Eu tinha 14 e o pai dele tinha 17.

Só que ao invés de terem julgado mais o pai dele por ele ser mais velho, eu fui ateada a uma fogueira de comentários e julgamentos ruins, só que eu não entendia muito bem como as coisas funcionavam e a chuva de coisas ruins que diziam sobre mim só me fizeram me sentir mais culpada do que eu deveria.

Era tão jovem que não entendia como as coisas funcionavam em nenhum sentido literalmente.

Um dia eu fui a um baile de primavera e dei de cara com um dos garotos mais bonitos e populares da escola, naquela mesma noite eu e ele acabamos nos animando muito e eu só me lembro de que foi tão rápido de que quando dei por mim, já havia acabado.

Por anos me senti como a Drew Barrymore naquele filme Os garotos da minha vida, algumas vezes eu ainda me sinto, quer dizer, meu filho tem 20 anos e fará 21 daqui há quatro meses, farei trinta e cinco mês que vem, antigamente era muito complicado ver isso do jeito que era.

Eu parei de estudar, não fui para a faculdade como minhas amigas da escola, aos dezesseis anos eu já estava trabalhando meio período num restaurante perto da casa dos meus pais e vendo todos os dias antigos colegas levando vidas opostas à minha.

O pai do meu filho havia ido para faculdade, os pais dele pagavam uma pensão generosa no começo, só que depois dos três primeiros anos de vida do Luís, eu estava passando por muitas dificuldades financeiras porque meus pais já me consideravam velha o suficiente para morar numa casa.

Se você foi velha o suficiente para fazer sexo e ter um bebê, também será velha o suficiente para saber a responsabilidade de cuidar de uma casa e dele sozinha.

— Eu fiz suco — Luís diz da sala e me tira dos pensamentos.

Ele sabe que eu não bebo refrigerante desde que ele tinha cinco ano de idade, mas realmente, fico espantada que ele tenha tido a iniciativa de fazer esse suco para nosso jantar, na maioria das vezes ele pede um refrigerante junto com a pizza e eu mesma preparo algo para eu beber.

Vou até a geladeira e pego a jarra de suco de morango, o cheiro é adocicado e natural, depois que eu fiz trinta anos eu comecei a adotar algumas práticas que me deixam mais leve e saudável, infelizmente tive um diagnóstico de pressão alta e isso meio que me forçou a tomar decisões que beneficiam minha saúde.

O médico disse que era porque eu trabalhava demais e porque eu não me alimentava direito, atualmente eu consigo controlar muito bem esse sentido da minha vida, não posso dizer que até quatro anos atrás era assim.

Carrego a jarra de vidro até a mesa de jantar e me sento me meu lugar de sempre, à direita, ele se senta do outro lado da mesa de frente para mim. Coloco a jarra sobre a mesa e abro a primeira caixa de pizza, esta é a de calabresa.

— Pedi pepperoni a que você gosta — ele fala abrindo a outra caixa.

— Obrigada.

Eu já sei o que ele quer, bem, é como quando ele era mais novo e queria comprar algo para adicionar ao seu PC Gamer, ele não se daria ao trabalho de fazer tudo isso com tanto zelo em troco de nada.

— Sabe que pode entrar em contato com a Dani e pedir o quanto precisar, não é?

— Eu não quero nada dessa vez, mãe, fique tranquila.

Ele não gostou do que eu falei.

O semblante mudou na hora.

Mas é que eu me acostumei a pagar pensão desde que ele decidiu ir morar com o pai, quando fiquei melhor financeiramente eu passei a dar uma mesada a mais, o pai dele paga sua mensalidade na universidade local e eu dou sua pensão mensal e alguns valores quando ele pede, é algo que faço questão.

Grávida do Bilionário PetulanteWhere stories live. Discover now