❦ 22 : ❛Verdades Secretas❜

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Por vezes, com a cabeça em seu travesseiro ou em devaneios ao redor de sua amada, questionava-se se isso provinha da angústia e tormento orbitando sua relação com Príncipe Aemond — à quem a contragosto deveria ser o único a entender a mente de Daenerys —, confiava na Velaryon o suficiente para discernir não ser o sentimento romântico à pairar na mente da Princesa Serpente, quem Daenerys amava era ele mas, claramente Aemond era uma cicatriz em seu peito, incurável e indomável.

Oh sim. Príncipe Jacaerys via, explicitamente como Príncipe Aemond desconhecia até mesmo seus próprios sentimentos ao redor de Daenerys, parecia tolamente alimentar uma aversão, como uma desculpa fajuta para lançar-se ao seu redor.

Abrindo os olhos violáceos, despertando de seus próprios devaneios, o Príncipe Jacaerys viu-se sobre os jardins, os raios solares alastravam-se ao solo, iluminando sobre as altas árvores verdejantes. Uma onda de insatisfação impregnou-se em seu interior, sozinho aos fundos do Castelo.

Eu posso beijá-lá, tocar seu corpo, mas no fundo, seus olhos ainda se cruzam, independentemente do motivo — Jacaerys repetiu a fala de Aemond com incredulidade, aversão e inflamado pela frustração devido a ausência de Daenerys após ter enviado o bilhete, o convite para dissolver o ocorrido durante o Baile das Donzelas de uma vez.

Ao seus olhos, sua ausência pareceu-lhe um sinal claro do desdém de Daenerys, a quem não queria trocar uma palavra consigo. Culpou Aemond mentalmente, mesmo ciente de que ele era um mero aproveitador — um parasita — diante a situação formada.

Retornando aos próprios aposentos, com sua mente borbulhando, reparou no quão repleta de guardas estavam os corredores, um tanto destoante da noite anterior. Nenhum nobre parecia circular, adicionando um pingo de desconfiança mas, havia sido uma conversa em particular à qual o fez notar que talvez existisse alguma situação incomum.

— Está ficando muito perigoso, Edwald — escutou uma voz masculina, abafada. Parou seus passos, escutando ao que pareciam murmúrios. Nunca havia sido bisbilhoteiro mas a urgência e desespero na voz arrancou-lhe desconfianças: — O mestre deverá sair imediatamente, no mais tardar, nesta alvorada, assim como nós, os rastros serão investigados.

Um tanto desconfiado, franziu o cenho, uma sensação estranha, um arrepio pairou sua espinha. Existia alguma coisa desconcertante. Decidiu seguir seu caminho, ao subir as escadas deparou-se com um rosto conhecido, um tanto indignado em sua direção. Quis revirar os olhos e respirar fundo ao ver tratar-se de sua irmã — referia-se de tal forma conforme as exigências de seus pais — Baela.

— Onde é que você estava, Jace? — desconfiada, perguntou. — Nós estávamos te procurando em todo lugar.

— Nós? — Jacaerys parou de falar, um tanto confuso. — Por que estavam me procurando?

— A madrasta nos chamou em seus aposentos, todos nós — a fala causou um arrepio sutil em Jace, notando a seriedade do assunto.

Quando queriam reunir-se em família, costumavam usar o salão comunal reservado próximo das comodidades dos aposentos da Princesa Rhaenyra, sua mãe. Tendo em vista que a câmera de Deianyra Velaryon encontrava-se vaga ou ocupada pela mulher durante seus ofícios, mesmo nas Terras Médias, quando a Lady os convocava, assuntos de cunho delicado.

— Finalmente achou ele? — Lucerys, seu irmão mais novo perguntou. Logo atrás, Príncipe Aragorn o seguia, seu rosto amassado, olheiras pesadas, indicando uma noite de sono mal dormida, típica para o Westerling. — Parece que podemos ir.

Passos alheios retiraram atenção do grupo com a aproximação de Príncipe Baelon. Os olhos azulados percorreram cada um deles, Aragorn e Baelon não costumavam travar contato visual, existiam diversos motivos, grande parte pela desconsideração do Westerling e o hábito de ignorar do mais velho mas dissipou-o ao fitar sua noiva, Baela Targaryen.

INDOMÁVEL ⸻ HOUSE OF THE DRAGON ³Where stories live. Discover now