciente do trio.

— Porque eles acharão que é uma visita ao prostíbulo — respondo o óbvio.

Anton me olha, não gostando dessa conversa, mas como é paciente, então entende que preciso fazer isso sozinho pelo nosso bem.

— Ficaremos de fora dessa vez. — Anton se levanta, concordando com minha decisão.

— Não acho justo você ficar com a diversão toda, eu quero usar minha pistola! — Storm resmunga.

— Ainda precisamos esperar a autorização do Finn — Anton lembra, e confirmo.

— Podemos ir lá, matar todos e pronto. — Storm caminha em direção à parede de vidro da minha sala.

— Não é assim, Storm, tenha paciência — Anton pede.

— Você não pediu paciência quando matou aquele homem semana passada! — Storm provoca.

Permaneço sentado, confortavelmente, olhando para os dois homens em minha frente.

Dizem que só existe um melhor amigo, no meu caso não. Anton e Storm são meus melhores amigos, ambos estiveram comigo desde a minha infância turbulenta. Também tem o Sven; mesmo que ele não seja do trio, ainda é um dos meus melhores amigos.

— Ele estava batendo na mulher, eu não permitiria isso — Anton informa, respirando fundo, porque o Storm é uma pessoa que consegue tirar todos do sério.

— Eu também não, por esse motivo acho certo irmos todos! — Storm fala, me olhando com ódio.

Ele tem um temperamento horrível. Não sei como estou com ele há mais de vinte anos.

— Conversamos sobre isso depois, agora quero que os dois saiam da minha sala, preciso me organizar para a reunião com os franceses, eles não sabem do lado sombrio da nossa empresa. — Faço um gesto com a mão para eles sumirem da minha frente.

— Por que escolhemos ele para a presidência? — Storm indaga, caminhando para a porta.

— Eu sou o inteligente para os negócios! — brinco, mas eles sabem que isso é verdade.

— Eu estou de olho em você. Se me deixar de fora, irei em sua casa e acertarei sua boca — Storm me ameaça antes de acompanhar o Anton para fora da minha sala.

Suspiro tranquilo por ter um momento de paz, porque, quando o Storm vem até a empresa, ele consegue perturbar tudo por aqui.

Dessa vez não irei levar nenhum dos outros na nossa missão suicida. Na última vez, o Anton se machucou antes de matar o homem que o estava atingindo, quero que ele se recupere totalmente.

Storm é o mais ágil de todos, só que ele anda muito estressado, não quero testar sua habilidade nesse momento.

Como sou mais velho que os dois, eu decido por eles. Somos amigos, mas, antes de tudo, somos uma família, porque eles são tudo que tenho de importante.

Quando eu tinha sete anos, fui abandonada pela minha genitora em frente à Christiania, a famosa cidade livre daqui de Copenhague. Meu pai havia falecido; Sofie, a mulher que devia ser minha mãe, era nova e queria aproveitar a vida. Eu nunca a encontrei, mas também não tenho esse desejo, ela me abandonou e isso é o fim da história de uma mãe e seu filho.

Knut Jorn - Os Dinamarqueses- 1Where stories live. Discover now