— realmente. Davi tá crescendo rápido. —Digo.
Os jogadores passaram pro vestiário se trocar pro jogo e ele disse que ia acompanhar eles. Mas quando passou por mim... soltou essa.
— saiba que você fica bem mais linda com uma camisa na qual tem meu nome.
— eita, Maitê. Depois diz que não avisei. —Laura diz.
— cala sua boca. Vamos pra arquibancada. —Digo, não gosto muito de ficar no camarote.
— o Miguel vai está aqui hoje? —Laura pergunta.
— sim. Ele está na arquibancada, só precisamos achá-lo.
— não gosto dele. —Davi fala, um fato é que o Davi ODEIA o Miguel. E a Laura não gosta tanto dele também...
— Davi, não começa, por favor. —Digo.
— te entendo, maninho. —Laura fala.
Avisto o Miguel e vamos até ele.
— oi, meu gatinho. —Digo sorrindo.
— oi, amor. Oi, Laura e Davi. —Diz.
— não fala comigo. —Davi diz.
— olá. —Laura diz seca.
— não liga para eles, ok? —Pergunto.
— relaxa, Ma. Eu sei que eles não gostam taanto de mim. —Diz rindo.
Depois de um tempo o time entra em campo. E o jogo começa a rolar. Eu não sei o que estava acontecendo comigo, eu só conseguia olhar para o Martinelli. Era algo automático.
O jogo tava muito difícil, eles tentavam mil vezes para a bola entrar no gol. Mas não entrava de jeito nenhum! Com certeza eles estavam com a maior porcentagem de posse de bola. Depois de muitas tentativas, acaba o primeiro tempo.
Quando o segundo tempo chega, nos últimos minutos dele, o Gabriel faz um gol, vai comemorar com os amigos e caça alguém nas arquibancadas, e pisca o olho para alguém ao meu lado... é... tipo, talvez tenha sido para mim. Não! Com certeza não!
— eu sei que você viu, mas para constatar... foi para você. —Laura fala baixo no meu ouvido.
— idiota. —Susurro.
O jogo acaba, nós descemos das arquibancadas e vamos para o vestiário.
Aquela piscadinha do Gabriel ficou na minha mente o tempo todo, e decidi perguntar a ele o que caralhos foi aquilo.
Peço para que Laura fique com o Davi.
— Miguel e Laura, eu vou ali falar com o meu pai, fiquem aqui, que já, já eu volto. —Minto para eles. Não gosto de mentir, admito.
Ando nos corredores e de longe vejo o Gabriel, perto da porta de um banheiro. Meu pai está lá também, ele sorri para mim e eu sorrio para ele. Vou andando até lá. Quando chego perto dele o suficiente, seguro a mão dele e puxo ele pra dentro do banheiro.
Ele me olha assustado e depois alivia o olhar.
— porra! Quer me matar de susto? —Pergunta.
— quem faz as perguntas aqui sou eu. Que palhaçada foi aquela?
— qual? —Se faz de sonso.
— gol, comemoração, piscada... —Digo, tentando fazer ele "entender".
— ah, tô ligado. Gostou da dedicação? —Diz sorrindo, um sorriso fofo mas ao mesmo tempo cafajeste, podemos dizer.
— Gabriel, eu poderia ter amado, só que eu tenho namorado, e ele tava do meu lado! Imagina se ele tivesse visto?
— não pensei nisso. —Diz reconhecendo o erro.
— pois da próxima vez pensa. — digo um pouco chateada.
Tento sair do banheiro, mas ele me puxa pela mão novamente para ele. Fazendo eu encarar seus olhos.
— me desculpa, de verdade. Eu realmente dei a piscadinha porque eu quis, mas agora, sério mesmo, me desculpa? Eu não pensei nisso, real... —Pergunta, e é notável o arrependimento vindo de sua fala.
Ainda estamos segurando nossas mãos, olho para eles juntas e depois para ele.
— tudo bem, Gabriel! Fica de boa, está desculpado. —Digo dando um sorriso reconfortante.
Ele começa a acariciar minha mão e percebo ele se aproximar.
— é... os meus irmãos estão me esperando lá fora. Tchau, Gabriel. Fica bem. —Sorrio e ele também.
— beleza, Maitê. Até mais.
— eu saio do banheiro agora, e você demora um pouco pra sair, ok? —Pergunto e ele assente rindo. — tá rindo de que, idiota?
— oxe, nada. —Ri novamente. Dou uma pequena risada e saio do banheiro.
Volto para o lugar que tava, e avisto o meu pai com eles.
Porra!
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○ Coisa certa - Gabriel Martinelli.
RomanceInteligente, debochada, que fica com raiva rápido, ama o jornalismo esportivo, convencida, destemida, verdadeira e indecisa... essa é a Maitê Monteiro. Para Gabriel Martinelli, Maitê era apenas uma menina que ele amava pertubar e tirar do sério. Só...