Proposta Aceita

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— Você quer jantar comigo? — pergunta ele.

— Não exatamente, você deve me acompanhar em um jantar familiar também — escolho bem cada palavra.

— Ah, você também precisa de mim! — conclui.

— Eu não vou retirar o cem mil — dou de ombros e olho para a minha xícara vazia. — Não posso ir sem um acompanhante.

— E por que eu?

— Você me escolheu primeiro, lembra?

Não estou tendo o melhor dia da minha vida.

Fazia mais de um ano que eu e o Luís não discutíamos ou brigávamos pelo que quer que fosse, mesmo que tudo se tratasse de curtas palavras e bastante hesitação, ainda é muito melhor do que ele fazer qualquer insinuação a respeito do meu trabalho.

Ou ao meu respeito.

— E por que eu pagaria cem mil sendo que seria um encontro em troca do outro?

— Não é um encontro — corrijo secamente. — E se não quiser, não tem problema, pode dizer a sua meia irmã que terminamos.

Ele fecha o cenho, fica de repente assim muito carrancudo.

— Eu não posso fazer isso, a Heather falou muito bem de você e os Jonhson insistem que venha comigo ao jantar.

Eu também não estou surpresa com isso, sempre tento ser o mais agradável e profissional com todos os clientes, claro que tem algumas noivas com quem eu desenvolvo um pouco mais de afinidade, este foi o caso da Heather.

— Então, você já tem a minha proposta.

— Cinquenta mil e os dois encontros.

— Cem mil e os dois jantares!

— Cinquenta!

— Cem!

— Cem!

— Feito!

O vejo continuar sério como se esperasse que eu caia nisso bem fácil, mas já faço isso há muito tempo, não, essa mulher aqui ele não irá enganar!

— Ontem você estava disposto a me pagar cem mil só para que eu dissesse que sou sua namorada ao seu pai, agora está querendo me dizer que é muito só porque estou colocando um termo?

— Eu precisava mais de você do que você de mim e, você simplesmente saiu andando.

— Você foi muito indelicado.

— Não me apeteço de saber que pago para que me cubram de exigências.

— Mas eu não te cobri de exigências.

— Não foi o que pareceu.

— Ah, sua exigência era aquela cheia de machismo em que eu tinha que fazer o meu papel de mulher e ficar calada.

— Não costumo ser tão impaciente, mas ontem foi uma noite estressante.

Ainda estou curiosa sobre isso, mas não vou fazer nenhuma pergunta sobre porque já vi que esse tal de Aquiles Braga não gosta que as pessoas se metam na sua vida ou em suas decisões.

A moça se aproxima e coloca duas xícaras de café espumoso sobre a mesa, ela dá um sorrisinho gentil para o homem e se afasta olhando-o em silêncio, mas é claro que eu a entendo, afinal de contas, ele é realmente um homem bonito e que chama muita atenção, mas na minha vez ela estava com uma cara tão amarrada que eu senti medo.

O vejo segurar a xícara entre os dedos cumpridos e grandes e levar até os lábios, desvio o olhar para meu café e bebo um gole, forte, amargo e com espuma de canela, é uma excelente escolha.

— Preciso que envie seus dados bancários pelo meu número — ele checa o relógio de pulso e seus olhos se esgueiram para mim. — Tenho um compromisso daqui a pouco.

— Eu enviarei — pego meu celular no bolso do jeans e o desbloqueio. — Você não acha que deveríamos trocar informações...

— Não! — ele me corta.

Eu não sei bem como poderia ser isso, mas mesmo sendo impessoal posso entender que alguém como o senhor Braga não queira se abrir ou falar a respeito de sua própria vida. Talvez tenha muito dinheiro e uma vida bem longe dos Jonhson, sem sombra de dúvidas ele não gostaria de ter sua imagem afetada ou vinculada a quem quer que fosse por qualquer motivo.

Eu também penso que se faremos isso deveríamos saber o mínimo um sobre o outro, só que não quero que isso seja algo além do que já é.

Preciso de alguém que me acompanhe porquê de alguma forma isso vai mostrar ao meu filho que eu não tenho raiva ou rancor do pai dele, obviamente que em relação a raiva não, não odeio o Tate, mas ainda carrego dentro de mim alguns traços de rancor pela pessoa que ele foi comigo no passado e com ele também.

Eu nunca vou esquecer de todos os dias dos pais que eu tinha que ir ou dos natais em que o Tate estava aproveitando com a família dele e fingindo que o Luís não existia, por anos isso me afetou de diversas formas.

Hoje não tanto.

Talvez o Luís tenha se esquecido porque foi conveniente para ele durante a época em que já estava grande o suficiente para entender e escolher, mas eu não esquecerei nunca disso.

— Enviou?

A pergunta me tira das reflexões, digito rapidamente meus dados bancários em nossa conversa e envio para o mesmo, me sinto um pouco desconectada de tudo quando o Luís fica perto, ele me faz lembrar de muitas coisas que passei na vida e não gosto disso.

Mas me faz lembrar principalmente que a grande lição da minha vida se resumiu em amar demais, em ter sido ingênua e fraca e isso é algo que nunca mais farei na minha vida.

Por ninguém!

— Pronto! — ele diz ao checar a tela do celular. — Já foi encaminhado para o meu contador, algo mais?

— Te enviarei a data com horário no seu número — falo.

— Combinado. — ele se ergue deixando a xícara vazia sobre a mesa. — Também enviarei a data do jantar com horário.

— Ok, obrigada senhor Braga.

— Aquiles, por favor.

— Tudo bem.

Apesar de tudo é bem impessoal.

Ele checa o celular e faz um breve aceno com a cabeça, logo, gira os calcanhares e se afasta saindo da cafeteria, suspiro aspirando por alguns segundos ainda o cheiro do perfume masculino.

Observo-o sair do lugar e atravessar a rua por entre a janela grande lateral que fica ao lado da mesa onde estou sentada. Ele atravessa a rua e entra em um carro de luxo de cor preta.

Tenho certeza de que essa não é a melhor decisão que já tomei na vida, mas também, não será a pior de todas.

Grávida do Bilionário PetulanteOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz