Uma Ajuda Inesperada

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— Senhor Kim, você se sentiria confortável com algumas explicações? — Assenti depois do moreno ter afastado o copo, senti minha mente clareando aos poucos e retornando os sentidos. — Você caiu de um prédio de aproximadamente quinze andares, no entanto, foi amparado no décimo terceiro por uma cobertura de lona bem resistente, o senhor Jeon estava na hora e chamou o corpo de bombeiros juntamente com a equipe médica, fizemos um panorama no seu corpo e apenas o seu braço direito teve uma luxação no ombro, colocamos na tipoia para melhorar. Está sentindo algo além do ombro?

—  A minha cabeça está rodando um pouco — relatei, levantando a minha mão esquerda, ela estava um pouco formigando. 

— A cabeça está rodando por conta dos remédios fortes para o ombro. — Respirei fundo, jogando o rosto para trás, mais um problema na minha vida. — O senhor já está de alta, a receita para os remédios está aqui. 

Ele depositou uma folha em cima da mesinha que estava com água e um jarro de flores. 

— Vai se sentir cansado nos próximos dias, mas uma boa alimentação e descanso ajudam bastante, depois pode fazer fisioterapia do ombro. 

— Vou poder pintar quadros com o braço direito? — Ele me olhou com pesar no rosto, mas assentiu. 

— Depende da sua dedicação em seguir o recomendado, normalmente ameniza a dor em três meses, mas, dependendo dos casos, chega a seis. Compressas de água gelada ajudam quando a dor está intensa. — Assenti, queria xingar e gritar para pedir um sim ou não para a minha pergunta, mas eu sabia que não resolveria nada. 

— O pagamento do hospital, eu faço na recepção? — Para falar a verdade, eu nem sabia como iria pagar a conta do hospital, eu falei como se estivesse cheio de dinheiro, mas a minha conta bancária estava mais furada que bolso de mendigo, nada contra os mendigos. 

— Já está pago, não se preocupe, meu plano cobriu — dessa vez, o homem que estava ao meu lado respondeu. 

Encarei aquele desconhecido, franzindo o cenho com tamanha gentileza, com certeza ele queria alguma coisa, eu sabia que esse hospital é caro só pela hospitalidade, com certeza ele iria cobrar juros em cima da conta que ele pagou, pessoas não são boas de graça, sempre tem algo em troca. 

— Olha, Jeon… — Deixei em aberto para ele revelar seu nome todo. 

— Jeon Jungkook. — Assenti, tentando sentar direito naquela cama para levantar e ir embora. 

— Obrigado mesmo por ter pagado a conta do hospital, eu tenho zero wons na minha carteira nesse momento, mas juro que irei te pagar, você pode esperar pelo menos três meses enquanto eu me recupero e arranjo um emprego? Você pode até colocar juros… — Fui interrompido por um acenar de mãos, negando com o rosto.

— Taehyung, não fiz isso em busca de dinheiro ou juros e coisas do tipo, estou realmente preocupado com você. Se sente mesmo bem? — Inclinei o rosto para o lado, assentindo de leve, ainda não me sentia cem por cento bem. — Eu moro no mesmo prédio que você, pode vir de carona comigo. 

Repensei mil vezes, não queria incomodar, mas no final assenti e na mesma hora lembrei do meu ex, ele odiava quando eu pegava caronas, principalmente com amigos do trabalho. Seria muito difícil esquecê-lo e nem eu sabia se estava disposto a realmente esquecer.

Jungkook me ajudou a calçar os sapatos e a sorte é que não era tênis e sim um mocassim, quando fiz menção de levantar ele segurou meu cotovelo devagar, como se estivesse com medo de que brigasse com ele, mas eu admitia que precisava de ajuda e aceitaria a oferta, mesmo tendo uma impressão de que nada era de graça e poderia me prejudicar lá no futuro. Não peguei a receita em cima da mesa, afinal não iria ter condições de comprar os remédios, o pouco dinheiro que eu tinha pegado emprestado era para pagar o condomínio, e a comida eu iria me virar depois. 

Ipseidade [ Kth + Jjk ]Where stories live. Discover now