— Tudo bem. Aprecio isso. — sorriu. — Então, Any, quando você quer se mudar?

— O quarto é meu? — me animei.

— Sim. Eu gostei de você. — assentiu.

— Eu também gostei de você. — sorri. — Eu posso me mudar hoje?

— Com certeza. E, antes que eu me esqueça, tenho outra inquilina, mas vocês vão se dar bem, Heyoon é um doce. — ficou de pé. — Venha, eu vou mostrar o seu quarto.

A acompanhei até o andar de cima. A casa tinha três quartos e o meu era o último do corredor, com vista para o jardim dos fundos, tão bem cultivado quanto o da frente.

O cômodo era perfeito.

Tinha as paredes amarelas com desenhos de pássaros, a cama era de casal e bem espaçosa com lençóis rosados que combinavam com o ar receptivo do ambiente. Havia uma cômoda, uma penteadeira e uma escrivaninha, todos na cor branca. As cortinas eram brancas também e a janela era grande o suficiente para iluminar todo o quarto.

— Se você gostar de plantas, eu posso colher algumas do jardim e trazer para cá. — Nour disse.

— Não precisa. Está perfeito assim. — garanti.

— Espero que consiga o emprego como secretária do Noah. E espero também que você tenha muita paciência pra aguentar ele. — riu.

— Você o conhece? — ergui a sobrancelha.

— Os Urrea são velhos amigos. Nathan e Amelia Urrea são como meus pais de estepe. — brincou. — Me ajudaram diversas vezes.

— Eles ainda estão vivos?

— Só a Amelia.

— Ah. — senti um leve baque em mim.

Será que o Nathan estava cumprindo uma missão como anjo ou havia passado direto para a próxima vida? Imaginei que talvez ele conseguisse passar direto, já que era um ser humano tão bom.

— Você e Marco Urrea devem ser como irmãos, então, certo? — bom, pelos menos eles eram quando crianças.

— Sim, até ele conhecer aquela vadia. — murmurou como se aquilo fosse um segredo.

Dei risada e sentei sobre o colchão, olhando para ela com interesse na história.

— Você não se dá bem com a esposa dele?

— O meu maior sonho é mandar ela fazer coisas sexuais consigo mesma, se é que me entende. — piscou. — Mas a minha mãe me deu educação, então eu trato a megera bem.

— O Marco não tem nenhum irmão?

— Não. — negou com a cabeça. — A Amelia chegou a engravidar de novo, mas o bebê nasceu prematuro e faleceu. Era uma menina. Ah, olha só, ela também se chamava Any! — sorriu de canto.

— É? — um sorriso emocionado brincou em meus lábios.

— Uma homenagem à minha irmã, que faleceu no mesmo dia que a Amelia deu a notícia da gravidez para ela. As duas eram como carne e unha, eu nunca vi uma amizade tão linda.

Eu assenti devagar, sentindo o peso da culpa nas minhas costas. Lia era muito mais minha amiga do que eu era dela. Enquanto ela me desejava sempre o melhor, eu fingia vibrar com suas realizações pessoais, imaginando secretamente como seria estar no lugar dela.

Vaca invejosa...

E agora aqui estava eu, decidida a seduzir o neto dela. Qual era o meu problema? Eu estava agindo como uma vilã, não estava?

Estúpido Cupido! ⁿᵒᵃⁿʸحيث تعيش القصص. اكتشف الآن