Levanta-te e come, a ti reservado está uma refeição. Seguindo uma forma geométrica que balanceia o necessário para sobrevivência. Todo tempo servido para que exista, apenas isso.
Podes comer e hidratar-se de uma fonte, límpida e incolor, essa pertence a um espaço familiar. Ambiente vivido e recordado.
Levanta-te, é o que lhe resta. Não importa sua vontade, ao menos seu essencial está presente para que desfrutes das migalhas da vida.
Tempos se passam e o necessário se torna insuficiente, ambíguo. Comes e bebes o que tens que consumir, o que te falta? Cais ao devaneio do ser, avareza.
Desejas mais do que já tens, rude e impróprio. Substitua teus desejos com o que é fornecido. Nada que deixe de ser o essencial somente. Ancorado.
De memória, apagues o que resta de incertezas sobre vontades, não te cabem e nunca supridas. Anseio e ansiedade para encher-lhe as digestões de falsos nutrientes criados por si próprio.
Em primeira oportunidade, completa o restante bucal com desespero. Engasga-se.
Sempre lhe foi dado o essencial, cabe a ti abrir as passagens para consumo.
Asfixia-se.
Medo? Alguma outra invenção egoísta. Consequência.
Respire criatura, valoriza piedade? Envergonha-te.
Pobre existência, de valor. Solicita simplicidades, mentiras. Arde o repúdio exalado e recomece inconsciente. Carregas o mínimo que recebes, orgulhe-se. De suas companhias, vazias. Isole-se.