Prólogo;

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Era feriado e Cesar estava aproveitando o dia livre em casa para praticar novas músicas no violão, mas tudo que se podia ouvir eram acordes inseguros e resmungos insatisfeitos. Faziam ao menos 3 horas desde que havia afinado o instrumento e começado a tocar, mas nunca se sentia seguro com o seu tom de voz, em sua percepção, ainda era muito desafinada e precisaria de muito mais treino para alcançar as notas que almejava.

Quando estava prestes a começar a mastigar as cordas de seu violão por causa da frustração, sentiu algo fofinho se encostando em sua perna e ao olhar para baixo encontrou sua gatinha de estimação: a fumaça!

Automaticamente sorriu e sentiu todo o seu estresse indo embora. Deixou o violão de lado na cama e se inclinou para fazer carinho na gata, que aceitou de bom grado. Cesar a pegou no colo e ela miou e começou a escalar a camisa dele, tentando chegar em seus ombros; ainda era uma gata filhote então era uma atitude comum e fácil de ser realizada.

Quando fumaça alcançou seu objetivo ficou ali parada por alguns segundos enquanto Cesar fazia carinho nas suas costas, mas não demorou para que mostrasse sua verdadeira face e desse uma mordida na orelha de César.

一 Ai caralho! 一 tirou a gata de seus ombros e a segurou em sua frente com uma cara brava, ela apenas miou 一 você é uma praga.

Colocou a gata no chão e se levantou, batendo as mãos nas roupas para retirar os pelos. Fumaça miou mais algumas vezes o encarando. Cesar colocou as mãos na cintura e perguntou o que ela queria, e não parecendo se importar com o fato de que não receberia uma resposta, continuou a reclamar com a gata enquanto caminhava para fora do quarto.

Ela correu e passou entre as pernas de Cesar, que quase se desequilibrou e soltou um xingamento, ouviu uma repreensão de seu pai vindo da cozinha mas não respondeu, apenas seguiu fumaça que ia correndo justo para aquele cômodo da casa; do qual, a propósito, começava a sair um cheiro delicioso, Cesar deduziu que seu pai e sua mãe estavam cozinhando juntos.

Um riso nasalado escapou quando entrou na cozinha e viu fumaça em frente ao seu pote de ração, o encarando. Cesar se aproximou mais e seu queixo foi ao chão ao perceber que o recipiente já estava totalmente vazio.

一 Nem fodendo que você já comeu tudo 一 fumaça miou em resposta e seu pai o repreendeu pelo palavreado novamente.

Cesar andou resmungando até o armário em que guardava a ração e fez uma careta ao perceber que já havia acabado. Sentindo-se um péssimo e irresponsável pai, perguntou para sua mãe se ela poderia emprestar dinheiro para que pudesse comprar mais ração.

一 você pode pegar meu cartão, minha carteira tá na mesinha de cabeceira do quarto.

一 Obrigado, mãe.

一 Você tem que ficar mais atento com essas coisas, filho. Ela é responsabilidade sua.

一 Sim, eu sei. Não vai acontecer de novo.

一 Agora, se apressa para voltar logo. O almoço tá quase pronto.

Fumaça começou a miar mais alto e saiu correndo pela casa, e Cesar, após pegar o cartão de sua mãe, foi até seu próprio quarto para colocar um moletom e calçar seus chinelos para que pudesse sair de casa.

Ao abrir o portão da frente, se lembrou de verificar se estava com as chaves de casa. Enquanto checava seus bolsos, fumaça veio até si correndo como um foguete e passou entre suas pernas, fazendo com que se desequilibrasse.

Quando Cesar recobrou seu equilíbrio, demorou alguns segundos para raciocinar que sua gata havia escapado de casa.

Mas assim que notou, ficou completamente desesperado. César gritou algo meramente compreensível para sua mãe, avisando que estava saindo de casa, e então disparou atrás da gata, que diga-se de passagem, era extremamente ágil para uma felina com um corpo tão pequeno e rechonchudo.

SweetWhere stories live. Discover now