Get down, baby!

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Please to meet you

Hope you guessed my name

A música pulsava pelos alto-falantes daquele bar minúsculo e claustrofóbico, estremecendo toda a estrutura do lugar e fazendo com que o corpo de Lily Evans vibrasse em conjunto. Sentia as notas pulsando pelo chão enquanto se movimentava, acompanhando a música estridente. Sentia o suor escorrendo pelo pescoço, fazendo um caminho pelo vale de seus seios. Sentia seus cabelos longos e vermelhos grudando em sua nuca. Sentia olhares das pessoas em si.

Sentia tudo.

Sentia um conjunto de sentimentos apertando sua garganta. Tantos que não conseguia contar.

Frustração. Desejo. Necessidade. Raiva.

Mexeu o quadril com mais vontade, os braços balançando ao som do ritmo arrastado.

Não queria sentir nada.

Sua irmã estava noiva daquele porco horrendo. Alice havia perdido os resumos das aulas de psicopatologia que Lily vinha escrevendo há dias, preparando-se para as provas finais. Marlene, que a estava acompanhando, fora embora horas atrás com um homem que havia acabado de conhecer. E ela estava ali, sozinha.

Lily inveja Marlene. Havia saído em um encontro na noite anterior e, por mais encantador e gostoso que o cara fosse, ele não era James Potter.

Seu demônio particular. Aquele que Lily nunca provou, mas era constantemente utilizado por ela como parâmetro de comparação com qualquer outro sujeito do sexo masculino.

O filho da puta estava sempre por perto, fisicamente ou em seus pensamentos.

Naquele momento, estava em ambos.

Lily podia senti-lo.

But what's confusing you

Is just the nature of my game

O lugar vibrava pela música e pela presença dele.

Estava ali, escorado no balcão de madeira enquanto segurava um copo cheio de um líquido escuro. Como sempre, com Sirius Black à tiracolo.

Lily dificilmente admitiria em voz alta, mas adorava Sirius. Ele era um babaca, é bem verdade, mas diferentemente do amigo, ele a divertia.

Potter a enlouquecia.

Black tagarelava enquanto gesticulava enfaticamente com as mãos, mas James não parecia estar atento ao monólogo. Os olhos - escondidos pela porra de uma armação preta que fazia Lily imaginar o quão bom seria ter ele entre suas pernas, a barba mal feita arranhando suas coxas, e, Deus, a merda daquela língua fazendo... - estavam focados nela.

Ela sentia. Sentia a conhecida tensão sexual que os rodeava, que vinha crescendo diariamente em um período de dois anos. Desde aquela maldita matéria de antropologia em seu primeiro semestre da universidade.

Sua turma de Psicologia dividia algumas matérias com os estudantes de Ciências Políticas - e James era um deles. O típico cara rico com toda aquela gloriosa áurea rebelde e ego inflado, tão confiante e seguro de si que era insuportável observá-lo por muito tempo sem querer arrancar com as próprias unhas a expressão presunçosa que parecia não abandonar aquele rosto bonito.

Como se não bastasse, ele era extremamente inteligente. Lily nunca conhecera alguém com a língua tão afiada, ainda que morasse com Marlene. Potter parecia sempre ter uma resposta pronta e articulada para todos os assuntos do mundo. Foi impossível não notá-lo: a garota tinha um fraco por acadêmicos - principalmente se fossem bonitos.

He looks like hellOnde histórias criam vida. Descubra agora