— Isso é ótimo. — espreguiçou-se. — As coisas podem voltar ao normal.

— Achei que você ficaria mais feliz. — franzi a testa.

— Noah, eu acabei de acordar. — riu. — Mas eu estou muito feliz, eu juro. No fundo, eu já imaginava que isso aconteceria. — piscou.

— Tome um banho e vista-se. Sairemos logo. Quero chegar o mais rápido possível à empresa. — levantei e caminhei até a porta.

— Ok, doutor Urrea. — foi sarcástica.

Eu dei risada, voltei a me aproximar dela e dei um beijo em sua testa, fazendo com que um pouco daquela expressão sonolenta sumisse.

[•••]

Posso dizer que a minha entrada na empresa foi triunfal. Os funcionários se amontoaram nos corredores e me aplaudiram enquanto eu passava sorrindo e agradecendo a todos pelo apoio. Aquele com certeza estava na lista dos melhores dias da minha vida.

— É tão aliviador! — declarei sentando em minha cadeira depois de Any e eu entrarmos em minha sala. — Eu acho que vou pedir uma caixa de cupcakes!

— Você deveria diminuir um pouco o açúcar. — riu. — Pra quem finge que não gosta de doces até que você é bem viciado.

— Eu digo que não gosto porque eu não consigo parar de comer, então eu recuso em público. — admiti.

— Obrigada por me confiar esse seu segredinho sórdido, doutor Urrea. — Any caminhou até a mesa, apoiou suas mãos e se esquivou o suficiente para que eu pudesse ver bem o seu decote.

Demorei o meu olhar em seus seios e ela com certeza notou onde estava a minha atenção, pois fez questão de ajeitar a alça de sua blusa, mostrando um pouco mais de pele. Automaticamente, senti um incômodo em minhas calças e soube que estava duro.

— Cancele os meus compromissos da manhã, eu quero foder você em cima dessa mesa. — eu disse mantendo a pose de chefe, como se meu pedido fosse uma coisa bem comum.

Any arqueou as sobrancelhas e abriu um sorriso safado, mas tornou a ficar ereta e cruzou os braços tentando se fazer de difícil.

— Temos muito trabalho hoje, então sugiro que o doutor não cancele nada.

— Mas foder você antes de começar a trabalhar seria o grau de energia que eu preciso pra cumprir as minhas funções. — mantive o mesmo tom autoritário.

— Vejamos... — respirou fundo e passou a língua entre os lábios. — Acho que um café é o suficiente. E eu posso ir comprar os seus cupcakes.

— Não quero cupcakes, quero você. — agora eu estava de fato ficando impaciente. — Chega de brincadeira, tranque a porta e venha aqui. — afastei minha cadeira e dei dois tapinhas em meu colo.

— Eu vou pedir que eles coloquem muito recheio. — começou a caminhar de costas em direção à porta.

— Any.

— Dois de baunilha, dois de chocolate e dois de morango. — contou nos dedos. — Serei rápida.

— Você está mesmo me recusando? — aquilo me deixou surpreso.

A encarei desacreditado enquanto ela abria a porta e saía sem dizer nem mais uma palavra. Ri comigo mesmo e fiz o possível para ajeitar o meu pau que ainda insistia em estar duro. Que diabo de joguinho era aquele? Independente das pretenções de Any, aquilo parecia ter dado certo, porque eu senti ainda mais vontade de tê-la quando a vi dizer indiretamente um "não" para mim.

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ANY G.

Se fosse em qualquer outro dia, eu estaria passando a minha manhã deitada sobre a mesa do meu chefe com as pernas bem abertas para ele, mas agora eu infelizmente tinha que cuidar de uma coisa mais urgente.

Estúpido Cupido! ⁿᵒᵃⁿʸWhere stories live. Discover now