– Não sei se vou conseguir ir para o México final de semana – o aberto finalmente está chegando e não estou preparado fisicamente e muito menos psicologicamente, e, além disso, não posso levar Lizzy e a deixar sozinha em um país que ela não conhece nada por várias horas.

– Entendo toda sua situação com a Elizabeth, mas, se é pela segurança dela, tanto a esposa de Phil quanto minha irmã estarão com ela – inclusive as duas estão com Lizzy agora na residência de Phil, tendo uma tarde de garotas. Tanto Lizzy quanto Arizona me mandaram diversas fotos – Zane, seu futuro no tênis depende desse campeonato, você não pode abandonar isso.

Eu sei que o aberto do México é minha salvação para essa temporada, e que preciso ganhar pontos para subir no ranking e poder competir o Roland Garros na França, porque ganhando esse Grand Slam, poderei respirar aliviado pelo resto do ano e ainda irei competir o Golden Slam. Respiro fundo e puxo uma das banquetas escondidas embaixo da ilha para Hunter poder sentar e terminar de preparar seu chocolate com leite.

– Ele pode ir jogar basquete, eu te ensino jogar, Zane – o menino dá a ideia e não consigo segurar minha gargalhada.

– É o meu final de semana com ele – York explica olhando feio para o menino, pedindo para ele se comportar através de um simples olhar – Michigan infelizmente tem um teste importante e não pode ficar com esse projeto de terrorista.

– Nossa, tio York, valeu, saiba que agora o tio Michi é o meu tio favorito – Hunter forma um beiço e toma um grande gole do leite.

– Hunter, vai à sala, você pode ver vídeo no meu celular – o moreno tira o eletrônico do bolso e seu sobrinho sai super animado da cozinha – como sua irmã está?

– Nada bem – minha garganta tranca e seus gritos de noite ecoam em minha cabeça – levei ela na psicóloga, foi horrível, achei que não iria sair vivo de lá – coço minha nuca e suspiro – não sou muito próximo de Lizzy, é difícil conseguir retribuir esse carinho e confiança que ela deposita em mim.

– Você vai conseguir retribuir o carinho que sente por ela, já está aí dentro, só falta você conseguir demonstrar isso – é, ele tem razão – fui mais cedo na delegacia, nenhuma informação nova, os conhecidos do namorado da sua mãe não sabem onde eles podem estar.

Isso me deixa constipado, eles estão soltos por aí, e Lizzy trancada dentro de uma casa sem ficar dois minutos sem ter um ataque de pânico. Ela tentou se refugiar nas redes sociais, mas Gaby, já fofocou o que aconteceu e toda sua escola sabe que minha irmã sofreu um abuso e está grávida. O diretor me ligou, dizendo que se Lizzy desejar, pode concluir o final do seu último ano remotamente. Sem baile, sem colação de grau, sem viver os últimos momentos do high school.

– Temos que aguardar eles tentarem sair do estado ou serem pegos cometendo algum delito – bebo o último gole de café e sinto um pouco da borra descendo junto, não sou muito bom em passar café sem ser na cafeteira – sinto muito por não trazer boas notícias quanto a isso.

Murmuro um tudo bem, sem muita animação. Sei que ele não pode fazer nada além de pressionar a polícia, então não tenho motivos para descontar minha raiva sobre esse assunto nele. Meu agente me envia o catálogo com os imóveis e dou uma olhada enquanto York diz que irá fazer um café novo, pois o meu está horrível e fiz alguém colher sementes de café atoa. Para mim qualquer casa serve, por isso mando tudo para Lizzy e deixo uma mensagem explicando que ela pode escolher qualquer uma, que felizmente preço não é problema. Essa sempre foi minha meta de vida, ter dinheiro suficiente para não haver preocupações sobre dinheiro.

Lucky loser - livro 1 da trilogia Lucky Potter's Where stories live. Discover now