Capítulo 2 - A Devoradora de Leoas

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Aaron preparava-se com Calian e Rinwen a alguns metros dela e de Brandon.

Eu ainda sentia os meus músculos tensos e cansados da corrida, tentava controlar a minha respiração, para normalizá-la.

Os treinos matinais era os que Aria suportava melhor, apesar de ainda haver algum no sistema do seu corpo do dia anterior, Aria tinha comido uma refeição sem veneno, mas o seu corpo continuava fraco e a sua resistência era cada vez mais baixa. Usar os seus dons era extenuante, com eles quase completamente suprimidos, ela não tinha nem uma quarta metade do poder de um fae completo. Nos primeiros meses de mitridização Aria não conseguia usar os seus dons, ficou tal qual uma casca vazia, um tronco oco, despejada de toda a sua essência. Por isso não teve opção se não se dedicar completamente ao treino de esgrima, armas e combate corpo a corpo, era a única coisa que a fazia aguentar os pesados treinos da tia, dando-lhe oportunidade de se defender dos ataques impiedosos que recebia. Graças a isso era melhor que Aaron e Lira em manuseio de armas, mas nem isso substituía o grande potencial de um dom pleno ou servia por muito tempo já que a energia de Aria esgotava-se.

Brandon pousou-lhe uma mão no ombro.

- Ei, eu estou aqui. - tranquilizou-me o malar. Ele sabia que eu não era tão forte como Aaron. Era um alívio tê-lo ao meu lado em momentos como estes.

Assenti com a cabeça e comecei o alongamento dos músculos ignorando as dores.

A luta de Lira e da minha tia já estava a decorrer, Aria podia ouvir o tinir das espadas do outro lado do campo de treino.

Os três colocaram-se em posição e eu e Brandon fizemos o mesmo.

Espadas na mão. Asas em antecipação.

Rinwen de arco e flechas prontos num dos lados de Aaron, tinha vinte anos, mas era o mais baixo dos membros da Guarda da Rainha com cerca de 1,65 metros de altura. Porém a sua baixa estrutura fazia dele o mais veloz e ágil entre todos, um arco nas mãos dele era uma das coisas mais letais que Aria já vira na vida.

Calian do outro lado de Aaron, empunhou a espada. Os trabalhos dos guardiões competiam primeiro em defender o seu protegido Valaryan e depois atacar o adversário, a proteção do membro real era o mais importante.

Aaron ia atacar usando o dom do teletransporte que nos foi passado pelo nosso pai. O irmão começava um ataque sempre assim. O que muitas vezes fazia com que fosse repreendido pela tia, já que era um primeiro passo demasiado previsível. Mas isso não o tornava menos letal.

Aria quando sob o efeito do conseguia usar uma migalha desse dom, já que ela herdou muito pouco do dom do pai, por isso se tinha apenas um quarto do seu dom do ar, o seu dom de transporte nem chegava a uma quase metade disso. Aria podia apenas teletransportar-se a si mesma por curtas distâncias.

E tal como ela previra, Aaron desapareceu numa neblina prateada num segundo.

- Atenção. - gritei para Brandon. Voltando-me para trás, esperando que ele atacasse as costas. Ouvi o embater de espadas junto ao meu ouvido direito. Brandon tinha agido rapidamente e passado para o meu lado direito protegendo o meu flanco da espada de Aaron com a sua.

Uma flecha voou velozmente direita ao meu peito. Estendi a mão parando-a em pleno ar a centímetros da pele nua da minha mão. Recuei para receber o embate quando Calian engoliu a distância entre nós com um bater de asas potente, atacando-me. Travei a lâmina com a minha e recuei agilmente criando espaço entre nós. Brandon lutava com Aaron, mas estendeu uma mão para Calian e raízes de espinhos cresceram do solo prendendo as pernas de Calian e cravando os seus espinhos nelas. Enquanto ele tentava libertar-se cortando as raízes com a espada enquanto batia as asas. Corri na sua direção, os músculos das pernas replicavam a cada passo, mas continuei a avançar enquanto me desviava das flechas que Rinwen lançava sobre mim em intervalos de tempo tão curtos. Saltei no ar. Esmurrei o rosto de Calian com uma força fae tão forte que ele embateu estrondosamente contra o chão abaixo dele. Quando cai sobre ele de espada em punho Calian deu-me um pontapé no estômago com a perna que acabara de libertar. Arquejei com o ar a ser-me sugado para fora dos pulmões.

A Herdeira Limitada (DEGUSTAÇÃO) Where stories live. Discover now