Não, não, não! De novo não!

Era um pesadelo, ela não devia ter deixado o poder se libertar, devia ter aguentado por mais tempo. E se o rapaz contasse para alguém o que viu, seria o seu fim.
Milhares de cenários horríveis tomaram conta de sua mente e Laila se sentiu sendo puxada de volta para aquele reino escuro de dor e angústia.

-Ei! Alteza! Está tudo bem. -o rapaz aperta o ombro de Laila para mostrar que estava com ela -Qual o seu nome?

-La...Laila- a princesa responde com dificuldade.

- Prazer em te conhecer, Laila- o rapaz sorriu e Laila retribuiu o sorriso- O que você gosta de fazer no seu tempo livre?

- Eu gosto de ler.

- Interessante, que tipo de história você gosta?

- Eu gosto de ler contos de terror o...ou qualquer coisa sobre, monstros e morte.

- Uau isso é... um pouco incomum.

Ambos riram de leve, Laila sabia que ele só estava fazendo perguntas para distraí-la e agradeceu mentalmente por isso.
O rapaz continuou fazendo mais algumas perguntas simples como: Qual sua cor favorita? De onde você é? Quantos anos tem?
Eram perguntas fáceis de responder e Laila respondeu cada uma delas: "Minha cor favorita é roxo." "Sou de Constrea." "Tenho doze anos."
Aos poucos ela foi se sentindo mais calma.

- Na verdade eu fiz doze hoje- Laila diz já se sentido melhor.

- Espera isso é serio? Hoje é seu aniversário?

Laila assente e o rapaz a ajuda se levantar, ambos ficam sentados no chão gelado com as costas na cama congelada.

- Se é seu aniversário, você não deveria estar comemorando?

- Talvez, minha família queria comemorar, mas eu disse para eles esquecerem que era meu aniversário.- confessou tentando soar indiferente.

- Por quê?

- Porque eu não vejo sentindo em comemorar um ano a menos de vida, todo dia as pessoas me olham sabendo que meu tempo é curto-não sabia bem o porquê de estar contando isso para alguém, mas Laila achou increvelmente fácil se abrir com o rapaz ao seu lado- eu não preciso de uma data expecífica para me lembrar que a cada dia é um dia a menos que eu tenho.

O rapaz a encarou por um tempo, era estranho como Laila se sentia atraída pelos seus olhos azuis-acinzentados. Por causa da máscara era difícil ler sua expressão, mas Laila podia jurar que algo como pena passou por seu olhar.
Ambos ficaram em silêncio por um longo tempo, então o garoto se levanta e anda até um dos cantos do quarto que tinha enormes espinhos de gelo, ele quebra alguns dos espinhos e volta para a cama, tira uma das fronhas de um travesseiro e coloca o gelo dentro dela.

- O que você está fazendo?- Laila pergunta estranhando o comportamento do rapaz.

- Tome, segure isso contra o ferimento no lábio, talvez ajude um pouco com a dor. - ele lhe estendeu o pano com gelo e Laila aceitou de bom grado.

-Obrigado- sentiu uma dor quando colocou a fronha com gelo no ferimento, mas logo o gelo amenizou a dor.

O rapaz se aproximou de Laila e afastou um pouco a mão dela com o gelo para poder examinar melhor o machucado.
Laila não sabia dizer o que estava acontecendo, mas o toque frio da mão dele na sua e a proximidade de seus rosto, fez o coração da princesa acelerar, ela podia jurar que também estava corada.

-Continue mantendo o gelo ai. Eu vou sair para pegar alguma coisa que ajude seus ferimentos e volto o mais rápido possível.- O rapaz se afasta e por algum motivo a princesa se sente triste com isso.

A Bruxa da LuaWhere stories live. Discover now