Lucas: Nem eu sei bem. -levei uma mão ao meu cabelo- Rolou um clima, e parecia super que ele queria me beijar, mas aí ele simplesmente se levantou, falou que não podia e não sei o que e foi embora.

Luba: Talvez você entendeu mal os sinais. -falou apoiando a cabeça em uma das suas mãos-

Lucas: É talvez, sei lá... Ele literalmente me falou que só fica com as pessoas para preencher um vazio. Talvez fosse melhor mesmo eu não ter ficado com ele.

Luba: Porque você tem sentimentos por ele...

Lucas: E ele não presta. -completei-

Luba: Talvez ele só ficou assustado sabe? Deve ter sido bem de repente.

Lucas: Como que uma pessoa como ele fica assustada por conta de um beijo?

Luba: Eu sei lá! Eu estou apenas tentando arranjar alguma justificação para que você não se sentir tão mal. -admitiu-

Lucas: Não existe uma explicação, ele é um babaca que envia sinais totalmente confusos e que ama esses joguinhos.

Luba: O babaca parece estar bem pior que você. -apontou para a porta-

E lá estava o Felipe, com o cabelo todo bagunçado, um moletom azul escuro que aparentemente vestiu à pressa porque a gola estava toda torta e dava para ver a camiseta branca que ele usava por baixo, e uma expressão totalmente acabada.

Ele estava muito mal para quem deu o fora.

E o pior é que o desgraçado continua atraente. Como que isso é possível?

Assim que nossos olhares se encontraram senti meu coração disparar e logo me virei para o outro lado.

Pela minha visão periférica pude ver ele abaixando a sua cabeça e indo em direção à mesa onde a Samanta estava sentada.

Luba: Você viu?

Lucas: Vi o que exatamente?

Luba: A maneira que ele olhou para você.

Lucas: Luba, a última coisa que eu preciso agora é que você me iluda mais.

Luba: Foi mal, mas o moleque parece totalmente destruído.

Apenas revirei os olhos e observei o professor entrar na sala.

Q.D.T

Luba: Hey, eu já volto. -falou apontando com a cabeça na direção de um garoto-

É claro que eles vão se pegar em um quanto qualquer da escola. Era costume do Luba sair pegando todo e qualquer cara.

Qualquer cara mesmo.

Até mesmo os "Héteros".

Tanto que houve uma vez em que ele estava tão bêbado que acabou chorando quando eu me neguei a ficar com ele.

E lá estava eu, sozinho, enquanto meu melhor amigo ia enfiar a língua na garganta de um garoto que ele nem sabe o nome direito.

ᴛ3𝑙𝑖𝑝𝑒 | The NeighborhoodWhere stories live. Discover now