O Sistema é Cruel

CAPÍTULO VI

     Lan Xichen pôs suas mãos em volta da cintura do esposo de forma protetora, encarando as duas figuras que acabaram de entrar, demorando seus olhos de forma questionadora no ômega medroso antes de arrumar sua postura e encarar o guarda.

     — O que estão fazendo aqui!? Como ousam atravessar as portas do quarto do meu consorte dessa maneira! — Sua voz soou firme e quase ameaçadora, Zhuocheng quis rir quando o guarda alfa tremeu levemente.

     — Perdoe-me vossa alteza! — O guarda disse, quase fundindo sua testa ao piso — Este servo ômega estava andando pelos corredores do palácio desobedecendo o horário de restrição — Explicou, fazendo com que Meng Yao arregalasse os olhos assutado — Quando me aproximei para levá-lo em direção aos aposentos dos serviçais ele simplesmente saiu correndo até aqui.

     — Vossas Majestades eu juro que não é isso! — Meng Yao disse, seus olhos pedindo por clemência — Eu estava fazendo meu trabalho quando este alfa se aproximou, expliquei que tinha permissão para vagar pelo palácio a essa hora mas ele simplesmente me agarrou e fiquei assustado — Lágrimas surgiram em seus olhos, enquanto ele fez uma reverência em respeito.

     — Vossas Majestades este ômega mente! — O guarda se defendeu, pondo-se de pé e apontando para o menor — Se o que ele diz fosse verdade, não teria cabimento para que ele fugisse — Seu olhar se tornou zombeteiro quando se dirigiu ao ômega novamente — Afinal ele é o filho de uma prostituta, cresceu em prostíbulos, todos nesse palácio sabem de sua fama suja — Ele se pôs novamente em posição de reverência.

     Apontando a situação de tal forma para o ômega, era visível que o servo estava falando a verdade. Lan Xichen encarou o esposo, como se pedisse permissão, mas Jiang Cheng não o encarava, seus olhos estavam presos no servo ômega.

     — Vocês invadiram os aposentos do meu esposo, portanto... — O Imperador começou a falar, olhando diretamente para o ômega em seu colo — Diga meu ômega, o que deve ser feito?

     Zhuocheng encarou o alfa, engolindo em seco. O guarda mentia, isso era visível, e ele não queria que Meng Yao fosse castigado, o achava uma casca vazia mas não o odiava, mas isso não seria do feitio de Jiang Cheng. Se bem que, esse acontecimento não seria algo que mudaria tanto o rumo da história.

     — Quero que o guarda seja punido — Simplesmente disse, mechendo no tecido das vestes do Imperador, fingindo distração e falta de interesse — E quanto ao servo ômega, apenas deixe-o voltar para a ala dos empregados.

     O guarda alfa levantou-se novamente, pronto para transmitir sua indignação, mas calou-se ao receber um olhar severo do imperador.

     — Assim será feito — Lan Xichen afirmou, fazendo um leve sinal com a cabeça, fazendo mais dois guardas aparecem — Levem o guarda para a ala das celas; enquanto ao servo ômega... — O Imperador olhou em direção ao servo, que corou — Leve-o para a ala dos empregados em segurança.

     Os dois guardas aceitaram as ordem, fazendo um reverência em respeito, levando as duas figuras invasoras consigo. Meng Yao olhou disfarçadamente em direção ao imperador, seu rosto ficando ainda mais vermelho enquanto um sorriso bobo se formava em seus lábios.

     O imperador é tão carinhoso com seu consorte, com toda certeza o consorte imperial é sortudo; pensou o ômega servo enquanto era levado em direção a ala dos empregados nos fundos do palácio.

     Zhuocheng bocejou, entendiado, encarando Lan Xichen, que o encarou de volta sorrindo amavelmente.

     — Desculpe por isso — O alfa falou com voz suave — Vou por mais guardas nas portas de seus aposentos para garantir que este tipo de infortúnio não ocorra mais.

     Zhuocheng apenas ficou em silêncio, sentindo seus olhos pesarem, sentindo sono de repente.

     — Meu esposo está calado demais hoje — O alfa suspirou, fazendo um carinho na nunca do ômega — Tem certeza que está bem?

     Zhuocheng apenas assentiu, sonolento, e quando se mexeu para ficar mais confortável, lembrou-se fato de estar no colo do alfa. Seus músculos pareceram despertar, e ele praticamente saltou para longe do alfa, se colocando a uma distância considerável do mesmo, que o encarou confuso e quase choroso.

     — Esposo, não fiz nada de errado — Lan Xichen disse, manhoso como um filhote — Perdoe este alfa por qualquer erro, mas não me castigue me afastando assim.

     Zhuocheng quase fez uma careta, havia esquecido de um detalhe importante da personalidade do alfa protagonista; o fato dele ser um verdadeiro chantagista emocional, que chorava como uma criança birrenta quando não conseguia o que queria.

     Zhuocheng odiava lidar com birras infantis, mas tinha que pensar que por um lado, seu comportamento era extremamente fora do comum, afinal, ainda era Jiang Cheng para todos os contextos.

     Suspirou, rezando por paciência.

     Bem, ele daria um jeito.

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Olá, espero que tenha gostado, não esqueça de comentar e deixar uma estrelinha, capítulo não revisado, caso ache algum erro, me diga por favor, obrigada por ler
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