Se você fosse mãe ou pai de alguém, deixaria seu filho ou filha saírem de casa com o namorado ou namorada a noite para irem até outro estado?

Acho que não né?

Foi assim que decidi dar falar uma mentirinha para os meus pais.

- Vou dormir na casa do Andy hoje, O.K? - entrei em casa e vi eles sentados no sofá lado a lado

- Tá bom. - minha mãe respondeu, sem tirar o olho da novela que passava na TV

- Cadê o Goldfarb? Preciso ameaçar cortar as partes dele se ele tocar em você. - consegui ver Andy segurar uma risada enquanto escalava minha janela, descendo com uma mala cheia de tudo que precisaríamos

- Pai! - tapei o rosto pegando minhas chaves

- Vai logo antes que ele continue, tchau filha. - minha mãe disse, o dando um tapinha para ele se calar

- Tchau mãe, tchau pai. - me despedi deles correndo até o carro

Andy não tinha um carro.

Se é isso que vocês estão achando, mas sua mãe não ligava se ele usasse o Jeep deles continuamente todos os dias da semana.

O.K.

Ele tinha um carro.

- Preparada pra pior viagem da sua vida junto da melhor companhia da sua vida? - ele abriu a porta pra mim

- Preparadíssima. - sorri dando um beijo nele

«»

Preciso admitir, se tivesse feito isso com qualquer outra pessoa teria desistido na primeira hora.

O nível de desconforto dentro desse carro ficou extremo de uma hora pra outra.

- Quem teve essa ideia mesmo?

Ainda faltava um pouco pra chegarmos e já tínhamos trocado de motorista vinte vezes, Andy não gostava da ideia por querer que eu descansasse mas fazia o que eu mandava.

- Você mesmo princesa.

- Que burra eu em? - bebi mais um pouco de energético

- Não sei não, vai depender. A exigência da Columbia é a inteligência ou lindeza? Tanto faz né? Você tem os dois. - não consegui conter um sorriso idiota

Fazem o quê?

Cinco anos que namoramos?

Mas mesmo assim, em todas chances que Andy tem, adora me bajular com elogios fofos que me deixam vermelha.

- Idiota. - dei um beijo na sua bochecha, ainda com uma vergonha desnecessária

- Perto de você, talvez. - ele deu seu sorriso fofo me fazendo querer guardar ele num potinho

- Cala a boca se não vamos bater o carro de tantos beijos que eu vou te dar pela sua fofura. - disse beijando o canto da sua boca

- Você quem manda. - ele se calou

E mesmo assim enchi seu rosto de beijos melados.

«»

- Já tinha vindo a Miami? - tínhamos acabado de chegar na praia quando Andy me perguntou

- Nunca, e você?

- Algumas vezes, ficávamos na casa de praia do meu avô.

- Ele tem uma casa aqui? Que legal. - já conseguia ver a água cristalina de longe

- É aquela ali. - achei que fosse brincadeira quando ele apontou para uma mansão enorme que tinha uma parte da areia dentro do seu quintal

- Meu Deus, eu me sinto terrivelmente pobre perto de você sabia? - disse enquanto caminhávamos na areia

- Não deveria, logo logo não vai ser mais assim. - revirei os olhos rindo

- Idiota.

- Princesa, acho que eu quero casar com você.

Não entendi o que ele disse até notar sua falta do meu lado

Me virei o procurando e...

- Andy Goldfarb, vou matar você.

Foi a primeira coisa que disse quando vi o ruivo ajoelhado no meio de Miami Beach com um anel de diamante enorme dentro.

- Não diga não.

Sua voz doce me deu...

- Andy Stuart Goldfarb, eu vou arrancar sua medula e usar como cachecol.

Estava com raiva?
Não, nem um pouco.

Mas só sei reagir assim.

- Só diga sim.

Agora queria chorar.
Não de raiva ou tristeza.

De... Felicidade.

- Se você estiver pronta como eu estou. Então?

- Meu pai vai te matar.

Me aproximei devagar, contendo a vontade de te bater.

- Nada que eu não consiga superar. Todo dia olho pra cicatriz que ele me deixou quando dormi na sua casa e penso que podia ser pior.

A memória me invadiu e comecei a rir ao lembrar de todos segurando meu pai enquanto gritam.

- Você é um idiota.

Esse era o meu te amo.

E seu sorriso era um também.

- Mas e aí? Vai aceitar ou não?

Não conseguia parar de pensar em tudo ruim que poderia acontecer, em nossa separação, só tinhamos dezoito anos, e...

- Melhor nunca pensar em tirar essa anel de mim.

Puxei ele pela gola, enroscando meus braços em seu pescoço e o beijando.

- Isso é um sim né?

Ri sentindo o gelado do anel no meu dedo.

- É, é um sim.


Quem liga? Eu quero casar com você.

𝗙𝗘𝗔𝗥𝗟𝗘𝗦𝗦, Andy GoldfarbOnde as histórias ganham vida. Descobre agora