— Do que porra você está falando? — ficou confuso.

Segurei seus pulsos e tirei as mãos dele de mim, depois me afastei o suficiente e o olhei de maneira séria.

— Estou dizendo que eu não sou tão diferente das outras mulheres. Eu sou intensa e impulsiva, não posso me dar ao luxo de viver uma aventura. Não tenho maturidade pra isso.

Mas tenho maturidade pra cair na real.

— Você tem certeza? — sua voz vacilou, como se ele estivesse prestes a me implorar, mas não o fez.

Assenti apenas, sabendo que eu não tinha certeza de nada e talvez fosse me arrepender ao sair daquele quarto. Eu estava frustrada demais para pensar direito.

— É melhor eu ir para o meu quarto.

Noah nada disse, apenas ficou ali parado, olhando para mim com uma expressão indecifrável. O silêncio foi a deixa para eu sair dali. Sem me despedir, eu dei as costas e caminhei até o meu quarto. Quando fechei a porta atrás de mim, senti meus olhos se encherem de lágrimas e alguma coisa sufocante ficou presa em minha garganta.

Aos prantos, caminhei até a varanda segurando com firmeza o colar em meu pescoço e olhei para cima, para as estrelas e a escuridão da noite.

— O que eu estou fazendo, Klaus? — murmurei com a voz embargada. — Isso é um erro? Eu deveria ter ficado lá e deixado tudo acontecer como ele queria? Mas e se isso confirmasse que eu era só mais uma que ele poderia ter sem preocupações? Eu não quero ser isso, não está nos meus planos. Eu quero viver um amor de verdade. Eu deveria desistir de conquistar o Noah e tentar arranjar uma outra mulher para ser sua alma gêmea? Alguém igual à sua ex, que eu possa flechar e torcer para dar certo?

Enquanto chorava e me lamentava, eu senti um resquício de arrependimento por ter escolhido descer à Terra abdicando de todas as tarefas que eu ainda teria caso falhasse com o Noah. E no fundo eu sabia que eu estava tentando ter com ele o que não tive com o Nathan, o que era uma coisa horrível da minha parte. Só que eu não pensava mais no Nathan quando estava com o Noah. Isso pode sim ter acontecido nos primeiros dias, mas ultimamente eu não relacionava Noah com nenhuma outra pessoa. Ele fazia meu coração bater mais forte apenas por ser ele, não mais por se parecer com alguém.

A garota que sempre detestou pessoas arrogantes estava se apaixonando de verdade por um CEO cruel e insensível?

Senti uma lufada de vento atrás de mim, vinda de dentro do quarto. Eu ainda estava apertando o colar de Klaus, tão forte que o objeto estava ficando quente de uma maneira anormal. Ouvi passos às minhas costas e me virei rapidamente, avistando o meu chefe arcanjo parado a me encarar.

— Oi, Klaus. — sorri tristonha. — O que faz aqui?

— Você orou em meu nome, então eu estou aqui. — apontou para o pingente em meu pescoço.

— Você viu o que aconteceu?

— Eu vejo tudo.

Mais lágrimas inundaram meu rosto e eu corri até ele, me chocando contra o seu corpo e o abraçando apertado. Klaus me abraçou de volta, apoiando o queixo no topo da minha cabeça enquanto acariciava meus cabelos e minhas costas, uma maneira de me confortar.

— O que eu devo fazer? — solucei.

— Olha, meu cupido, Noah não é uma pessoa fácil, às vezes nem ele mesmo entende o que tem na própria cabeça. Não é incomum que você esteja confusa porque, sim, parece insano abdicar de seus princípios por alguém como ele. Mas talvez seja isso que faça dar certo.

Me afastei um pouco dele e parei de soluçar, prestando atenção em suas palavras.

— Você se apaixonou por homens perfeitos e com ótimo senso de cavalheirismo. E as coisas deram certo com eles?

Estúpido Cupido! ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora