O que você faria se começasse a ter sonhos dias antes do seu aniversário, com um homem que nunca viu na vida? Qualquer um poderia ficar assustado, mas Aylla contava as horas para noite chegar.
Atlas é um híbrido que foi traído e aprisionado por mil...
Não se passou nem um minuto que entrei na água e todo meu corpo tremeu de frio. Não é normal uma água ser assim. A água está tão fria que quanto mais passos eu dou mas eu sinto meu corpo dormente. Se eu ficar mais alguns minutos irei congelar então sem pensar muito, mergulho. Afundei na água não conseguindo ver nada, toco meu colar vendo a luz dourada aparecer me mostrando o caminho que devo seguir. A bolha ao meu redor me ajuda a flutuar sem eu precisar mover meus braços e minhas pernas. A linha vai em direção a uma parede de pedra, me aproximo e vejo algumas brechas entre elas, puxei algumas liberando o caminho que devo seguir. Sigo por um túnel submerso por alguns metros e depois de dois minutos finalmente chego a uma saída.
Consigo ver luz e quando finalmente chego a superfície não consigo evitar ficar deslumbrada. Saio da água tremendo de frio e sigo pelo único caminho que vejo. Cristais de todos os tamanhos e cores. O teto é feito de gelo sólido, assim como as paredes, por isso a temperatura é tão baixa.
Ao fim do pequeno corredor entrei em uma espécie de salão onde tem mais cristais e uma mesa de pedra com um corpo em cima.
Me aproximo, sentindo uma ardência no meu pescoço, o colar agora está brilhando e aquecendo ao ponto de queimar minha pele, o tiro rapidamente vendo ele brilhar mais forte a cada passo que dou, uma pequena luz saia da pedra, e indo em direção ao seu corpo entrando em seu peito.
Atlas está deitado, de longe eu poderia pensar que está dormindo, mas quando chego pertinho do seu corpo percebo sua pele pálida e com pequenas camadas de gelo. Sua boca está sem cor e seus olhos fechados com vários flocos de neve sobre os cílios. Ele está magro e seus cabelos sem brilho algum resultado de vários séculos sem sangue. O olhando daqui nem parece o temido tribrido das histórias.
O que devo fazer agora?
Apenas um pouco do meu sangue pode o acordar? E se ele perder o controle e me atacar? Sem pensar muito nas respostas de todas essas perguntas, pego minha adaga e forço a lâmina no corte o abrindo, deixando o sangue fluir. Levo minha mão aos seus lábios e algumas gotas pingam ali.
Não sei se isso vai funcionar e só os deuses sabem o quanto estou ansiosa e nervosa. Meu coração está acelerado, meu corpo todo treme e não sei se por medo ou ansiedade. Como será quando ele acordar? Nunca imaginei o momento. Não sei se ele irá lembrar dos sonhos e o que me deixa temerosa e pensar que talvez quando ele acordar não saiba quem eu sou.
Alguns minutos se passaram e nada aconteceu, seu corpo continua imóvel e sem vida como antes. Sento- me no chão exausta, nunca me senti tão cansada em toda minha vida, talvez por que eu nunca sai daquele castelo e passei dias andando. Isso só para chegar aqui e não funcionar. Tudo o que fiz não valeu de nada, ele continua do mesmo jeito e eu sem saber o que fazer.
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Eu não vi o momento em que ele acordou, apenas um vulto passando diante dos meus olhos e dentes afiados cravando em minha garganta. A sensação era única e prazerosa, todo meu corpo entrou em combustão, sentia o sangue queimar em minhas veias, era tão bom senti-lo pela primeira vez tão próximo de mim. Mas eu sabia que se eu não o parasse ele ia acabar me matando, foi mil anos preso sem sangue e sem ver a luz do sol. Mesmo com todo o prazer que eu estava sentindo eu tentei o empurrar.
