Capítulo 2

117 26 20
                                    

Fazia um mês que Natasha tinha visto Octavia e dado um sumiço no homem que a estava seguindo e a viúva negra já tinha se acostumado com a ideia de que a criança não iria a ligar. E por algum motivo, isso chateou a ruiva.

Natasha estava em uma reunião de equipe quando de repente seu celular tocou. Todos viraram para a olhar, mas Natasha ignorou em prol de pegar o telefone e ver um número desconhecido na tela.

Seria....?

A mulher se levantou e saiu da sala sem olhar para trás e atendeu o celular, o colocando contra a orelha.

- Mamãe! Que bom que você atendeu! - Uma voz infantil e aguda soou e Natasha quase desligou o celular, pensando ser um trote. - É a Octavia! Então... Eu preciso que você me busque aqui na escola por favor... Eu vou passar pra minha professora, ela quer falar com você.

O que?

Natasha nem teve tempo de falar nada quando a voz de uma mulher foi escutada.

- Senhora Amanovna, sinto muito te incomodar, mas sua filha caiu da escada e parece ter quebrado o braço. - A professora falou e Natasha parou um momento para refletir os acontecimentos. Zarina Octavia Amanovna? Era um nome lindo. - E veja, é contra nossa política da escola levarmos uma criança para o hospital, então você pode passar aqui e pegar a sua filha?

- Posso. - Natasha concordou e logo depois a professora terminou a ligação antes que ela pudesse perguntar o endereço.

A viúva negra revirou os olhos e resmungou antes de entrar de volta na sala de reunião. Todos olharam para ela e Natasha fez uma careta antes de se aproximar de Tony e entregar seu celular para ele.

- Rastreie esse número. - Ordenou em sua melhor voz de "eu sou a comandante dos vingadores, faça o que eu mandar ou você vai sofrer".

- Eu só sirvo pra isso. - Tony resmungou, começando a digitar rapidamente no celular de Natasha. - Tony, rastreia isso, conserta isso, faz isso, Tony faz aquilo. O dia todo.

- Ainda bem que você sabe disso. - Bucky provocou e Steve resmungou, apoiando a cabeça nas mãos.

- Cala a boca Ciborgue. - Tony retrucou, logo depois entregando o celular novamente para Natasha. - Escola Russa Para Meninas De NY? Você vai sequestrar uma criança asiática, Tashinha?

- Que porra? Tashinha? Eu não sou um alfinete. - Natasha resmungou e revirou os olhos, observando a tela do celular antes de o colocar no bolso da calça.

- Ue, sua língua é afiada que nem um. - Deu de ombros e Clint começou a rir. - Que foi agora Katniss? Tá zombando de mim ou da alfinete?

- Eu só queria saber como você sabe que a língua da Natasha é afiada. - Clint provocou, balançando as sobrancelhas. - A Pepper te contou o que aconteceu na Colômbia entre ela e a Natasha?

- Você comeu a minha esposa?! - Tony gritou, se levantando da cadeira e Natasha somente riu, saindo fora da sala de reuniões. Ela tinha uma garota pra resgatar.


0-0-0


Natasha saiu de dentro de seu carro e a primeira coisa que ela viu foi uma garotinha correndo em sua direção e a abraçando. A viúva negra puxou a garota para cima e a encaixou em seu quadril, observando a criança.

Usava um uniforme verde do mesmo tom de seus olhos, que só agora Natasha havia percebido, eram quase do mesmo tom que os dela. Seu braço estava enrolado em uma toalha e pressionado firmemente contra o lado de seu corpo.

- Como está seu braço, querida? - Natasha falou suavemente, afastando o cabelo da criança de seu olho. - Ele dói?

- Sim, muito. - Octavia falou, parecendo lembrar da dor e fez beicinho antes de fungar alto.

- Tudo bem, tudo bem. - Natasha tentou confortar, acariciando a bochecha da criança. - Onde eu trabalho tem um hospital, tudo bem se a gente for até lá para tratar o seu braço?

- Sim Talia. - Murmurou, fungando novamente antes de apoiar a cabeça em seu ombro e suspirar. - Mas só se tiver sorvete.

- Tudo bem, eu te dou sorvete depois. - A viúva negra riu, indo até o seu carro e colocou a criança na cadeirinha do banco de trás, o objeto sendo roubado de Clint alguns minutos atrás.

A viagem até o complexo foi rápida, com Octavia fungando no banco de trás e fazendo Natasha sentir cada vez mais dó da menininha. Ao chegar, pegou a garota no colo e entrou no prédio, indo diretamente para o elevador.

- Sexta feira, modo viúva negra. - Falou para o teto depois de clicar no botão da enfermaria.

- Sim agente Romanoff. - A voz metálica veio de um auto falante no teto e Octavia ergueu o rosto curiosa. - Bruxa perigosa saindo da enfermaria, passarinho no duto de ar em cima da sala de estar, bunda da América na sala de treinamento, mecânico falido no laboratório com o espinafre bombadão, Rapunzel na cozinha e irmão da esquisita no quarto.

Que legal.

Era óbvio que Natasha tinha que encontrar aquela mulher idiota enquanto estava com Octavia. A viúva negra revirou os olhos e colocou a cabeça da criança novamente em seu ombro, acariciando sua cabeça ao sair do elevador.

Mal deu dois passos antes de encontrar Wanda Maximoff e a mulher parou em sua frente, olhando preocupada para a criança nos braços da mais velha. Natasha apertou mais a criança e ergueu a sobrancelha para a morena.

- Quem é essa criança, Natasha? - Falou suavemente e com a voz doce. Fingida. Falsa. Nojenta.

- Não é do seu interesse, e é Agente Romanoff para você. - Natasha falou severa, apertando os passos para se afastar daquela mulher idiota.

- Por que você falou assim com ela, Talia? - Octavia perguntou inocentemente, levantando a cabeça para encarar a mulher.

- Bem... Aquela mulher fez uma coisa muito, muito, muito ruim comigo. Que me fez ficar muito triste. - Natasha começou, praticamente sentindo as cicatrizes em seu pulso, que a atormentara o ano passado inteiro. - Então a merece que eu seja malvada, porque ela é horrível.

- Faz sentido. - Octavia contemplou. - Sinto muito Talia.

- Está tudo bem, querida, não é sua culpa. - Suspirou, sorrindo para a garotinha antes de chegar a enfermaria e abrir a porta para entrar.

- Por que ela te chamou de Natasha se o seu nome é Natalia? - Perguntou novamente, o rosto franzido em concentração.

- Quando eu ainda morava na Rússia, meu nome era Natalia, e quando eu vim aqui para os Estados Unidos eu resolvi mudar de nome para Natasha. - A ruiva explicou, não vendo motivos para mentir para a garotinha. - E de vez em quando eu fico com saudade do meu nome e peço para outras pessoas me chamarem de Natalia.

Na verdade, também era culpa da Wanda isso.

Antes dela entrar na cabeça de Natasha, a viúva negra já tinha até esquecido como se chamava na Rússia, mas após aquele feitiço, passou dias em flashbacks, só respondia por "Natalia" e teve que ser sedada quando tentou se jogar do último andar do complexo. Foi difícil.

- Entendi, Talia. - Octavia murmurou, sua mãozinha indo até o rosto de Natasha para fazer carinho em sua bochecha, suas bochechas se moldando para apresentar uma covinha tão adorável quando seu sorriso brilhante

FamilyWhere stories live. Discover now