Voltei para onde Any estava. Ela acabara de ajeitar sua blusa e passava as mãos por seus cabelos. Seus lábios estavam vermelhos e levemente inchados e ela ainda se mantinha ofegante. Só de vê-la assim eu já sentia meu pau latejar e minha vontade era de mandar o Josh embora e finalizar aquilo, mas o que ele tinha a dizer poderia ser importante, eu não poderia deixar para depois.

— É o Josh. — expliquei.

— Então deve ser importante. — ela mordeu os lábios e vi que começou a esfregar um pé no outro como se estivesse nervosa.

— Sim. — sorri de canto.

Era fofo o modo como ela ficou tímida. Logo ela, que não media suas palavras.

Ouvimos batidas na porta da frente e então Any ficou ligeiramente de pé.

— É melhor eu subir. — começou a se afastar até a escada andando de costas.

Eu achei que ela diria mais alguma coisa, mas antes que pudesse, ela tropeçou em um dos brinquedos de Thor e caiu de costas sentada no chão. Eu mordi os meus lábios para não rir, colocando uma das mãos sobre a boca. Ela tornou a se levantar depressa com o osso de borracha na mão.

— Lembre-me de recolher essas armadilhas amanhã! — ela disse antes de dar as costas e subir as escadas quase correndo.

Soltei uma risada e fui atender a porta. Quando abri, meu sorriso morreu e eu fui lembrado da realidade do caos em que minha vida estava. Josh passou por mim aflito, começou a andar de um lado para o outro na sala e parecia mais nervoso do que eu.

— Eu tenho alguns planos cruciais que vão ajudar a manter a sua imagem limpa. O público pode não escolher um lado, mas é melhor que fiquem na dúvida do que pregarem uma placa de criminoso em você.

— Tudo bem, no que você pensou?

— Parece um pouco errado, mas seria bom pagar alguns jornalistas para limparem a sua imagem. Sem nada muito sensacionalista, eles irão questionar a palavra da Sadie e apresentar os fatos verídicos que nós vamos dar a eles.

— Comprar a imprensa? — franzi a testa. — E se alguém descobrir? Vou parecer culpado.

— Tudo será feito por debaixo dos panos. É o único jeito de conseguirmos alguns aliados, porque tudo o que esses fofoqueiros querem é dinheiro a mais. E no momento, Noah, o que está dando dinheiro é falar mal de você.

— Eu gostaria de provar a minha inocência de uma maneira limpa. — suspirei e sentei no sofá. — Isso parece muito errado.

— Tudo nessa história está errado. Vamos resolver de maneira limpa com a justiça, mas com a mídia infelizmente as coisas precisam ser adaptadas.

— Ela não me denunciou formalmente.

— E isso é um ponto a seu favor. — sentou ao meu lado. — Os jornalistas pagos por nós vão espalhar que se ela quisesse mesmo justiça iria até a polícia e não uma coluna de fofocas. O que garante que toda a história é inventada para se autopromover. Fiz algumas investigações, a carreira da Sadie não andava bem, ela nem era lembrada e agora seu nome não sai dos trending topics. Está claro o que está acontecendo, só precisamos de alguém para espalhar isso. Pagamos alguns e logo outros irão espalhar por conta própria.

— Tudo bem. Mas tenha cuidado.

— Não se preocupe. E tem mais uma coisa. Pensei em mandar esses jornalistas falarem com suas funcionárias, principalmente suas antigas assistentes e claro, a atual.

— Não. Não vou envolver a Any nisso. — falei de maneira decisiva.

— Sabemos que ela está do seu lado, ela confia cegamente em você e pode afirmar com convicção que você é inocente. O depoimento dela seria crucial.

Estúpido Cupido! ⁿᵒᵃⁿʸWhere stories live. Discover now